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Exposição à matéria particulada aérea e efeitos perinatais adversos: referencial mecanístico biologicamente plausível para exploração de potenciais

São três os objetivos deste artigo: descrever rotas mecanísticas biologicamente plausíveis pelas quais a exposição à matéria particulada (MP) pode levar a efeitos perinatais adversos, como baixo peso ao nascer (BPN), retardo do crescimento intra-uterino (RCIU) e nascimentos pré-termo (NPT); fazer uma revisão de evidências mostrando que a nutrição afeta rotas biológicas; explicar os mecanismos através dos quais a nutrição pode modificar o impacto da exposição a MP nos efeitos perinatais adversos. Propomos um referencial interdisciplinar que aproxime nutrição materna e infantil, avaliação de poluição do ar e epidemiologia cardiopulmonar e perinatal. Destacaram-se cinco possíveis mecanismos biológicos. A literatura indica que os efeitos da exposição a MP sobre o BPN, o RCIU e os NPT podem se manifestar através de mecanismos de estresse oxidativo cardiovascular, coagulação, inflamação, função endotelial e respostas hemodinâmicas. Estudos de exposição à MP relatando rotas mecanísticas a efeitos perinatais devem considerar a probabilidade de respostas biológicas e efeitos adversos ao nascer serem derivadas da exposição à MP e de outras fontes. Apresentamos estratégias para testes empíricos do modelo proposto e para o desenvolvimento de futuras pesquisas.

Poluição do ar; Biomarcadores; Doenças do nascimento; Doença cardiovascular; Nutrição


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