E1
(7)
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No período após alta (follow-up de 12 meses), os cuidadores de doentes idosos vítimas de AVC que integraram o grupo experi-mental prestaram cuidados de melhor qualidade (ß=0,45; p=0,03) do que os que integraram o grupo controlo; entre o 6º e 12º mês após alta, a probabilidade de re-institucionalização foi mais elevada para os doentes que integraram o grupo controlo do que no grupo experimental (X2=5,11; p=0,03). Pode concluir-se que atenção e cuidados precoces, treino, avaliação e acompanhamento do doente e família (cuidador), durante o internamento e após a alta, melhoram a qualidade dos cuidados recebidos pelos doentes assim como diminui a probabilidade de reinternamento… |
E2
(8)
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Considerados todos os domínios estudados no âmbito do AVC […], o efeito (effect size) do tratamento foi próximo do 0 […] para todos, excepto para o domínio "conhecimento e estilo de vida", o qual mostrou um significativo efeito decorrente da intervenção (p=0.0003). Apenas o domínio relativo ao conhecimento e estilo de vida foi melhorado com a intervenção, não sendo demon-strada a superioridade de um modelo ("comprehensive postdischarge care management") sobre o outro ("organized acute stroke department care with enhanced discharge planning"). Contudo, em ambos os grupos, estava garantida uma preparação e acom-panhamento na alta. |
E3
(9)
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Os sintomas depressivos foram associados com menor qualidade de vida relacionada com a saúde (HRQoL). A capacidade para realizar actividades pessoais e sociais, os interesses, menor idade, educação (ensino básico, elementar) e menor tempo de inter-namento associaram-se com mais elevada qualidade de vida relacionada com a saúde (HRQoL). A percepção de participação no próprio planeamento da alta foi quer positiva quer negativamente associado com qualidade de vida relacionada com a saúde (HRQoL). Diversas variáveis contribuem para uma boa qualidade de vida relacionada com a saúde nas duas a três semanas após a alta hospitalar, particularmente a menor sintomatologia depressiva e o envolvimento/ participação em actividades sociais (tais como actividades ao ar livre e desempenho de interesses). A participação (na preparação da própria alta) foi percebida quer positiva quer negativamente pelos doentes. |
E4
(10)
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Neste comentário de Griffiths (E4) ao estudo de Anderson et al (E5) são sublinhados aspectos importantes no que se refere ao doente vítima de AVC e ao processo de transição do contexto hospitalar para o contexto domiciliário (ex: a reabilitação, tempo de internamento, alta). Sublinha que a alta precoce não induz resultados (aos 6 meses) significativamente melhores para os doentes e pode conduzir a piores resultados em termos de QdV e saúde mental para os seus cuidadores. Também relembra que os cuidados em unidades de AVC são mais eficazes do que os cuidados em enfermarias gerais. Em termos conclusivos, no seu comentário é afirmado que uma redução no tempo de internamento (acelerar a alta) pode ser concretizado sem dano aparente para os doentes (vítimas de AVC) relativamente independentes; afirma também a fraca evidência quanto às vantagens da alta precoce e aos menores custos finan-ceiro relativamente à (permanência) em unidades de cuidados gerais (habituais); refere ainda a necessidade de mais investigação quanto aos efeitos sobre os cuidadores […]. |
E5
(11) [E4.1] |
Estudo comentado por Griffiths [E4], no qual se apontaram os seguintes resultados e conclusões: no geral os resultados clínicos, aos 6 meses após aleatorização dos grupos, não diferiram significativamente entre esses, mas a duração total do internamento - no grupo experimental - foi significativamente reduzida (15 contra 30 dias; p=0,001). Os cuidadores integrantes do grupo de "rea-bilitação domiciliária" apresentaram níveis significativamente mais baixos de saúde mental (SF-36) […]. |
E6
(12)
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Os grupos estudados foram objecto de abordagens diferentes; por um lado, os cuidados habituais; por outro, intervenção na alta através de planeamento de cuidados (equipas interdisciplinares) e colaboração estrita com as unidades de cuidados primários (nomeadamente clínicos).É referida uma significativa melhoria nos 5 domínios avaliados (tendo, cada domínio, mostrado um efeito positivo da intervenção), traduzindo um melhor perfil de saúde e prevenção secundária (p <0,0001), aos 3 meses pós-AVC e pós acidente isquémico tran-sitório (a.i.t.). Assim, este modelo de gestão dos cuidados resultou numa significativa melhora do perfil da saúde e de prevenção secundária, pelos 3 meses após alta. |
E7
(13)
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Os estudos/ artigos sugerem que os sobreviventes (de AVC) e as suas famílias têm necessidades adicionais de educação e apoio, para além do que está habitualmente garantido, e que a intervenção pode ser potenciada sendo-se mais proactivo do que reactivo, prevenindo crises ou rupturas potencialmente evitáveis. Esta revisão fornece informações sobre os métodos ideais de comuni-cação e planeamento e identifica melhores usos dessas oportunidades. Como conclusões, referem: muito mais poderá ser feito pela equipa multidisciplinar; investigação adicional e estudos experimentais […] permitirão uma melhor e mais informada prática clínica e, também, desenvolver melhores directrizes práticas para garantir a redução de stresse e ansiedade do cuidador, durante a admissão e alta; necessidade de investigação adicional sobre os efeitos do apoio educacional e emocional fornecido no ambiente hospitalar e em ambulatório… |
E8
(14)
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Dois anos e meio após alta hospitalar (t3), significativamente menos doentes do grupo experimental foram institucionalizados (2 versus 5) ou morreram (4 versus 11) [p=0.010]. A participação num programa intensivo de treino e trabalho, preparatório do pro-cesso de alta/ saída hospitalar, induz melhores resultados gerais mesmo a longo prazo (t3), constituindo um preditor significativo (o 3º, a par da melhor qualidade funcional na alta e da menor idade), para menores taxas de institucionalização e de mortalidade. Os efeitos da participação num programa com estas características podem persistir a longo prazo, induzindo a manutenção dos cuidados em domicílio e reduzindo a institucionalização e mortalidade. |
E9
(15)
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Apesar de um vasto conjunto de resultados, foi concluído que um programa bem estruturado e monitorizado, nomeadamente quanto aos seus objectivos e duração (ICP - Integrated Care Pathway), não revelou vantagem sobre uma abordagem multidiscipli-nar convencional (quanto à recuperação funcional e aos indicadores de qualidade de vida), em doentes vítimas de AVC acompan-hados em unidades de reabilitação de AVC Tais indicadores de recuperação funcional e de qualidade de vida eram melhores e mais rapidamente alcançados no grupo sujeito a uma abordagem multidisciplinar convencional. |
E10
(16)
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Como resultados refere-se que o doente vítima de AVC "minor" e suas esposas e cuidadoras podem experienciar enormes desafios na adaptação pós-alta. A trajectória de recuperação deste AVC "minor" pode exigir uma reavaliação dos planos de vida, o repensar de priori-dades e a integração das incapacidades resultantes nas situações de vida atuais e futuras, quer para o doentes quer para suas esposas e cuidadoras. Em muitos casos, tais adaptações são agravadas por transições associadas ao normal processo de envelhecimento. Em forma de conclusão, sublinham não haver muita informação que descreva o processo de recuperação (e papel das cuidadoras) do doente vítima de AVC "minor" na sua relação com o normal processo de envelhecimento, sendo necessária mais investigação nesta perspectiva da transição, para suportar as acções de planeamento da alta efectuadas por enfermeiros e por outros profissionais de saúde. |
E11
(17)
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Neste comentário de Stevenson (E11) ao estudo desenvolvido por Kalra, Evans, Perez et al (Enão seleccionado) são destacados os seus principais resultados e conclusões, entre outros aspectos importantes. Subordinado esse comentário ao título "Training informal caregivers of patients with stroke improved patient and caregiver quality of life and reduced costs", é afirmado que, aos 12 meses, os doentes do grupo de cuidadores treinados melhoraram o seu humor e qualidade de vida mas não houve diferenças, para os doentes do grupo de cuidados usuais, quanto à mortalidade, institucionalização e funcionalidade. Quanto aos cuidadores do grupo experimental, melhoraram o humor e a qualidade de vida, com diminuição da sobrecarga decorrente dos cuidados, com-parado com o grupo controlo, de cuidados habituais […]. Como síntese, poderia referir-se que proporcionar treino e formação aos cuidadores de vítimas de AVC melhora a sua qualidade de vida e humor/ ânimo, reduz custos associados aos cuidados sem, con-tudo, se repercutir na mortalidade, institucionalização ou funcionalidade dos doentes, quando comparado com o procedimento usual, do grupo de cuidadores sem treino específico. |
E12
(18)
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Estudo experimental em curso, iniciado em Novembro de 2013 e o último doente será incluído em 01 de Agosto de 2015. Estudo no qual a acupunctura funciona com variável experimental no processo terapêutico, que é constituído por terapia da fala e lin-guagem + terapia inicial (em doentes com afasia após AVC). |
E13
(19)
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Efectuada uma análise (via revisão da literatura) a 4 aspectos centrais nos cuidados ou atendimento ao doente vítima de AVC (rapi-dez na avaliação e instituição de tratamento; terapia trombolítica; unidades de AVC organizadas; alta precoce controlada, com serviços de apoio comunitário), os autores afirmam que seria possível obter resultados substancialmente melhores: assim, indicam que no país seria possível diminuir o número de episódios hospitalares anuais (3,3%), diminuir o número de dias em unidades de cuidados intensivos (25,9%), diminuir o número de dias em cuidados residenciais (12,8%), o número de mortes hospitalares seria reduzido em 14,9% e seria, enquanto estimativa, muito elevado e evitável o montante de custos directos e indirectos. Como conclusão do trabalho, afirmam que seria possível reduzir substancialmente os custos e melhorar os resultados clínicos se fossem mais intensivamente usadas as efectivas e já conhecidas modalidades de tratamento. |
E14
(20)
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Aborda-se o problema do AVC em pessoas jovens (18-55 anos) relacionando-o com a doença de Fabry, num protocolo de estudo prospectivo cujo objectivo é estimar e determinar a prevalência desta doença (Fabry) em adultos e jovens que apresentem acidente vascular cerebral. Concluem tratar-se, à data, da primeira iniciativa no país para determinar a prevalência de um resultado positiva para a doença de Fabry em adultos jovens com AVC Além disso, esta iniciativa (Canadian Fabry Stroke Screening Initiative) for-necerá informações sobre eventos vasculares recorrentes, incapacidade presente aos seis meses (via escala de Rankin modificada), e predisposição desta população pouco estudada. |
E15
(21)
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Através de um estudo prospectivo sem objectivos explicitamente expressos, pretendia-se determinar os efeitos - a longo prazo - da instituição de reabilitação intensiva em doentes vítimas de AVC Numa síntese dos resultados, referem que a baixa funcionalidade pelos 12 meses se correlacionava, significativamente, com mais tempo em internamento (mais prolongado), mais tempo decorrido entre o AVC e a transferência da unidade de cuidados agudos para a unidade de reabilitação ("time between stroke and being transferred from acute care to a rehabilitation unit"), e maiores níveis de depressão aos 12 meses. Enquanto conclusão, referem que aproximadamente metade dos doentes recuperou pelo menos 1 grau no nível de incapacidade aferida ao ano de follow-up e, de outra forma, repetem que a baixa funcionalidade aos 12 meses está associada a mais longo internamento (1ª admissão), atraso no programa de reabilitação e depressão psicológica. |
E16
(22)
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Abordagem ao valor prognóstico dos sintomas de delírio em doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI´s), com lesões neurológicas causadas por hemorragia intracerebral (não por AVC isquémico). Manifestar ou apresentar tal sintomatologia (delírio) foi associada a maior probabilidade de maus resultados funcionais (menor funcionalidade) e pior qualidade de vida no futuro, nos domínios da função cognitivo-executiva, após correcções para dano neurológico na admissão, idade, medidas tera-pêuticas (benzodiazepinas), entre outras. Concluem, afirmando que, após lesão neurológica focal, são frequentes os sintomas de delírio, apesar de baixas taxas de infecção e terapêutica sedativa, sendo esses preditores de piores resultados funcionais e menor qualidade de vida. |
E17
(23)
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Estudo retrospectivo que vem questionar e demonstrar como a intensificação da terapêutica trombolítica (trombólise) vem mel-horar a execução financeira do orçamento para a saúde (induzindo poupanças moderadas) e conduzir a melhoria dos scores/ níveis de qualidade de vida dos doentes. Como resultados, verificam que os custos (da trombólise) são compensados pela redução de custos associados ao hospital, à reabilitação e institucionalização, com a correspondente melhoria na qualidade de vida. A um aumento de 10% a 50% na terapêutica trombolítica em doentes com critérios, corresponde potencialmente, uma economia de 8.26% nos custos da reabilitação (comunitária) e a 12,3% nas despesas de institucionalização, por doente elegível. |
E18
(24)
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Pode referir-se que a idade dos doentes foi significativamente relacionada com a sua qualidade de vida (QdV); também a idade e escolaridade dos seus cuidadores estavam significativamente relacionadas com a própria QdV. A incapacidade dos doentes na admissão hospitalar e o tempo de internamento foram associadas à própria QdV, sendo a incapacidade dos doentes na admissão hospitalar também relacionada com a QdV dos cuidadores. Não foi encontrada relação entre o tempo de internamento e a QdV dos cuidadores. A satisfação com os cuidados recebidos foi associada à QdV quer dos doentes quer dos cuidadores. Usando um modelo APIM, que podemos designar por modelo de interdependência doente-cuidador [Actor - Partner (patient - caregiver) Interdependence Model] os autores concluem ter sido a satisfação com os cuidados recebidos o indicador (mais) importante e determinante da qualidade de vida de doentes e cuidadores. |
E19
(25)
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Apesar de ser estudado um grupo particular de doentes, aqueles com AVC e doença de chagas, os autores procuraram investigar a correlação entre a incapacidade e sintomas depressivos (associados ao AVC) com a capacidade de desempenho funcional e a qualidade de vida. Verificada correlação entre os scores funcionais (mRS e IB) mas não com as subescalas de qualidade de vida; com estas subescalas, correlacionou-se a pontuação na escala de depressão, embora esta (depressão) não tivesse associação com a funcionalidade básica (IB). Também estes doentes manifestaram uma correlação e influencia da sua qualidade de vida mais com os sintomas depressivos do que com as consequências motoras do AVC, apesar destas sequelas motoras prejudicarem mais a funcionalidade do que tais sintomas depressivos. |