Objetivo:
avaliar a ocorrência de comportamentos ofensivos no trabalho, suas características e associação com o sexo, estresse, burnout e depressão em trabalhadores de saúde.
Método:
estudo transversal, descritivo, de natureza quantitativa, realizado com 125 trabalhadores do Sistema Único de Saúde brasileiro. Os dados foram coletados no período de junho de 2021 a abril de 2022, por meio de três questionários autoaplicáveis que avaliam as características pessoais e ocupacionais; comportamentos ofensivos, estresse e burnout e sintomas depressivos. Estatística descritiva, teste de associação Qui-Quadrado e análise de regressão logística foram aplicados.
Resultados:
44% da amostra referiram 83 comportamentos, sendo as ameaças de violência mais frequentes (26%). Técnicos/auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos foram os profissionais mais expostos. O principal agressor foi o paciente, exceto quanto ao bullying, perpetrado por colegas de trabalho (48%). Houve associação entre comportamentos ofensivos e burnout (OR: 4,73; IC 95%: 1,29-17,3; p=0,02) e entre comportamentos ofensivos e sintomas de depressão (OR: 1,05; IC 95%: 1,01-1,10; p=0,02).
Conclusão:
a ocorrência de comportamentos ofensivos no trabalho em saúde é frequente e característica; o burnout e os sintomas depressivos aumentaram, respectivamente, 4,73 e 1,05 vezes as chances de o trabalhador sofrer estes comportamentos ofensivos no ambiente de trabalho.
Descritores:
Violência no Trabalho; Depressão; Esgotamento Profissional; Saúde do Trabalhador; Condições de Trabalho; Riscos Ocupacionais
Destaques:
(1) A ameaça de violência é o tipo de comportamento ofensivo mais frequente.
(2) Profissionais de enfermagem e médicos são mais acometidos pela violência no trabalho.
(3) Vítimas de violência no trabalho têm maiores chances de ter sintomas depressivos.
(4) Ter sofrido violência no trabalho aumenta em quase cinco vezes a chance de burnout.