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Política de apoio pedagógico no ensino superior: um estudo de caso

Política de apoyo pedagógico en la educación superior: un estudio de caso

Resumo

As ações de apoio pedagógico no ensino superior são recentes na história das universidades brasileiras, sendo instituídas por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES, nos anos 2010. O programa designa às universidades a responsabilidade da assistência estudantil pela promoção de dez áreas, entre elas o apoio pedagógico. Com essa incumbência, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou em 2013 o Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE), que tem desenvolvido ações de apoio e orientação pedagógica aos graduandos nos cinco campi da instituição. Com quase dez anos de atividades desenvolvidas, observou-se a necessidade de avaliar as ações e resultados do programa, intencionando seu aprimoramento. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizada uma avaliação formativa que orientou a coleta e análise dos dados do programa, possibilitando avaliá-lo. O contexto da pesquisa é o PIAPE e seus atores, logo o estudo foi realizado por meio dos documentos norteadores do programa; das avaliações discentes coletadas pelo PIAPE; e do grupo de foco com a equipe de gestores para identificar limitações e possibilidades do mesmo. A pesquisa demonstra que o PIAPE tem sido uma importante estratégia pedagógica de apoio aos estudantes e ao trabalho de ensino dos docentes, e colabora para a melhoria do desempenho acadêmico. O presente estudo possibilita compreender a função e as possibilidades do apoio pedagógico no ensino superior, assim como propicia uma metodologia de avaliação das ações de apoio pedagógico que pode ser replicada em outras instituições.

Palavras-chave:
gestão universitária; avaliação formativa; programa de apoio pedagógico

Resumen

Las acciones de apoyo pedagógico en la educación superior son recientes en la historia de las universidades brasileñas, establecidas a través del Programa Nacional de Asistencia Estudiantil - PNAES, en la década de 2010. El programa asigna a las universidades la responsabilidad de la asistencia estudiantil en la promoción de diez áreas, incluido el apoyo pedagógico. Con esta responsabilidad, la Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC) creó en 2013 el Programa Institucional de Apoyo Pedagógico a los Estudiantes (PIAPE), que ha desarrollado acciones de apoyo y orientación pedagógica para los estudiantes universitarios en sus cinco campus. Después de casi diez años de actividades desarrolladas, se ha reconocido la necesidad de evaluar las acciones y los resultados del programa, con el objetivo de mejorarlo. Para llevar a cabo la investigación, se realizó una evaluación formativa que guió la recolección y análisis de los datos del programa, permitiendo su evaluación. El contexto de la investigación es el PIAPE y sus actores, por lo tanto, el estudio se llevó a cabo mediante los documentos orientadores del programa; las evaluaciones realizadas por los estudiantes recopiladas por el PIAPE; y un grupo de enfoque con el equipo de gestores para identificar las limitaciones y posibilidades del mismo. La investigación demuestra que el PIAPE ha sido una estrategia pedagógica importante de apoyo a los estudiantes y al trabajo docente, y contribuye a mejorar el rendimiento académico. Este estudio permite comprender la función y las posibilidades del apoyo pedagógico en la educación superior, así como proporciona una metodología de evaluación de las acciones de apoyo pedagógico que puede ser replicada en otras instituciones.

Palabras clave:
gestión universitaria; evaluación formativa; programa de apoyo pedagógico

Abstract

Pedagogical support actions in higher education are recent in the history of Brazilian universities, being instituted through the National Student Assistance Program - PNAES, in the 2010s. The program designates to universities the responsibility for student assistance by promoting ten areas, including the pedagogical support. With this responsibility, the Federal University of Santa Catarina (UFSC) created in 2013 the Institutional Program for Pedagogical Support for Students (PIAPE), which has developed support and pedagogical guidance for undergraduate students on the five campuses of the institution. With almost ten years of activities carried out, it was observed the need to evaluate the program´s actions and results for its improvement. For the development of the research, a formative evaluation was conducted, guiding the collection and analysis of program data, enabling its evaluation. The research context is PIAPE and its actors, so the documentary research was carried out through the program’s guiding documents; the student evaluations collected by PIAPE were considered; and a focus group with the management team was responsible for identifying limitations and possibilities of the program. The research demonstrates that PIAPE has been an important pedagogical strategy to support students and the professors’ teaching work, and contributes to the improvement of academic performance. This study also enables understanding the function and possibilities of pedagogical support in higher education, as well as providing a methodology for evaluating pedagogical support actions that can be replicated in other institutions.

Keywords:
university management; formative assessment; pedagogical support program.

1 Introdução

Conforme proclamado por Panúncio-Pinto e Colares (2015)PANÚNCIO-PINTO, M. P.; COLARES, M. de F. A. O estudante universitário: os desafios de uma educação integral. Medicina, Ribeirão Preto, v. 48, n. 3, p. 273-281, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/104320. Acesso em: 15 ago. 2022.
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, a universidade está vivenciando um movimento de reorganização e ressignificação de métodos, práticas, objetivos, políticas e currículos, que implica na promoção de discussões sobre os seus objetivos educacionais. Nesse movimento, o apoio pedagógico torna-se uma das áreas da assistência estudantil de responsabilidade das universidades, quando instituído pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES (Brasil, 2010BRASIL. Decreto n° 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2010/decreto/d7234.htm. Acesso em: 18 out. 2021.
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), e a literatura afirma seu papel central no desenvolvimento acadêmico do estudante, especialmente para aqueles que ingressaram com algum histórico de fragilidade educacional (Heringer, 2018HERINGER, R. Democratização da educação superior no Brasil: das metas de inclusão ao sucesso acadêmico. Revista brasileira de orientação profissional, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 7-17, jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18 set. 2021.
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).

Dessa maneira, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou o Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE) no ano de 2013, como estratégia de apoio pedagógico destinado a todos(as) os(as) estudantes da graduação da universidade,

[...] considerando suas necessidades específicas de aprendizagem, sejam estas relacionadas a conteúdos disciplinares historicamente associadas a elevadas taxas de retenção, como também a outros campos de conhecimento ou saberes visando o desenvolvimento e formação integral (UFSC, 2013UFSC. Diretrizes do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes de graduação. Florianópolis: Imprensa Universitária, 2013., p. 7).

O programa tem como objetivo principal desenvolver ações de apoio e orientação pedagógica que

[...] favoreçam o acolhimento, a permanência e a qualidade dos processos formativos para estudantes dos cursos de graduação nos cinco campi da UFSC, contribuindo para uma formação acadêmica qualificada em relação às dimensões humana, profissional, crítica e ética (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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, p. 19).

Entre os principais objetivos específicos, o programa propõe-se a criar estratégias de apoio e orientação pedagógica conforme as necessidades dos(as) estudantes; instrumentalizar os discentes para o desenvolvimento da autonomia no estudo; acompanhar os indicadores de retenção e evasão nos cursos da UFSC; promover ações em conjunto com outros setores da instituição em prol da permanência estudantil; promover aos ingressantes estratégias de acolhimento e integração acadêmica; promover contínua avaliação do programa junto à comunidade acadêmica; e contribuir com propostas formativas ao Programa de Formação Continuada direcionado aos docentes (PROFOR) (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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).

Considerando a necessidade de uma política pública de apoio pedagógico que beneficie os processos de aprendizagem e contribua para o êxito acadêmico e permanência estudantil na UFSC, e considerando ainda a responsabilidade do PIAPE em exercer tais objetivos, observou-se a necessidade em avaliar o programa enquanto política pública institucional que acumula dez anos de atividades desenvolvidas.

Para a pesquisa foi proposta a avaliação formativa, visto sua importância para a gestão ao gerar conhecimento sobre a viabilidade de um programa para, se necessário, adequar os objetivos propostos ou reformular as ações desenvolvidas (Cavalcanti, 2006CAVALCANTI, M. M. de A. Avaliação de políticas públicas e programas governamentais: uma abordagem conceitual. Interfaces de Saberes, João Pessoa, v. 6, n. 1, p. 1-13, 2006. Disponível em: https://sinapse.gife.org.br/download/avaliacaode-politicas-publicas-e-programas-governamentais-uma-abordagem-conceitual. Acesso em: 3 mar. 2021.
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). Tal avaliação tem por função proporcionar informações importantes e úteis à equipe gestora do programa ou política, com o intuito de aperfeiçoá-lo durante o ciclo da execução, a fim de maximizar seus resultados. Tem a natureza de diagnóstico parcial e contextual, e leva a decisões sobre o desenvolvimento do programa ou política, incluindo revisões e modificações, quando necessário (Rua, 2010RUA, M. das G. Avaliação de políticas, programas e projetos: notas introdutórias (versão atualizada de 2010). 2010. Disponível em: https://www.jacksondetoni.files.wordpress.com/2014/05/texto-apoio-05-_-grac3a7asrua.pdf. Acesso em: 7 fev. 2022.
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).

Para Cavalcanti (2006)CAVALCANTI, M. M. de A. Avaliação de políticas públicas e programas governamentais: uma abordagem conceitual. Interfaces de Saberes, João Pessoa, v. 6, n. 1, p. 1-13, 2006. Disponível em: https://sinapse.gife.org.br/download/avaliacaode-politicas-publicas-e-programas-governamentais-uma-abordagem-conceitual. Acesso em: 3 mar. 2021.
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, a avaliação formativa procura investigar o funcionamento do programa e as estratégias utilizadas para alcançar os resultados, estando centrada não nestes, mas nos processos. Dessa maneira, deve-se levantar perguntas do tipo: O que tem funcionado? O que deve ser melhorado? Como podem ser realizados aperfeiçoamentos? (Rua, 2010RUA, M. das G. Avaliação de políticas, programas e projetos: notas introdutórias (versão atualizada de 2010). 2010. Disponível em: https://www.jacksondetoni.files.wordpress.com/2014/05/texto-apoio-05-_-grac3a7asrua.pdf. Acesso em: 7 fev. 2022.
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). Sendo assim, esta pesquisa contribuiu para a melhoria da gestão do PIAPE ao promover um conhecimento aprofundado sobre essa política pública local. Além disso, a avaliação formativa possibilitou a tomada de decisão assertiva quando do planejamento e execução de intervenções institucionais que tenham o objetivo de favorecer a permanência e o êxito acadêmico.

Este artigo aborda a metodologia de avaliação formativa desenvolvida sobre o PIAPE, e as limitações e possibilidades do programa que foram encontradas na investigação. O trabalho divide-se em cinco seções: a presente Introdução, os Aspectos Metodológicos, O Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE), os Resultados da pesquisa e a Conclusão.

2 Aspectos metodológicos

O presente estudo é qualitativo, de natureza aplicada e descritiva. É desenvolvido por meio de investigação bibliográfica, documental e estudo de caso (Triviños, 1987TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação, o positivismo, a fenomenologia e o marxismo. São Paulo: Atlas, 1987.; Yin, 2001YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.; Vergara, 2009VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 11. ed. São Paulo: Altas, 2009.).

Para a avaliação formativa, foi realizada uma pesquisa documental nos documentos legais do programa, a fim de contextualizá-lo. Foram também analisadas as respostas dos questionários de avaliação discente aplicados pela gestão, que aborda a percepção dos(as) estudantes que participaram das atividades do PIAPE nos cinco campi da UFSC, além da realização de um grupo de foco com os(as) servidores(as) que atuam como gestores do programa em cada campus universitário.

As avaliações discentes analisadas correspondem às atividades desenvolvidas no segundo semestre de 2021 e no primeiro semestre de 2022. Esse recorte temporal considera os dois últimos semestres letivos de atividades que antecedem esta pesquisa. A delimitação considerou o volume de dados possível de ser coletado e analisado no período da investigação.

É importante destacar que o segundo semestre de 2021 fora de atividades remotas na UFSC em decorrência do isolamento social imposto pela pandemia da covid19, e o primeiro semestre de 2022, de aulas presenciais na graduação, após a liberação das aulas nos espaços da instituição. No entanto, essa diferença no ensino não inviabilizou o atingimento dos objetivos propostos pela pesquisa, considerando que o instrumento avaliativo analisado é o mesmo nos dois semestres.

Dentro desse recorte temporal, foram analisadas todas as 783 avaliações discentes correspondentes às áreas ofertadas pelo programa, sendo elas: Orientação Pedagógica, Matemática, Leitura e Produção Textual, Estatística, Bioquímica, Informática, Química, Física e Biologia.

Os questionários destinados aos estudantes consistem em uma ferramenta online com perguntas divididas em 4 blocos: o primeiro bloco trata das informações do estudante como dados pessoais, Campus, curso, fase, modalidade de ingresso na instituição e como conheceu o PIAPE; o segundo bloco trata sobre qual modalidade de apoio o estudante participou, interesse na área inscrita, e os fatores que estimularam o estudante a buscá-la; o terceiro bloco aborda questões relacionadas ao tutor(a); e o quarto bloco traz questões que versam sobre o acesso ao ambiente virtual, a contribuição da atividade cursada para o desempenho acadêmico no referido semestre, além de sugestões de outras atividades a serem oferecidas pelo programa e espaço livre para comentários sobre o semestre letivo.

Para o grupo de foco foram convidados os sete servidores que atuam como gestores do programa. O PIAPE conta com quatro coordenadores(as) locais (um em cada campus), e duas servidoras e uma coordenadora geral que atuam no campus de Florianópolis. Desses sete servidores, seis participaram de maneira voluntária do grupo e um não pôde estar presente na data agendada.

3 O Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE)

Os documentos norteadores do PIAPE caracterizam o programa como estratégia pedagógica para permanência estudantil e apoio ao trabalho de ensino da graduação, por meio de atividades de apoio e orientação pedagógica destinados a todos(as) os(as) estudantes de graduação da universidade. Além disso, os documentos apontam que o programa está em consonância com o PNAES (Brasil, 2010BRASIL. Decreto n° 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2010/decreto/d7234.htm. Acesso em: 18 out. 2021.
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), política nacional que institui o apoio pedagógico enquanto ação de assistência estudantil nas universidades federais (UFSC, 2019UFSC. Conselho Universitário. Resolução normativa n. 133/019/CUn, de 29 de outubro de 2019. Regulamenta o Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC, 2019. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/files/2019/11/RN1332019CUn_PIAPE-1.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.
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; UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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).

De acordo com os pressupostos teórico-metodológicos do programa, o PIAPE propõe-se a

[...] contribuir para o acolhimento, para a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para uma melhor compreensão das dinâmicas de estudos, para a ampliação do repertório sociocultural, para a organização das atividades acadêmicas e para a qualidade dos processos formativos de estudantes de Graduação (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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, p. 28).

O programa também se preocupa com a inclusão dos diferentes perfis estudantis presentes na universidade, e desenvolve suas ações em prol de uma educação inclusiva e democrática (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exem...
).

O Relatório de Autoavaliação Institucional realizado pela Comissão Própria de Avaliação da UFSC afirma que o programa tem desenvolvido ações de acompanhamento universal aos graduandos conforme a procura espontânea ou encaminhamento via coordenações de curso ou docentes, além do “trabalho de acompanhamento das trajetórias acadêmicas para estudantes indígenas e quilombolas, internacionais, refugiados(as) e portadores(as) de visto humanitário e estudantes com neurodiversidades” (UFSC, 2023UFSC. Relatório de autoavaliação institucional. Florianópolis: UFSC, 2023. Disponível em: https://cpa.ufsc.br/?page_id=48. Acesso em: 27 out. 2023.
https://cpa.ufsc.br/?page_id=48...
, p. 62).

Os documentos dão voz à gestão do programa ao reforçar a responsabilidade da universidade pelo processo de ensino e aprendizagem, e compreende o apoio pedagógico como suporte central para o desenvolvimento acadêmico, considerando a diversidade do perfil discente bem como as fragilidades educacionais (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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). Dessa maneira, a gestão do programa firma o compromisso da UFSC com a Educação, visto que concebe a assistência estudantil como um direito fundamental para a formação discente e responsabiliza-se pela implementação de políticas educacionais que contribuam para o êxito e permanência estudantil, conforme preconizado por Vargas e Heringer (2017)VARGAS, H.; HERINGER, R. Políticas de permanência no ensino superior público em perspectiva comparada: Argentina, Brasil e Chile. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v. 25, n. 72, p. 1-33, jul. 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2750/275050047114.pdf. Acesso em: 17 jul. 2022.
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.

O programa prevê:

[...] oferta de atividades de acolhimento, apoio e orientação pedagógica para estudantes de graduação dos cinco campi, através de um conjunto de atividades continuadas e/ou pontuais, com conteúdos relevantes para as diversas áreas de formação; pela organização de eventos sobre temas de interesse da comunidade acadêmica; pela atenção às necessidades de aprendizagem; pela oferta de conteúdos complementares; e pela possibilidade de oferta de intercâmbio com serviços oferecidos por outros setores da UFSC (UFSC, 2022UFSC. Projeto político pedagógico do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE). Florianópolis: PIAPE, 2022. Disponível em: http://piape.prograd.ufsc.br/pagina-exemplo/projeto-politico-pedagogico-do-piape/. Acesso em: 26 fev. 2023.
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, p. 7).

O programa oferta atividades de apoio pedagógico em diferentes modalidades, conforme demonstra o Quadro 1.

Quadro 1
Modalidades de apoio pedagógico desenvolvidas pelo PIAPE

Em pesquisa sobre as modalidades de apoio pedagógico ofertadas nas universidades brasileiras, Toti (2022)TOTI, M. C. da S. Apoio pedagógico nos serviços de assuntos estudantis das universidades federais brasileiras: mapeamento, tendências e desafios. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1242232. Acesso em: 26 jul. 2023.
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identificou as ações mais recorrentes, estando em primeiro lugar os atendimentos individuais, seguidos pelas ações coletivas (oficinas, palestras, rodas de conversa), pelo acompanhamento individual, pela revisão de conteúdo do ensino médio, pelas ações administrativas, pela tutoria entre pares ou com docentes e pelas ações para docentes. Dias (2021)DIAS, C. E. S. B. O apoio pedagógico no campo da assistência estudantil no contexto da expansão do ensino superior no Brasil. 2021. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2021. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61999. Acesso em: 26 jul. 2023.
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e Toti e Dias (2020)TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
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também constataram em suas pesquisas que os atendimentos individuais são as ações mais frequentes nas instituições pesquisadas.

Essa ação e outras três identificadas por Toti (2022)TOTI, M. C. da S. Apoio pedagógico nos serviços de assuntos estudantis das universidades federais brasileiras: mapeamento, tendências e desafios. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1242232. Acesso em: 26 jul. 2023.
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são desenvolvidas pelo PIAPE: as ações coletivas em todas as suas frentes (oficinas, palestras, rodas de conversa e tutoria), as ações para docentes (colaboração do programa com o PROFOR) e a revisão do ensino médio, que trata do conteúdo presente nos módulos do programa. Assim, o PIAPE desenvolve uma ampla variedade de atividades de apoio pedagógico, trabalhando em múltiplas frentes em conformidade com o que as demais universidades entendem por ações de apoio pedagógico no ensino superior.

4 Resultados da pesquisa

Os dados quantitativos do programa são demonstrados na Tabela 1, que representa o número de vagas, número de inscritos e de concluintes nas atividades de apoio pedagógico desenvolvidas pelo PIAPE em um período maior, de 2016.1 a 2022.1.

Tabela 1
Número de vagas, inscritos e concluintes do PIAPE de 2016.1 a 2022.1

Pode-se observar que o PIAPE disponibilizou 50.230 vagas nos últimos sete anos, e obteve 33.399 inscritos e 10.327 concluintes. De 2016 a 2019 as taxas de inscritos para o quantitativo de vagas oferecidas variaram entre 60,11% e 100,66%. No período do ensino remoto, de 2020.1 a 2021.2, ficaram entre 81,16%, 48,77%, 57,53% e 52,10% respectivamente, diminuindo o índice em comparação aos anos anteriores, embora tenha-se vivenciado um aumento de vagas e de inscrições decorrente da ampliação do número de tutores(as). Já no primeiro semestre de ensino presencial, em 2022.1, o índice foi de 63,75%, contabilizando o aumento de quase mil inscrições em comparação com o último semestre remoto. Embora exista uma variação nos índices de inscrição nos semestres analisados, os números demonstram que a procura pelas ações de apoio pedagógico é inferior à quantidade de vagas oferecidas pelo programa.

Considerando a necessidade de atividades de apoio pedagógico no ensino superior, conforme aponta a literatura, observa-se a reduzida procura das atividades do PIAPE em detrimento do número de vagas. Algumas hipóteses, que merecem estudo, podem se relacionar à divulgação ineficiente, aos horários incompatíveis à grade curricular, à falta de tempo dos(as) estudantes para mais uma atividade acadêmica, ou à necessidade de sensibilizar o público discente sobre a importância do apoio pedagógico para o bom desempenho acadêmico e para redução dos índices de retenção.

A baixa procura discente pelas atividades de apoio pedagógico nas universidades também é observada na pesquisa de Dias (2021DIAS, C. E. S. B. O apoio pedagógico no campo da assistência estudantil no contexto da expansão do ensino superior no Brasil. 2021. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2021. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61999. Acesso em: 26 jul. 2023.
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, p. 164), que afirma que, “os profissionais avaliam que, em alguns casos, a procura pelas oficinas e cursos é pequena por parte dos estudantes, possivelmente por serem atividades facultativas e concorrem com atividades obrigatórias”.

Já a relação entre estudantes inscritos e concluintes é de 47,52% em 2016.1, com regressão progressiva, até chegar a 20,27% em 2019.2; entre 26% a 34% nos semestres de ensino remoto (2020.1 a 2021.2); e a 24,55% em 2022.1, denunciando uma queda do número de estudantes que concluem as atividades no decorrer dos semestres analisados. Tal índice apresenta uma alta taxa de evasão dos cursos do PIAPE, que varia entre 53% e 80%, denunciando a necessidade de investigar esse evento.

Sobre a análise da avaliação discente, foram coletadas 783 avaliações, correspondendo ao número de estudantes que participaram desse processo no recorte temporal estipulado para a pesquisa, os semestres de 2021.2 e 2022.1. O total de estudantes concluintes das atividades do programa que foram convidados(as) a participar da avaliação discente por meio do formulário eletrônico é de 2.108 estudantes. Assim, 37,14% dos(as) estudantes concluintes participaram do processo avaliativo nos semestres referidos. Observa-se uma baixa participação que pode estar relacionada à não obrigatoriedade dos(as) discentes em avaliar o programa. Os serviços de apoio pedagógico de outras universidades também relatam pouca participação estudantil nos questionários de avaliação on-line, e consideram o processo avaliativo um dos principais desafios desses programas (Toti; Dias, 2020TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
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).

Sobre o diagnóstico do perfil discente que participa das atividades do PIAPE, o Gráfico 1 apresenta a modalidade de ingresso.

Gráfico 1
Modalidade de ingresso na UFSC

Os respondentes que assinalaram “não se aplica” são estudantes que provavelmente iniciaram o curso por meio de transferência ou retorno à graduação ou pessoas que não são estudantes regularmente matriculadas da UFSC. Observa-se que 64,31% dos(as) estudantes que participaram do processo avaliativo das atividades do PIAPE ingressaram na UFSC por classificação geral e 34,54% por meio de cotas. Já em uma pesquisa sobre a modalidade de ingresso de estudantes do PIAPE no segundo semestre de 2018, apenas do campus Florianópolis, Macedo e Ioppi (2021)MACEDO, J. S.; IOPPI, L. S. Políticas de permanência: análise do programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes. Cadernos Cajuína, Piauí, v. 6, p. 48-63, 2021. Disponível em: https://cadernoscajuina.pro.br/revistas/index.php/cadcajuina/article/view/492. Acesso em: 5 jul. 2022.
https://cadernoscajuina.pro.br/revistas/...
observaram que, de um total de 36 estudantes, 58% acessaram a universidade por meio das cotas.

Os dados sugerem a necessidade de apoio pedagógico a cotistas e não cotistas. Embora tenha surgido como política de assistência estudantil em comunhão com a política de cotas, conclui-se que o apoio pedagógico não é uma necessidade exclusiva do público das ações afirmativas. Há uma parcela considerável de estudantes não cotistas que buscam as atividades de apoio pedagógico, demonstrando a necessidade do PIAPE para todos(as) os(as) estudantes da instituição, o que justifica sua universalidade, e remete à necessidade entrelaçada à inserção na cultura acadêmica e aos processos de ensino e aprendizagem da graduação.

No entanto, a literatura afirma a necessidade de apoio pedagógico do público estudantil oriundo das ações afirmativas, o que sugere indagações sobre por que atualmente esse público é a menor parcela de inscritos do PIAPE. Considerando que, de acordo com a política de cotas da UFSC (UFSC, 2015UFSC. Conselho Universitário. Resolução normativa n. 52/CUn/2015, de 16 de junho de 2015. Dispõe sobre a Política de Ações Afirmativas no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina para os Processos Seletivos de 2016 a 2022. Florianópolis: UFSC, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/181896/Usar%20na%20RN%2052.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 14 nov. 2022.
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ha...
), 50% dos ingressantes acessam a universidade por um dos recortes estipulados de cotas, pode-se inferir que o PIAPE não tem atendido esse público estudantil na mesma proporção. O que tem impedido esses estudantes de se inscreverem nas ações de apoio pedagógico?

Algumas suposições podem estar relacionadas com a carga horária destinada ao trabalho para se manter ou a bolsas universitárias, que competem diretamente com a disponibilidade para participar das atividades acadêmicas complementares. Dessa forma, há que se investigar os fatores que obstruem o engajamento de cotistas nas ações do PIAPE, com o intuito de possibilitar e fomentar a inclusão desse importante público estudantil.

Sobre a divulgação das atividades oferecidas, o Gráfico 2 demonstra como os(as) estudantes souberam das atividades do PIAPE nos cinco campi.

Gráfico 2
Como o(a) estudante soube das atividades [da área]?

Entre os principais meios de divulgação do programa estão o Divulga UFSC, o site de inscrições da instituição e o destaque de notícias no site do campus, com um alcance de mais de 100 estudantes. Considerando, porém, a baixa procura de estudantes em comparação ao número total de graduandos, existe a necessidade de intensificar a divulgação do programa por todos os meios utilizados, sobretudo com diálogo junto às coordenações de cursos e demais docentes.

O apoio docente por parte das coordenações e demais docentes representa apenas 17,39% da divulgação, muito aquém do engajamento esperado. De acordo com Toti e Dias (2020)TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
https://pedroejoaoeditores.com.br/produt...
, o apoio docente às ações de apoio pedagógico é fundamental para transformar as demandas em temas institucionais e não de exclusiva responsabilidade dos(as) profissionais que atuam nesses serviços. Além disso, as sugestões dos(as) professores(as) dadas em sala de aula têm um peso maior na escolha dos(as) estudantes quanto aos percursos acadêmicos a serem percorridos dentro da universidade.

Faz-se, portanto, necessário sensibilizar o corpo docente para as ações de apoio da instituição, colaborando na divulgação e sobretudo na indicação e encaminhamento dos(as) estudantes com baixo desempenho e/ou fragilidades educacionais para o PIAPE, compreendendo a integralidade do processo de ensino e aprendizagem que pode ser alcançado por meio do trabalho em conjunto entre PIAPE, professor(a) e estudante.

Sobre os motivos que incentivaram o(a) estudante a se inscrever nas atividades do PIAPE, apresenta-se no Gráfico 3 as respostas conforme os índices encontrados nos questionários.

Gráfico 3
O que motivou o(a) estudante a se inscrever na atividade [da área] do PIAPE?

Pode-se observar que os motivos pelos quais os(as) estudantes se inscrevem nas atividades de apoio pedagógico do programa são congruentes e em maior parcela tratam de questões relacionadas ao aprendizado do conteúdo trabalhado nas áreas de conhecimento. Conclui-se que há necessidade de aprendizado dos conteúdos da base curricular do ensino médio ou dos temas transversais como leitura e produção textual e informática, fundamentais para o acompanhamento das disciplinas curriculares no ensino superior. A necessidade do aprendizado/reforço/revisão/compreensão por parte dos(as) estudantes pode se dar por diferentes fatores mencionados pela literatura e corroborado no Projeto Político-Pedagógico (PPP) do programa, que compreende o novo perfil discente reconhecendo a diversidade étnico-racial, socioeconômica e geracional e sua influência no percurso estudantil.

Sobre o conteúdo oferecido nos módulos, a Tabela 2 apresenta a percepção discente quanto à sua necessidade. Essa questão não foi realizada no questionário avaliativo do campus Blumenau, portanto obteve-se o total de 471 respostas coletadas.

Tabela 2
O(a) estudante considera que o conteúdo [da área] supriu suas necessidades?

De acordo com o público discente, 86% consideram que o conteúdo supriu suas necessidades, 12% consideram que supriu parcialmente suas necessidades, 1% considera que não supriu suas necessidades e 1% não conseguiu realizar/concluir. Sendo assim, infere-se que os conteúdos elencados para serem trabalhados nos módulos estão de acordo com as necessidades educacionais do público que procura o PIAPE em busca de apoio educacional, contribuindo para o aprendizado das disciplinas curriculares. Dessa maneira o programa tem alcançado seus objetivos de colocar-se como estratégia pedagógica de apoio aos estudantes e ao trabalho de ensino dos docentes e aos cursos de graduação, colaborando para o constante aprimoramento da atividade educacional.

Além disso, as ações do programa estão em conformidade com a literatura quanto à caracterização de apoio pedagógico, afirmadas por Toti (2022TOTI, M. C. da S. Apoio pedagógico nos serviços de assuntos estudantis das universidades federais brasileiras: mapeamento, tendências e desafios. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1242232. Acesso em: 26 jul. 2023.
http://repositorio.unicamp.br/acervo/det...
, p. 158) como

[...] intervenções institucionais que visam a produzir impactos positivos na aprendizagem dos estudantes [...] ações que tenham foco nos processos de ensinar e aprender, no processo de integração à universidade e, também, as ações de suporte à aprendizagem de conteúdo específicos.

Sobre a percepção dos estudantes quanto a contribuição do apoio pedagógico para a melhoria das notas, demonstra-se na Tabela 3 os resultados da avaliação discente. Essa questão não foi realizada no questionário avaliativo da área de Informática do campus Florianópolis, portanto se obteve o total de 509 respostas coletadas.

Tabela 3
A atividade do apoio pedagógico [da área] auxiliou para a melhoria da nota nas disciplinas curriculares?

De acordo com as respostas, 48% dos(as) estudantes consideram que a atividade de apoio pedagógico cursada auxiliou na melhora da nota, outros 48% afirmaram que não foi possível identificar se houve ou não melhora, 3% afirmaram que o desempenho e a nota permaneceram iguais e para 1% a questão não se aplica. É importante considerar que as avaliações dos módulos de apoio pedagógico no campus Florianópolis são enviadas ao término de cada módulo, e em alguns casos não coincidem com o término do semestre. Nesses casos, os(as) estudantes ainda não realizaram as provas e consequentemente não podem observar o resultado nas disciplinas, o que justifica a parcela de 48% de respostas sobre a impossibilidade em identificar melhora na nota.

Pode-se ponderar todavia que 243 estudantes (48% dos respondentes) afirmaram que as notas melhoraram com o apoio das atividades do PIAPE, enquanto apenas 3% declararam que as notas permaneceram iguais. Esse dado expressivo demonstra que as ações de apoio pedagógico têm sido efetivas no processo de aprendizagem dos conteúdos de dificuldade entre os estudantes da graduação, e proporciona melhorias no desempenho acadêmico para o êxito nas disciplinas cursadas. Essa percepção discente corrobora com a importância dada pela literatura às ações de apoio pedagógico nas universidades para o sucesso acadêmico estudantil e para promoção da permanência (Andrade; Teixeira, 2017ANDRADE, A. M. J. de; TEIXEIRA, M. A. P. Áreas da política de assistência estudantil: relação com desempenho acadêmico, permanência e desenvolvimento psicossocial de universitários. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 22, n. 2, p. 512-528, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/wqhZ5Km7XCbNbPTRwQrjP6x/abstract/?lang=pt. Acesso em: 14 jul. 2022.
https://www.scielo.br/j/aval/a/wqhZ5Km7X...
; Heringer, 2018HERINGER, R. Democratização da educação superior no Brasil: das metas de inclusão ao sucesso acadêmico. Revista brasileira de orientação profissional, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 7-17, jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18 set. 2021.
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; Toti; Polydoro, 2020TOTI, M. C. da S.; POLYDORO, S. A. J. A produção científica sobre o apoio pedagógico: compreensões sobre a permanência na educação superior. In: CLABES, 9., 2020, Bogotá. Anais [...]. Bogotá: Universidad del Rosário, 2020. p. 1022-1032. Disponível em: https://revistas.utp.ac.pa/index.php/clabes/article/view/2693. Acesso em: 5 dez. 2021.
https://revistas.utp.ac.pa/index.php/cla...
).

Ao identificar as limitações e possibilidades das ações desenvolvidas pelo PIAPE por meio do grupo de foco com os(as) gestores(as) do programa, observou-se como limitações o pouco envolvimento docente na divulgação e encaminhamento dos(as) estudantes ao apoio devido ao desconhecimento, e o consequente desfavorecimento à participação discente nas atividades de apoio pedagógico; pouco engajamento dos professores supervisores das áreas no programa; a evasão discente nas atividades; a fragilidade da descentralização da avaliação discente; a necessidade de ampliar as áreas de apoio pedagógico ofertadas e de aumentar o quadro de tutores para desenvolver as ações do programa; a necessidade de capacitação dos servidores gestores bem como da formação de equipe multidisciplinar com apoio de um(a) psicólogo(a); e a escassez de servidores para atender as demandas do programa nos cinco campi da instituição. Tais limitações foram diagnosticadas com o propósito de entregar à gestão uma proposta de melhorias a serem implementadas no programa, como parte do processo da avaliação formativa.

Entre as possibilidades, o grupo de gestores observa uma mudança no perfil discente ingressante na instituição, que contempla estudantes trabalhadores, neurodiversos, ou de diferentes contextos sociais, fomentando a necessidade de ações de apoio e orientação pedagógica, conforme também afirma a literatura (Heringer, 2018HERINGER, R. Democratização da educação superior no Brasil: das metas de inclusão ao sucesso acadêmico. Revista brasileira de orientação profissional, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 7-17, jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18 set. 2021.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Oliveira; Silva, 2018OLIVEIRA, A. B.; SILVA, M. C. A psicologia na promoção da saúde do estudante universitário. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, Salvador, v. 7, n. 3, p. 363374, 2018. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/1913. Acesso em: 27 out. 2022.
https://www5.bahiana.edu.br/index.php/ps...
). A gestão compreende que o principal objetivo destas ações é promover a inclusão e integração dessa pluralidade estudantil à vida universitária.

Por meio do grupo de foco, os gestores afirmam a importância das ações de apoio e orientação pedagógica que considerem a diversidade do perfil discente presente na instituição como um dos principais objetivos do PIAPE. Além disso, validam a afiliação para o êxito acadêmico e para a permanência estudantil, conforme apontam Coulon (2008)COULON, A. A condição de estudante: a entrada na vida universitária. Salvador: Edufba, 2008. e Heringer (2018)HERINGER, R. Democratização da educação superior no Brasil: das metas de inclusão ao sucesso acadêmico. Revista brasileira de orientação profissional, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 7-17, jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18 set. 2021.
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, e, portanto, têm planejado ações que favoreçam o acolhimento, a inserção e a integração dos(as) graduandos(as) à cultura universitária.

5 Conclusão

A avaliação formativa realizada revela que o PIAPE tem alcançado seus objetivos de colocar-se como estratégia pedagógica de apoio aos estudantes e ao trabalho de ensino dos docentes, colaborando para a melhoria do desempenho acadêmico. A avaliação discente demonstra que o programa é uma importante ação da instituição destinada à atenção às vulnerabilidades educacionais vivenciadas na academia. Consolidar e fortalecer essa política é fundamental para garantir ao corpo discente condições para o acompanhamento das disciplinas, suprindo as dificuldades acadêmicas que podem permear seu percurso universitário, além de proporcionar ao corpo docente suporte nas atividades pedagógicas (Delatorre et al., 2020DELATORRE, F. et al. O Programa institucional de apoio pedagógico aos estudantes (PIAPE): um relato de experiência na UFSC. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 129-148. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
https://pedroejoaoeditores.com.br/produt...
).

Dos resultados da pesquisa, chama atenção a evasão das atividades do programa e o baixo índice de estudantes cotistas inscritos. A pesquisa suscita inquietações quanto aos motivos dessa exclusão das ações de apoio pedagógico, que podem estar fundamentadas no contexto social dos(as) estudantes como a necessidade de trabalhar e a consequente falta de tempo para se dedicar às atividades complementares. É emergente investigar os fatores que obstruem o engajamento de estudantes oriundos das políticas afirmativas nas ações de apoio pedagógico, sobretudo os estudantes dos cursos noturnos, cuja dificuldade de participação é ainda maior. Faz-se necessário possibilitar e fomentar a inclusão deste importante público nas ações de integração e permanência universitária desenvolvidas nas instituições.

Os(as) gestores(as) do programa consideram que as atividades de apoio pedagógico desenvolvidas pelo PIAPE colaboram para a permanência no curso. A avaliação da equipe gestora corrobora com a literatura no que diz respeito à repercussão positiva das ações de apoio pedagógico para a permanência estudantil e para a diminuição dos índices de retenção e evasão (Heringer, 2018HERINGER, R. Democratização da educação superior no Brasil: das metas de inclusão ao sucesso acadêmico. Revista brasileira de orientação profissional, Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 7-17, jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902018000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 18 set. 2021.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Toti; Dias, 2020TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
https://pedroejoaoeditores.com.br/produt...
). A gestão compreende as ações do programa como uma estratégia fundamental de apoio ao aprendizado, ao percurso acadêmico exitoso e à permanência estudantil, direcionada ao perfil discente diverso da instituição.

A proposta de melhorias sugerida à gestão em acordo com o objetivo da avaliação formativa buscou atender às necessidades apontadas na análise dos dados coletados e sugerir à gestão subsídios para o aprimoramento das ações futuras do programa, com a finalidade de ampliar e qualificar o seu atendimento. Sugere-se planejar a inclusão das ações listadas na pauta do programa, acompanhar o seu desenvolvimento e avaliar os resultados ao término dos semestres, para análise do crescimento e fortalecimento do programa, bem como para considerar resultados positivos e negativos no replanejamento das ações.

Para além da gestão do PIAPE, este estudo aprofundado intenta agregar conhecimento à instituição sobre a política de apoio pedagógico desenvolvida e sua contribuição para a permanência dos(as) graduandos(as), bem como conclamar seu espaço de importância para igualdade de condições de aprendizagem no ensino superior.

Considerando a responsabilidade da universidade sobre o processo de ensino e aprendizagem, o presente estudo fornece à instituição subsídios para a expansão do programa com o objetivo de alcançar toda comunidade discente, pois em conformidade com Toti e Dias (2020TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
https://pedroejoaoeditores.com.br/produt...
, p. 497), acredita-se que é necessário “coletivamente, desenvolver a área de apoio pedagógico como direito dos estudantes de graduação, como importante ação de permanência e como ferramenta de justiça social”. Para o fortalecimento dessa política, é fundamental o investimento na contratação e capacitação de servidores(as), além da ampliação de pesquisas na área (Andrade; Teixeira, 2017ANDRADE, A. M. J. de; TEIXEIRA, M. A. P. Áreas da política de assistência estudantil: relação com desempenho acadêmico, permanência e desenvolvimento psicossocial de universitários. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 22, n. 2, p. 512-528, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/wqhZ5Km7XCbNbPTRwQrjP6x/abstract/?lang=pt. Acesso em: 14 jul. 2022.
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).

O presente estudo possibilitou a análise de uma importante ação de assistência e permanência estudantil como o apoio pedagógico, que pode servir como base para estudos futuros sobre ações de apoio pedagógico em outras instituições, considerando a necessidade de fortalecer essa política educacional e a carência de estudos científicos na área (Dias, 2021DIAS, C. E. S. B. O apoio pedagógico no campo da assistência estudantil no contexto da expansão do ensino superior no Brasil. 2021. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2021. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61999. Acesso em: 26 jul. 2023.
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).

No que diz respeito à avaliação das ações de apoio pedagógico no ensino superior, encontra-se uma lacuna, haja vista a inexistência de pesquisas e o fato de que a maioria das instituições oferece atendimento e acompanhamento, mas não desenvolve mecanismos de avaliação quanto à eficiência dessas ações (Toti, 2022TOTI, M. C. da S. Apoio pedagógico nos serviços de assuntos estudantis das universidades federais brasileiras: mapeamento, tendências e desafios. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1242232. Acesso em: 26 jul. 2023.
http://repositorio.unicamp.br/acervo/det...
; Toti; Dias, 2020TOTI, M. C. da S.; DIAS, C. E. S. B. Conquistas, possibilidades e desafios para os serviços e seus profissionais. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 472-497. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
https://pedroejoaoeditores.com.br/produt...
; Toti; Polydoro, 2020TOTI, M. C. da S.; POLYDORO, S. A. J. A produção científica sobre o apoio pedagógico: compreensões sobre a permanência na educação superior. In: CLABES, 9., 2020, Bogotá. Anais [...]. Bogotá: Universidad del Rosário, 2020. p. 1022-1032. Disponível em: https://revistas.utp.ac.pa/index.php/clabes/article/view/2693. Acesso em: 5 dez. 2021.
https://revistas.utp.ac.pa/index.php/cla...
). Dessa maneira, Dias e Sampaio (2020DIAS, C. E. S. B.; SAMPAIO, H. Serviços de apoio a estudantes em universidades federais no contexto da expansão do ensino superior no Brasil. In: DIAS, C. E. S. B. et al. (org.). Os serviços de apoio pedagógico aos discentes no ensino superior brasileiro. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020, p. 27-60. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/os-servicos-de-apoio-pedagogico-aosdiscentes-no-ensino-superior-brasileiro/. Acesso em: 03 jul. 2021.
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, p. 53) conclamam que “novos estudos sejam realizados e que boas práticas sejam conhecidas e disseminadas a fim de subsidiarem o desenvolvimento e a institucionalização dos serviços de apoio estudantil nas instituições de ensino superior do País.”

Considera-se que, tanto os atores envolvidos diretamente nos programas, como outros usuários, podem se beneficiar com o processo avaliativo, uma vez que os relatórios de avaliação poderão servir como instrumentos de divulgação e de debate público sobre as alternativas de intervenção de uma dada realidade (Trevisan; Van Bellen, 2008TREVISAN, A. P.; VAN BELLEN, H. M. Avaliação de políticas públicas: uma revisão teórica de um campo em construção. Revista de Administração Pública (RAP), Rio de Janeiro, v. 42, n. 3, p. 529-550, maio/jun. 2008. Disponível em: https://revistas.utp.ac.pa/index.php/clabes/article/view/2693. Acesso em: 23 mar. 2022.
https://revistas.utp.ac.pa/index.php/cla...
). Assim, a presente avaliação formativa do PIAPE contribui metodologicamente para que outros programas e ações de apoio construam sua avaliação, contribuindo assim para a análise e fortalecimento das suas ações de apoio pedagógico.

Além disso, a pesquisa permite avanços quanto à produção de conhecimento sobre a permanência estudantil para além do apoio financeiro e material. Quando se amplia essa concepção, outros fatores passam a ser vistos como importantes para o sucesso estudantil, para além da assistência financeira, associando qualidade do ensino a políticas de permanência abrangentes (Toti; Polydoro, 2020TOTI, M. C. da S.; POLYDORO, S. A. J. A produção científica sobre o apoio pedagógico: compreensões sobre a permanência na educação superior. In: CLABES, 9., 2020, Bogotá. Anais [...]. Bogotá: Universidad del Rosário, 2020. p. 1022-1032. Disponível em: https://revistas.utp.ac.pa/index.php/clabes/article/view/2693. Acesso em: 5 dez. 2021.
https://revistas.utp.ac.pa/index.php/cla...
).

Referências

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Editor de Seção: André Pires | Editora de Layout: Silmara Pereira da Silva Martins

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Maio 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    15 Jun 2023
  • Aceito
    28 Dez 2023
  • Revisado
    26 Fev 2024
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