Objetivo:
avaliar e correlacionar a qualidade de vida e a toxicidade financeira dos pacientes adultos submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas no período da pandemia de COVID-19.
Método:
estudo observacional, analítico, realizado com 35 pacientes em um hospital de referência para o transplante na América Latina. Para coleta de dados, utilizaram-se os questionários Functional Assessment Cancer Therapy Bone Marrow Transplantation e COmprehensive Score for financial Toxicity. Na análise dos dados empregaram-se os testes de correlação de Spearman e Mann-Whitney.
Resultados:
a qualidade de vida geral, durante a COVID-19, apresentou baixo escore (67,09/108), com maior comprometimento nas funções bem-estar funcional (14,47/28), social (16,76/28) e preocupações adicionais (23,41/40). As médias do grupo alogênico foram inferiores às do autólogo em todos os domínios, apresentando diferença significativa em relação às preocupações adicionais (p=0,01) e ao índice de avaliação do tratamento (p=0,04). A toxicidade financeira foi considerada de impacto leve (22,11/44). Observou-se relação, ainda que não significativa, entre a qualidade de vida e a toxicidade financeira (p=0,051).
Conclusão:
a qualidade de vida da amostra foi baixa, logo há uma correlação entre qualidade de vida e a toxicidade financeira, embora não significativa. Quanto maior a toxicidade financeira, menor a qualidade de vida.
Descritores:
Qualidade de Vida; Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas; Transplante de Medula Óssea; Estresse Financeiro; Toxicidade Financeira; COVID-19
Destaques:
(1) A toxicidade financeira durante a COVID-19 foi considerada leve
(2) Transplantados de medula óssea tiveram piora na qualidade de vida geral durante a pandemia de COVID-19
(3) Quanto maior a toxicidade financeira, pior a qualidade de vida dos transplantados