Pegmatitos graníticos são tradicionalmente conhecidos por terem intercrescimentos gráficos, pertíticos e mirmequíticos, relacionados a quartzo e feldspatos potássicos e sódicos. Também são considerados para caracterizar os tipos de pegmatitos, distinguindo-os dos granitos e outros tipos de rochas plutônicas relacionadas. Granito gráfico é aceito como sinônimo do pegmatito granítico. Estudos sistemáticos, do autor e seus colegas, sobre depósitos de pegmatitos graníticos de gemas permitiram a definição de duas províncias de gemas águas marinhas no ENE do Brasil: uma no NeoProterozóico e outra em seqüência Arqueana. Feldspatos potássicos na primeira apresentam intercrescimentos pertíticos e, na outra, o intercrescimento gráfico domina com quartzo grosseiro centimétrico anômalo ao longo das clivagens de K-feldspato. Diversos pegmatitos graníticos encontrados no complexo Arqueano, na Província de Águas Marinhas de Lages Pintadas, Santa Cruz, Estado do RN, apresentam esta textura-estrutura. Intercrescimento gráfico é atribuído a cristalização eutética, sucedida por fluidos hidrotermais com enriquecimento de sílica permitindo o crescimento através da difusão e nucleação de quartzo e ao alongo das clivagens de feldspato potássico. No terreno Arqueano, a abundancia de chert reciclado formando migmatitos metapsamíticos atravessados por numerosos veios de quartzo e granito gráfico grosseiro, contribuiu para o crescimento de berilo e da água marinha.
Terreno Arqueano; veios de quartzo; depósitos de pegmatito; intercrescimento gráfico; águas marinhas
