Outra face da interação: coletivos de comunicação das periferias e o Estado

Fonseca, Mariana; Almeida, Debora Rezende de

doi:10.1590/2236-9996.2024-5911

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Brasil

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Artigos Complementares • Cad. Metropole 26 (59) • Apr-Jun 2024 • https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-5911 copiar

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Outra face da interação: coletivos de comunicação das periferias e o Estado

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Resumo

Este artigo dá visibilidade a formas de ação coletiva nas periferias urbanas pouco presentes nos estudos sobre participação no Brasil: os coletivos de comunicação. Sugere uma interpretação histórico-processual para compreensão de quem são esses atores e por que são críticos à interação com o Estado. A pesquisa baseia-se na análise de conteúdo e caracterização temática exaustiva de 14.315 postagens nas páginas do Twitter e Facebook de 8 coletivos, de 4 regiões do País, durante a pandemia de covid-19, coletadas da API das plataformas de mídias sociais. Os resultados revelam a percepção dos atores de que as periferias há muito tempo atuam na base do “nóis por nóis” e a face diferenciada e, por vezes, violenta da interação do Estado com as periferias.

pandemia; periferias; coletivos de comunicação; interação; Estado

Perceberam que até o momento as favelas estão largadas pelo poder público ? E se não fossem os voluntários do #Covid19NasFavelas a crise estaria muito maior? Parabéns a todos envolvidos @eurenesilva @raullsantiago e demais!
Desde sempre, o povo pobre e favelado foi forçado a prosseguir. Parar nunca foi uma opção. O sentido de resistência para a favela é seguir em frente. Se tem tiroteio na rua A, a gente segue pro trabalho pela rua B, mas segue! #Covid19NasFavelas #CoronaVirusNasPeriferias

Os tiros não param e o terror só aumenta.
O Estado entra na favela para matar. Entra governo, sai governo, a Política Pública é sempre a mesma: @PMERJ para contenção da camada pobre da população.
Entra governo, sai governo: genocídio da população favelada.
Pedimos tanto ajuda do Estado e ele se faz presente nesse momento.
Como combater um vírus?
Como matar a fome de quem mais precisa? METENDO BALA! É mais fácil matar o favelado do que um vírus . Complexo do Alemão se acabando em tiros.
Medicina na favela:
1) paciente mandar mensagem pq não conseguirá comparecer devido à operação policial. 2) retirar bala perdida alojada no meio de uma pandemia. Faltam testes, faltam leitos, faltam ambulâncias. Mas tiro, nunca falta.
O genocídio e suas várias ramificações.
Em meio à pandemia que mata mais pretos, pobres e indígenas, o Estado não dá trégua e segue com operações nocivas e homicidas contra pessoas pretas.
Não há máscaras, nem álcool em gel que nos previna do ódio racial e de um bala de fuzil.
#CoronaNasPeriferias | Apesar do distanciamento social imposto pela pandemia, manifestantes saíram às ruas da Cidade Tiradentes para protestar no último sábado. Além do coronavírus, o Estado brasileiro segue matando pela bala. Confira a reportagem: https://t.co/E5Gy40KAxB

O isolamento social soa como um mito. Mesmo entre nós que combatemos a pandemia. Existe algo que se sobrepõe a nós, a vontade e a necessidade de garantias básicas para os nossos . Agimos na ausência do poder público para que os nossos tenham vez, voz, lugar.
Quando o poder público falha, as pessoas precisam ocupar esse vácuo . É incrível que no morro do Borel eles estejam se organizando pelo WhatsApp para acompanhar o nº de casos na comunidade. Mas não podemos romantizar. Cadê o Estado olhando para as periferias?
#covid19 | #JornalismoDeQuebrada | Na situação de crise, a defesa dos “nossos para os nossos”, revelada na relação de pertencimento entre jornalistas e público que compartilham de um mesmo local de morada, se reflete em uma atuação jornalística ainda mais criativa.

Mais um dia sem água aqui na Rocinha.
Mandam a população lavar as mãos direito, fazer isso, fazer aquilo, mas onde estão os recursos básicos?
Sem esperar ajuda do governo, Paraisópolis contrata médicos para combater vírus:
Associação de moradores contratou um serviço médico privado 24 horas por dia, incluindo ambulâncias, médicos, enfermeiras e socorristas.
Enquanto esse governo de insanos comete seus desvarios, quem pensa no povo é o próprio povo . Os R$600,00 ainda não estarem disponíveis é mais um sintoma do quão perverso este governo é.

A pandemia gerou grande impacto dentro das favelas. Além dos casos graves e mortes por covid-19, muitos moradores sofrem com a falta de atendimento médico, saneamento básico, segurança, desemprego, fome e as fake news .
A juventude das periferias não tem muito projeto de futuro por conta de um país que não possibilita planejamentos a longo prazo. A juventude quer viver o agora, quer viver o presente e ela não vai deixar de viver por conta da ameaça da covid-19. É triste, mas é real.
Em alguns estados, o valor da cesta básica passa dos R$600. Com os cortes nos programas sociais e o desemprego em massa, como a população vai sobreviver? A negligência do governo é genocídio. #TemGenteComFome

O #pratodascomunidades foi criado no início da pandemia para levar alimentos para quem precisa. A pandemia continua e a fome nas comunidades também.
Todo valor é importante e pode ajudar muitas pessoas.
Eu sou alguém que aposta nas políticas públicas sólidas e não em sistemas caritativos, mas a fome não espera. Diante do desgoverno genocida, a solidariedade é redução de danos . #TemGenteComFome
Agora mais do que nunca precisamos estar unidos para passar por esse período de caos juntos, cooperando e tendo empatia para com o próximo . Tudo isso vai passar, mas sabemos que não podemos depender apenas do governo, façamos cada um a sua parte e o que for possível. #TemGenteComFome

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