Participar, ou não participar: eis a questão |
Aspectos estruturais |
Ter um horário flexível |
Acho que não será difícil fazer esse exercício. Você disse uma vez por dia por alguns minutos? Parece possível. Posso fazer isso depois do almoço, ou talvez depois do café da manhã. Deixe-me ver. Veja só... Às vezes entramos na academia, mas não é fácil ir o tempo todo. Algo sempre aparece e no final, a cada dia vamos cada vez menos. Talvez com esse exercício em casa seja mais fácil (Ella).
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Tentando algo novo |
Se for para ajudar, eu faço. Será um desafio para mim, é isso. Sinto muita dor nas costas, mas vou experimentar. Tentei muitas coisas diferentes ao longo dos anos, remédios diferentes, meias de compressão, até fui ao fisioterapeuta algumas vezes. Para ser honesta, minha vida é praticamente o mesmo tédio agora. Antes eu fazia tudo, para cima e para baixo. Então, é sempre bom experimentar coisas novas, ajuda (Sonata).
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Mudança de rotina |
Florian: Já tenho minhas coisas, coisas que já faço durante o dia. Não sei se eu gostei [da atividade]. Não preciso disso na minha vida.
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Entrevistador: como assim? Levaria apenas cinco minutos do seu tempo. Você poderia fazê-lo depois de acordar, antes de tomar um banho.
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Florian: Não tenho certeza, eu tenho a minha vida programada, gosto de fazer as minhas coisas, já organizei minha vida com outras coisas
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Ter alguém com quem fazer isso |
Tenho medo, tenho medo de cair e quebrar meu fêmur novamente. Preciso de alguém para fazer isso comigo. Eu não me sinto bem, já faz um tempo, desde que eu uso o andador, mas meu filho me acompanha. Antes de sair para o trabalho, ele o coloca na sala de estar. Talvez meu filho possa me ajudar depois que chegar do trabalho. Se você explicar isso a ele, ele vai fazer comigo. Estou usando o andador já faz um tempo, não me sinto segura fazendo isso sozinha (Eva).
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Influência individual |
Ter limitações físicas |
Não tenho certeza sobre esse exercício. A coisa é a minha perna. Tenho muita dor, muita dor, minha querida, no joelho. Dói quando eu me mexo, quando me levanto, por causa dessa artrose, artrose muito alta. Ainda sinto um pouco de dor das varizes. As varizes doem um pouco. Quando o tempo esquenta, elas começam a esquentar, a queimar. É difícil para mim. Eu sinto que eu simplesmente não posso, e se eu vacilar e cair? (Rosa)
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Estigmatização associada a exercícios voltados para pessoas idosas |
Mas essa [atividade Sit-to-stand] é para pessoas que não andam ou nada, é para idosos ou pessoas que já estão muito doentes. Muito obrigado, mas não quero tomar seu tempo. Isto não é para mim. Eu sou velho, mas isso não é para mim, isso é o suficiente. Tenho 80 anos, mas ainda estou bem (Verão).
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Intenção |
Vou tentar fazer [atividades físicas] como o médico da Estratégia de Saúde da Família me pede para fazer. E os outros médicos também dizem: “você tem que andar, andar é bom, seus músculos vão te agradecer, você vai ver”. Então, eu acho que posso começar com esse exercício que você disse (Acácia).
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Ter metas |
Oh, eu realmente quero ser capaz de sentar e levantar sem sentir dor, sem problemas. Às vezes, quando me sento, me levanto, sento, levanto, sinto que minha perna vai estourar. Mas eu já senti isso antes, já faz um tempo [que eu sinto isso]. Acho que continua acontecendo, por enquanto...Mas quando vou ao banheiro, para subir o degrau lá no banheiro, eu digo: “oh, meu joelho vai estourar. Eu ouvi um crack”. Mas isso é normal. A coisa é fazer o exercício como você disse. Dias melhores virão, certo. Sentar, levantar, sentar de novo, levantar, certo? A gente precisa olhar para frente, se aferrar a alguma coisa e seguir em frente (Juliette).
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O que você achou da atividade? |
Fatores Motivacionais |
Custos |
Sabe, eu gostei de fazer isso, eu fazia isso toda vez que eu podia e cada vez que eu me lembrava. Às vezes esquecia de fazer isso e quando me lembrava já era hora de dormir. Mas isso de usar a cadeira foi muito legal. Se a gente for fazer ginástica na academia ou na praia, tem que pagar. Se for na academia do centro de saúde, não tem que pagar, mas para chegar lá tem que gastar dinheiro com o ecotáxi [transporte]. Mas essa atividade de sentar e ficar em pé pode ser feita em casa, isso é legal. Nós fazemos em casa (Estrela).
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Privacidade |
Não precisa se vestir e sair de casa. Até faço isso usando minhas roupas velhas e rasgadas. As pessoas olham para você quando você está lá na academia. É mais fácil se exercitar porque você não precisa se preocupar com roupas, se vestir, e tal. Quando estou em casa, estou sozinha (Ella).
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Benefícios percebidos na saúde mental e física |
Sonata: Esta semana não foi fácil porque às vezes eu sinto essa dor de manhã e à noite. Durante o dia, a dor alivia um pouco porque eu também tenho muito o que fazer. Meu Deus. Então, eu tenho que fazer de acordo com as minhas possibilidades, eu estou fazendo alguma coisa.
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Entrevistador: Você notou algum benefício depois de realizar a atividade?
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Sonata: Claro que sim. Porque eu não conseguia levantar da cadeira com facilidade. Eu tinha que parar e segurar em algum lugar. Se eu me sentasse neste banco, era difícil levantar. Então, eu tinha que me ajudar com as duas mãos na cadeira, e às vezes demorava mais tempo por causa da dor. Meu corpo inteiro dói. Mas minha filha estava tão feliz. Eu a surpreendi, certo? Ela chegou em casa, porque eu sempre tenho que esperar que ela me ajude. Então ela veio e eu disse, “Fique aqui perto de mim, feche os olhos”. Então ela disse: “o que aconteceu?” Eu disse, “uma coisa muito boa aconteceu”. Ela disse, “a moça [pesquisadora] estava aqui?” Eu disse, “sim”. O que aconteceu? Ela perguntou. Eu disse, “espere”. Então eu disse, “você pode se virar”. Então eu me levantei sozinha. “Nossa! Você não segurou lá”, disse ela. E então eu vim e fiz isso uma, duas, às vezes até três vezes, antes eu não podia ficar em pé. Não foi fácil, mas graças a Deus, estou chegando lá.
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O que você achou da atividade? |
Fatores Motivacionais |
Avançando em seu próprio ritmo e adaptando as atividades |
O exercício é fácil. Estou conseguindo, estou conseguindo. Eu estou fazendo. De vez em quando, não é fácil levantar, sim. Aí eu posso me sentar... Eu vou devagar e com certeza. Eu realmente queria sentar sem sentir dor, certo? E às vezes, há momentos em que sinto mais dor, e momentos em que sinto menos, certo. O exercício é realmente bom. É fácil. Não é desagradável, não. Todo dia eu faço um pouco. Eu sento ali naquela cadeira. Ontem eu fiz isso. Sentar, levantar, sentar, levantar. Às vezes, preciso da ajuda da minha filha ou do meu genro para isso, e também uso minhas mãos para me levantar. Mas eu faço isso. Quando não tenho vontade de fazer naquela cadeira, eu faço aqui no sofá. Mas faço isso. O importante é que eu estou tentando (Juliette).
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Senso de realização |
Entrevistador: Você notou algum benefício depois de ter feito esse exercício? O que você nota sobre si mesmo? Você está andando um pouco mais?
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Céu: Não, ainda não estou andando. Agora vou começar a andar um pouco aqui. Ainda não estou andando. Eu só fico de pé, mas já estou alongando mais. Depois que você conseguiu o andador para mim, eu comecei a sentar e ficar. Eu tentei e porque eu me sentia seguro fazendo isso, eu faço isso todos os dias. Já estou me alongando um pouco mais. Acredito que vou melhorar mais. Antes eu não podia me alongar tanto. Passo a Passo.
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Ter um sistema de apoio em membros da família |
Entrevistador: Cravo, o que o encorajaria a fazer esta atividade mais frequentemente? Seu filho está incentivando você?
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Cravo: Meu filho não é fácil, quando ele me vê ele diz: “você tem que fazer isso e pronto”. Às vezes, quando ele vem e eu fico do lado de fora, ele diz: “Você está saindo, finalmente, hein. Muito bem”. Eu digo, “tudo bem, tudo bem”. Então ele fica todo feliz, então eu faço coisas quando ele está por perto. Mas quando ele não está por perto, eu não faço nada
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Entrevistador: Então, ele incentiva você a se exercitar mais?
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Cravo: Muito, ele quer que eu vá para a academia. O que vou fazer na academia? Nada de academia. Meu filho me apoia. Sou eu que não levo a sério, é só isso, porque esse exercício foi uma coisa legal, mas praticamente tudo para a saúde é uma coisa boa. Eu até falei com minha filha, ela disse assim, “mãe, isso é bom, faça o exercício. Você está fazendo isso? De vez em quando eu não faço isso, e minha filha diz, “mãe, você tem que fazer isso todos os dias, todas as vezes”. Nem sempre, eu posso. Mas isso [a atividade de sentar-se] foi bom para mim, para me animar. Minha família me apoia.
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Ter um sistema de apoio no serviço de saúde |
Semana passada as meninas [enfermeiras] estavam aqui, vieram aqui para trocar o curativo na minha perna. Foi tudo bem. Eu realmente gosto delas, porque eles são muito legais. Eles mudaram o curativo. Eles fazem isso muito bem. Elas são muito boas. Para dizer a verdade, eu tinha um grande calo, do tamanho do meu dedo do pé, aqui. Então pedi à enfermeira para limpar um pouco. Ela pegou a tesoura, cortou e limpou. Não sinto mais nada. Mas era um calo grande e eu não podia nem colocar meus sapatos para levantar. Foi um milagre, viu? Ela cortou aqui e limpou. Ela cuidou muito bem. Está seco. Ela cortou tudo. Não sei se ela cortou com navalha ou tesoura. Mas doeu muito antes. Apoiava meu pé no chão e doía. Depois que eles limparam tudo e tiraram o calo, parou de doer, então eu estava mais confortável para fazer isso de me sentar e levantar (Juliette).
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Facilmente integrada à rotina diária |
Entrevistadora: Fale-me sobre a atividade, como foi, como você fez isso?
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Cravo: Eu fiz isso e fui dar uma volta. O que eu fiz foi sair para caminhar de manhã, então para não esquecer de fazer essa atividade de sentar e levantar, eu faço isso antes da minha caminhada. Eu fico com preguiça, mas eu levanto. Eu bebo meu café, eu faço a atividade e saio para caminhar. Foi fácil fazer isso [atividade de sentar e levantar] porque eu faço isso antes da minha caminhada, mas se eu não sair para caminhar, eu esqueço de fazer.
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Barreiras |
Condição de saúde atual |
Tive um momento difícil na quinta-feira passada. Fiquei doente, estava doente como nunca antes. Sinto muita dor, não tinha força para nada, nada. Eu não tinha mais [força], mas eu fiquei ainda pior. Fui para a cama, não conseguia dormir, estava com falta de ar. Eu estava sem força para nada. Eu não tinha mais força, sabe... eu passei por sete cirurgias, e eu tenho escoliose. Não pude fazer nada na semana passada. O médico me disse que o Tandrilax que tira minha dor faz muito mal para mim. Então ontem eu não tomei o Tandrilax, nem hoje, então estou com mais dor, mais no joelho, gente, viu..., na coluna, nos ombros. Eu não posso nem pensar em fazer o que você me pediu com tudo isso, nem pensar nisso (Acácia).
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Nenhuma necessidade percebida |
Entrevistador: E o que te motiva a se exercitar? Ou o que melhor te motivaria a fazer a atividade de sentar-se e levantar-se?
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Florian: Não sinto dor no joelho, não sinto nada. Eu não sinto nada, eu tenho essa coisa no joelho, eu ando com uma bengala; mas eu não sinto dor. O joelho está praticamente normal. Eu não preciso fazer mais nada, certo? Estou nessa fase onde não sinto dor, não sinto nada, a única coisa que faço é andar em casa, não saio de casa, não faço quase nada. Não, eu não preciso fazer este exercício. Eu sou... Estou bem, não tenho nada. Não é brincadeira não, eu não sinto que tenha que fazer isso.
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Fatalismo |
Juliette: Honestamente, no início [da atividade] eu não tinha nenhuma esperança. Eu não sabia se eu ia chegar lá, mas... é assim mesmo. Temos que aceitar tudo. Eu não sabia se seria capaz de fazer isso, porque eu não posso sentar e ficar de pé por causa do meu joelho, sabe? Esse era o meu pensamento.
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Entrevistadora: Como está agora, Sra. Juliette?
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Juliette: Estou conseguindo. Estou conseguindo. A vida é assim.
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O que você achou da atividade? |
Fatalismo |
Medo de desfechos adversos |
Eu fiz muito pouco. Por exemplo, agora não estou sentindo nada no meu joelho. Mas se ela [a atividade] começar a incomodar, então eu já começo a sentir o joelho. Eu digo a mim mesma: então eu não vou me esforçar. E aí meu joelho não fica inchado. Não, não. Só dói. Semana passada, na terça-feira, do nada, eu não sei o que aconteceu, eu tive uma torção aqui. Então, eu prefiro não forçar ou qualquer coisa porque pode piorar, então, o que é que eu faço? Estou na casa dos noventa anos, tenho que ter muito cuidado para não piorar as coisas (Lily).
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Falta de companhia |
Oh minha querida eu já fiz tanto, corri, fiz aeróbica, corri muito. Eu e meu marido [falecido marido] saíamos para caminhar todas as manhãs, bem cedo. Sim, nós dois saíamos para caminhar de manhã cedo. Acordávamos e nem bebíamos café, mas de vez em quando tomamos café sim. Caminhávamos durante uma hora. Ele às vezes se sentava no banco da praia e eu dizia, “está tudo bem”, eu tinha alguns amigos que também estavam andando por lá. Fiquei lá por uma hora, caminhei por uma hora. Foi bom, me senti bem e foi bom para minha saúde. Depois que meu marido faleceu, eu não andei mais, não fiz mais nada. Ele era uma pessoa tão boa, maravilhosa. Sessenta e três anos de felicidade. Ele era meu parceiro em tudo, se ele estivesse aqui talvez estaríamos fazendo isso juntos, nós dois, aquele exercício que você passou. Ele foi muito bom, ele faz falta (Acácia).
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Falta de motivação |
Ah, eu não fiz o exercício. Eu esqueço... Oh, eu não sei. É preguiça, é tudo, tudo junto. Eu nem sequer fiz isso. Sinto-me desanimada. Alguns dias a gene se sente assim, sabe. Eu vou fazer isso mais tarde. Sim, mas minha preguiça também atrapalha, preguiça. Eu tenho que ficar mais esperta, prestar mais atenção e saber que eu tenho que me mover, mas então quando eu me deito eu não tenho vontade de levantar para nada. É sempre a mesma coisa, minha querida, é preguiça aqui, eu tenho que deixar de lado essa preguiça. Eu sou preguiçosa demais, a culpa é minha, só minha (Cravo).
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Exigências conflituantes |
Foi engraçado que o remédio prescrito pelo hospital, Losartan, não chegou, parece que está em falta. Mas então, hoje eu pedi [Losartan, para pagar do meu próprio bolso]. Eu vou pegá-lo em breve. Mandei [alguém] comprar no [centro] do Rio. Ainda tenho uma neta louca. É que eu não posso... Vou me preocupar com ela para quê? Não vou me preocupar. Mas a gente sempre se irrita com alguma coisa, não é? É muito estresse, às vezes esquecemos da nossa vida, esquecemos de fazer as coisas. Quando essas coisas estressantes acontecem, eu fico muito irritado. Nestes dias, eu esqueço de fazer a atividade de sentar-se e levantar-se. É muita preocupação na cabeça (Borboleta).
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Desafio de rotina/Disciplina |
Estou bem. Eu fiz o exercício apenas algumas vezes, é muito para fazer. Estou sozinha. Às vezes eu esqueço. Faço isso quando me lembro. Eu até esqueço esse exercício, eu realmente esqueço. Algumas coisas eu faço automaticamente, faço sem pensar. Mas eu estou tendo problemas para lembrar dessa atividade de sentar e levantar-se (Flora).
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Preocupação com a segurança |
É como eu te disse, quando eu levanto, a primeira coisa que eu sinto é que eu tenho muito desequilíbrio, sabe. Então, é como se eu fosse cair, mas eu não caio, eu nunca caí por causa disso, mas sinto que vou cair, um golpe seco (Margarida).
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Clima |
Eu fiz isso. Eu faço o exercício e eu ando por aí, hoje eu não fiz porque tem muito sol, está muito quente. Eu sempre faço isso de manhã. Mas essa semana não, está muito quente, agora, está muito quente hoje. Quando está quente, não dá (Cravo).
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