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Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume: 83, Número: 2, Publicado: 2004
  • Considerações sobre o processo de revisão pelos pares nos arquivos Editorial

    Albuquerque, Cicero Piva de
  • Fatores de risco e morbimortalidade associados à fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca Artigos Originais

    Silva, Rogério Gomes da; Lima, Gustavo Glotz de; Laranjeira, Andréia; Costa, Altamiro Reis da; Pereira, Edemar; Rodrigues, Rubem

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Determinar a incidência de fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca, seu impacto sobre a morbimortalidade e o tempo de internação hospitalar e analisar os fatores de risco presentes no pré, trans e pós-operatório. MÉTODO: Estudo de coorte contemporâneo com 158 pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca, sendo excluídos aqueles com fibrilação atrial no pré-operatório. Os pacientes foram avaliados por monitorização cardíaca contínua e eletrocardiogramas diários e a fibrilação atrial considerada como qualquer episódio de ritmo irregular, com presença de ondas f de morfologia e amplitude variáveis. RESULTADOS: A incidência de fibrilação atrial foi de 28,5%, sendo 21,6% para os pacientes revascularizados e 44,3% para os submetidos à correção valvar. Fatores independentemente associados à fibrilação atrial foram insuficiência cardíaca esquerda no pré-operatório (p=0,05; RC=2,2), balanço hídrico total (p=0,01; RC=1,0), tempo de cirurgia (p=0,03; RC=1,01) e outros fatores associados: idade > 70 anos, doença valvar aórtica, agitação psicomotora, tempo de permanência de drenos, congestão pulmonar e insuficiência respiratória no pós-operatório. O uso de betabloqueadores (p=0,01; RC=0,3) foi um fator de proteção. Fibrilação atrial pós-operatória associou-se a aumento do tempo de internação hospitalar (16,9 ± 12,3 dias vs 9,2 ± 4,0 dias, p<0,001) e a maior incidência de acidente vascular cerebral ou óbito pós-operatório, (p=0,02). CONCLUSÃO: A incidência de fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca foi elevada e ocasionou significativo aumento de morbimortalidade e tempo de internação hospitalar. Entre os fatores de risco independentes destaca-se o balanço hídrico excessivo e, como fator protetor, uso de betabloqueadores.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To determine the incidence of atrial fibrillation in the postoperative period of cardiac surgery, its impact on morbidity, mortality, and hospital stay, and to analyze the risk factors in the pre, trans, and postoperative periods. METHOD: Contemporary cohort study with 158 adult patients undergoing cardiac surgery, of whom those with atrial fibrillation in the preoperative period were excluded. The patients were assessed with continuous cardiac monitoring and daily electrocardiograms. Any episode of irregular rhythm with the presence of f waves of variable morphology and amplitude was considered atrial fibrillation. RESULTS: The general incidence of atrial fibrillation was 28.5%, being 21.6% for revascularized patients and 44.3% for those undergoing valvular repair. Factors independently associated with atrial fibrillation were left heart failure in the preoperative period (p=0.05; RC=2.2), total fluid balance (p=0.01; RC=1.0), duration of surgery (p=0.03; RC=1.01) [and other associated factors, age > 70 years, aortic valvular disease, psychomotor agitation, length of installation of the drains, pulmonary congestion and respiratory insufficiency in the postoperative period]. The use of beta-blockers (p=0.01; RC=0.3) was a protective factor. Atrial fibrillation in the postoperative period was associated with an increase in the length of hospital stay (16.9±12.3 days versus 9.2±4.0 days, p<0.001) and a greater incidence of stroke or postoperative death (p=0.02). CONCLUSION: The incidence of atrial fibrillation in the postoperative period of cardiac surgery was high and caused a significant increase in morbidity, mortality, and the length of hospital stay. Among the independent risk factors, excessive fluid balance is significant. The use of beta-blockers was identified as a protective factor.
  • Quantificação da massa infartada do ventrículo esquerdo pela ressonância magnética cardíaca: comparação entre a planimetria e o método de escore visual semi-quantitativo Artigos Originais

    Azevedo Filho, Clerio Francisco de; Hadlich, Marcelo; Petriz, João Luiz Fernandes; Mendonça, Luís Antonio; Moll Filho, Jorge Neval; Rochitte, Carlos Eduardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Validar um novo método de escore visual semi-quantitativo contra a planimetria digital quantitativa para a determinação da massa infartada do ventrículo esquerdo pela ressonância magnética cardíaca com técnica de realce tardio. MÉTODO: Estudados 77 pacientes com infarto miocárdico prévio em aparelho de ressonância magnética de 1,5T utilizando técnica de realce tardio para avaliação da viabilidade miocárdica e cálculo da massa infartada. Para avaliação da função ventricular esquerda pelo método de Simpson utilizamos técnica de cine-ressonância. O cálculo da massa infartada foi realizado nas imagens de realce tardio de duas formas: planimetria e método de escore. Utilizamos métodos de regressão linear simples, correlação e concordância entre métodos e observadores segundo a análise de Bland-Altman. RESULTADOS: Em todos os 77 pacientes as áreas de infarto foram detectadas pela ressonância magnética cardíaca utilizando a técnica de realce tardio. O tamanho do infarto medido pela planimetria foi semelhante ao obtido pelo método de escore, com a média das diferenças entres as medidas de apenas 1,03% da massa do ventrículo esquerdo. As variabilidades inter (0,41%) e intra-observador (0,34%) evidenciaram excelente reprodutibilidade do método de escore. A massa infartada apresentou boa correlação com a fração de ejeção e volumes distólico e sistólico finais indexados, r=-0,76, r=0,63 e r=0,67, respectivamente. CONCLUSÃO: A avaliação de pacientes com infarto agudo do miocárdio prévio pela ressonância magnética cardíaca, utilizando a técnica de realce tardio, permite a determinação reprodutível do tamanho do infarto, tanto pelo método de planimetria, quanto pelo modelo semi-quantitativo de escore.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To compare a new semiquantitative visual scoring method with quantitative digital planimetry for determining left ventricular infarcted mass by use of cardiac delayed contrast-enhanced magnetic resonance imaging. METHOD: Seventy-seven patients with previous myocardial infarction underwent delayed contrast-enhanced magnetic resonance imaging using a 1.5T device for assessing myocardial viability and calculating the infarcted mass. Cine magnetic resonance imaging was used for assessing left ventricular function with the Simpson method. The infarcted mass was calculated on the delayed contrast-enhanced images according to the following 2 methods: planimetry and the scoring method. Simple linear regression and correlation and agreement between the methods and observers according to the Bland-Altman plot were used. RESULTS: The infarcted areas in all 77 patients were detected by use of cardiac delayed contrast-enhanced magnetic resonance imaging. The size of the infarction measured by planimetry was similar to that obtained with the scoring method, with a mean difference between measurements of only 1.03% of the left ventricular mass. Inter- (0.41%) and intraobserver (0.34%) variabilities indicated an excellent reproducibility of the scoring method. Infarcted mass showed a good correlation with ejection fraction and indexed end-diastolic and end-systolic volumes, r=-0.76, r=0.63, and r=0.67, respectively. CONCLUSION: In patients with previous myocardial infarction, delayed-enhanced magnetic resonance imaging provides accurate infarct size quantification by planimetry and by semiquantitative score.
  • Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica Artigos Originais

    Martin, José Fernando Vilela; Higashiama, Érika; Garcia, Evandro; Luizon, Murilo Rizzatti; Cipullo, José Paulo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a prevalência, o quadro clínico e as lesões orgânicas envolvidas em uma crise hipertensiva. MÉTODO: Estudo retrospectivo de análise de prontuários médicos de pacientes com elevação dos níveis de pressão arterial diastólica > 120 mmHg e sintomáticos, atendidos em setor de emergência de hospital universitário durante 12 meses. Urgência foi caracterizada como elevação sintomática da pressão arterial sem evidências de lesão em órgão-alvo e, emergência hipertensiva, como elevação sintomática da pressão arterial com evidências de lesão aguda ou em evolução de órgão-alvo. RESULTADOS: Incluídos 452 pacientes com crise hipertensiva, representando 0,5% de todas as emergências clínico-cirúrgicas, sendo 273 (60,4%) de urgência e 179 (39,6%) de emergência hipertensiva. Não conheciam ser hipertensos 18%. Tabagismo e diabetes foram fatores de risco associados ao desenvolvimento de crise hipertensiva em 1/4 e 1/5 dos pacientes, respectivamente. Pacientes com emergência apresentaram maior idade (59,6 ± 14,8 vs 49,9 ± 18,6 anos, p < 0,001) e maior pressão arterial diastólica (129,1 ± 12 vs 126,6 ± 14,4 mmHg, p < 0,05) do que aqueles com urgência hipertensiva. Acidente vascular encefálico isquêmico e edema agudo de pulmão foram as emergências hipertensivas mais comuns, compatíveis com as manifestações clínicas mais freqüentemente encontradas de déficit neurológico e dispnéia. CONCLUSÃO: Crise hipertensiva respondeu por 0,5% de todos os atendimentos de emergência do estudo e a 1,7% das emergências clínicas, sendo a urgência mais comum que a emergência hipertensiva. Acidente vascular encefálico isquêmico e edema agudo de pulmão foram as lesões em órgãos-alvo mais freqüentes nas emergências hipertensivas.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To assess the prevalence of hypertensive crisis, related clinical findings, and the organic lesions involved. METHOD: This retrospective study comprised the analysis of the medical records of symptomatic patients with an elevation in diastolic blood pressure levels > 120 mmHg, who sought the emergency unit of a university-affiliated hospital over 12 months. Hypertensive urgency was characterized as the symptomatic elevation of blood pressure levels with no evidence of target-organ lesions, and hypertensive emergency was characterized as the symptomatic elevation of blood pressure levels with evidence of acute or ongoing target-organ lesion. RESULTS: This study comprised 452 patients with hypertensive crisis, accounting for 0.5% of all clinicosurgical emergencies, of which, 273 (60.4%) were hypertensive urgencies and 179 (39.6%) were hypertensive emergencies. Eighteen percent of the patients ignored their hypertensive condition. Smoking and diabetes were risk factors associated with the development of a hypertensive crisis in 1/4 and 1/5 of the patients, respectively. The patients with a hypertensive emergency were older (59.6±14.8 versus 49.9±18.6 years, p < 0.001) and had greater diastolic blood pressure (129.1±12 versus 126.6±14.4 mmHg, p < 0.05) than those with hypertensive urgencies. Ischemic stroke and acute pulmonary edema were the most common hypertensive emergencies, being in accordance with the most frequently found clinical manifestations of neurologic deficit and dyspnea. CONCLUSION: Hypertensive crises accounted for 0.5% of all emergency cases studied and for 1.7% of all clinical emergencies, hypertensive urgency being more common than hypertensive emergency. Ischemic stroke and acute pulmonary edema were the most frequent target-organ lesions in hypertensive emergencies.
  • Anticorpos contra beta2-glicoproteína I como fatores de risco para infarto agudo do miocárdio Artigos Originais

    Ranzolin, Aline; Bohn, Jussara Marilú; Norman, Gary L.; Manenti, Euler; Bodanese, Luis Carlos; Mühlen, Carlos Alberto von; Staub, Henrique Luiz

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Determinar se títulos elevados de anticorpos contra o cofator fosfolipídico beta2-glicoproteína I (beta2-gpI) se associam a risco aumentado de infarto agudo do miocárdio. MÉTODOS: Incluídos 82 pacientes com infarto agudo do miocárdio e 82 controles, avaliados quanto à idade, sexo, raça, hipertensão, tabagismo, cardiopatia prévia, história de diabetes mellitus e hipercolesterolemia. Anticorpos anticardiolipina e antibeta2-gpI IgA, IgG e IgM foram detectados por imunoensaio. Odds ratios (OR) ajustados para fatores de risco foram obtidos através de regressão logística. RESULTADOS: A média de idade para casos e controles foi, respectivamente, de 57,7 e 51,1 anos (P=0,003), predominando homens (P=0.005) e a raça branca em ambos os grupos (P = 0.798). Entre os fatores de risco, história de diabetes (OR 5,3; IC95% 1,9 a 14,9; P=0,001) e cardiopatia prévia (OR 4,7; IC95% 2,0 a 10,7; P<0,001) foram as associações mais consistentes com o infarto do miocárdio. A freqüência de anticorpos anticardiolipina IgG, IgM e IgA não diferiu em casos e controles (P=1,000). Anticorpos IgA contra beta2-gpI IgA foram mais freqüentes em casos do que em controles (P=0.054). O OR ajustado para anticorpos IgA anti-beta2-gpI IgA foi 3,4 (IC95% 1,3 a 9,1; P = 0,015). CONCLUSÃO: Anticorpos IgA antibeta2-gpI, mas não anticardiolipina, parecem se comportar como fatores de risco independentes para o infarto, o que pode representar um elo entre autoimunidade e aterosclerose em pacientes com infarto agudo do miocárdio.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To determine whether high levels of antibodies against the phospholipid beta2-glycoprotein I (beta2-gpI) cofactor are associated with an increase in the risk of acute myocardial infarction. METHODS: The study comprised 82 patients with acute myocardial infarction and 82 controls, who were assessed in regard to age, sex, race, hypertension, smoking, previous heart disease, history of diabetes mellitus, and hypercholesterolemia. The following antibodies were detected using immunoassay: anticardiolipin and anti-beta2-gpI IgA, IgG, and IgM. Adjusted odds ratios (OR) for risk factors were obtained through logistic regression. RESULTS: The mean ages of the cases and controls were, respectively, 57.7 and 51.1 years (P=0.003). Men (P=0.005) and the white race predominated in both groups (P=0.798). Of the risk factors, a history of diabetes (OR=5.3; 95% CI: 1.9 to 14.9; P=0.001) and previous heart disease (OR=4.7; 95% CI: 2.0 to 10.7; P<0.001) were the most consistent associations with myocardial infarction. The frequency of anticardiolipin IgG, IgM, and IgA antibodies did not differ between cases and controls (P=1.000). Anti-beta2-gpI IgA antibodies were more frequent in cases than in controls (P=0.054). The adjusted OR for anti-beta2-gpI IgA antibodies was 3.4 (95% CI: 1.3 to 9.1; P=0.015). CONCLUSION: Anti-beta2-gpI IgA antibodies, but not anticardiolipin antibodies, seemed to behave as independent risk factors for myocardial infarction, which may represent a link between autoimmunity and atherosclerosis in patients with acute myocardial infarction.
  • Insuficiência renal aguda após cirurgia de revascularização miocárdica com circulação extracorpórea: incidência, fatores de risco e mortalidade Artigos Originais

    Santos, Fernando Oliveira; Silveira, Marco Antonio; Maia, Roberto Barreto; Monteiro, Marcelo Dantas Cerqueira; Martinelli, Reinaldo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Identificar a incidência, fatores de risco e mortalidade de insuficiência renal aguda (IRA), em pacientes submetidos à cirurgia para revascularização miocárdica com circulação extracorpórea. MÉTODOS: Estudados prospectivamente todos os pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica e as variáveis clínicas e laboratoriais analisadas através de métodos uni e multivariado (regressão logística). RESULTADOS: Insuficiência renal aguda ocorreu em 16,1% dos 223 pacientes estudados, diálise foi necessária em 4,9% dos pacientes. Os fatores de risco associados à IRA na análise univariada foram: idade > 63 anos OR 3,6 (95% IC=1,6 a 8,3), creatinina sérica pré-operatória > 1,2 mg/dl OR 5,9 (95% IC=2,4 a 14,6), duração da circulação extracorpórea > 90 min OR 2,1 (95% IC=1,0 a 4,4), uso de balão intra-aórtico OR 2,6 (95% IC=1,2 a 5,5); necessidade de drogas inotrópicas OR 4,4 (95% IC=1,9 a 10,2) e, na análise multivariada, foram fatores independentes associados à IRA idade > 63 anos OR 3,0 (95% IC=1,3 a 7,2), creatinina sérica pré-operatória > 1,2 mg/dl OR 4,3 (95% IC=1,6 a 11,4), necessidade de drogas inotrópicas OR 3,2 (95% IC=1,3 a 8,0). A mortalidade nos pacientes com IRA foi de 25,0 % em comparação com 1,1% entre os sem IRA e 63,6% entre os que necessitaram de diálise. CONCLUSÃO: Insuficiência renal aguda em cirurgia de revascularização miocárdica é uma complicação freqüente e está associada à alta mortalidade. Sendo fatores de risco independentes: idade, insuficiência renal prévia e necessidade de drogas inotrópicas.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To identify the incidence, risk factors, and mortality of acute renal failure (ARF) in patients undergoing myocardial coronary artery bypass surgery with extracorporeal circulation. METHODS: All patients undergoing myocardial coronary artery bypass surgery were prospectively studied, and their clinical and laboratory variables were assessed using uni- and multivariate analysis (logistic regression). RESULTS: Acute renal failure occurred in 16.1% of the 223 patients studied; 4.9% of patients required dialysis. Risk factors associated with ARF in the univariate analysis were age > 63 years, OR 3.6 (95% CI=1.6 to 8.3); preoperative serum creatinine > 1.2 mg/dL, OR 5.9 (95% CI=2.4 to 14.6); duration of extracorporeal circulation > 90 min, OR 2.1 (95% CI=1.0 to 4.4); use of intraaortic balloon, OR 2.6 (95% CI=1.2 to 5.5); need for inotropic drugs, OR 4.4 (95% CI=1.9 to 10.2). In the multivariate analysis, independent factors associated with ARF were: age > 63 years, OR 3.0 (95% CI=1.3 to 7.2); preoperative serum creatinine > 1.2 mg/dL, OR 4.3 (95% CI=1.6 to 11.4); need for inotropic drugs, OR 3.2 (95% CI=1.3 to 8.0). Mortality in the patients with ARF was 25.0% compared with 1.1% in those without ARF and 63.6% in those who required dialysis. CONCLUSION: Acute renal failure after myocardial coronary artery bypass surgery is a frequent complication associated with a high mortality rate. The independent risk factors are age, previous renal failure, and the need for inotropic drugs.
  • Validação do teste de exercício de 4 segundos em posição ortostática Artigos Originais

    Almeida, Marcos Bezerra de; Ricardo, Djalma Rabelo; Araújo, Claudio Gil Soares de

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Testar a viabilidade operacional e validar um protocolo do teste de exercício de 4s (T4s) realizado em posição ortostática (ORTO). MÉTODOS: O ORTO, similar ao protocolo convencional (CICLO), ou seja, exercício súbito do 4º ao 8º segundo de uma apnéia inspiratória máxima de 12s, ao invés da pedalada rápida (sem carga), em caminhada estacionária acelerada (flexão alternada dos quadris). Índice vagal cardíaco (IVC), adimensional, calculado pela razão entre as durações dos intervalo RRs imediatamente antes do exercício (RRB) e o mais curto durante o exercício (RRC), medido em traçado de eletrocardiograma a uma resolução de 10ms. Avaliados 47 indivíduos (40±17 anos, 169±9 cm, 72±14 kg) de ambos os sexos, saudáveis ou não, que realizaram randomicamente três repetições consecutivas nos dois protocolos, sendo a primeira utilizada apenas para familiarização dos procedimentos. RESULTADOS: Embora tenha havido diferenças no IVC para os dois protocolos (1,48±0,04 vs 1,42±0,04; p<0,001), não houve relevância fisiológica. Em 5 (11%) casos observou-se diferença clinicamente relevante entre ORTO e CICLO para o IVC. Os resultados de RRB, RRC e IVC nos dois protocolos foram fortemente correlacionados, respectivamente, 0,84; 0,85 e 0,93, (p<0,001). CONCLUSÃO: O T4s realizado em posição ortostática demonstrou ser uma opção válida para avaliação do tônus vagal cardíaco nos laboratórios que não dispõem de cicloergômetro, sem prejuízo da interpretação clínica, além da simplicidade e aplicabilidade do procedimento, de baixo custo operacional.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To test the operational viability of and validate the 4-second exercise test (4sET) protocol in the orthostatic position (ORTHO). METHODS: The ORTHO protocol, an alternative to the conventional protocol (CYCLO), was used. The ORTHO protocol consists of performing sudden exercise in the orthostatic position - accelerated stationary walking (alternate upward flexion of the thighs) - from the fourth to the eighth second of a 12-second maximum inspiratory apnea, instead of rapid cycling without load. The adimensional cardiac vagal index (CVI) was calculated using the ratio between the longest RR interval (RRB) - the one immediately before, or the first during exercise - and the shortest RR interval during exercise - usually the last (RRC) - measured on electrocardiographic tracings at a 10-ms resolution. Forty-seven individuals (40±17 years, 169±9 cm, 72±14 kg) of both sexes, healthy or unhealthy, randomly underwent 3 consecutive repetitions of the 2 protocols, the first being performed only to acquaint patients with the procedure. RESULTS: Although differences in the CVI were found in both protocols (1.48±0.04 vs 1.42±0.04; P<0.001), no physiological relevance was observed. In 5 (11%) cases, a clinically significant difference between the ORTHO and CYCLO protocols was observed for CVI. The results of RRB, RRC, and CVI in the 2 protocols were strongly correlated, being 0.84, 0.85, and 0.93, respectively (P<0.001). CONCLUSION: The 4sET performed in the orthostatic position proved to be a valid option for assessing the vagal cardiac tonus in laboratories lacking a cycloergometer, without jeopardizing clinical interpretation. In addition to simplicity and applicability, the procedure also provides low operational costs.
  • Análise da variabilidade da freqüência cardíaca em pacientes hipertensos, antes e depois do tratamento com inibidores da enzima conversora da angiotensina II Artigos Originais

    Menezes Júnior, Antônio da Silva; Moreira, Humberto Graner; Daher, Murilo Tavares

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Comparar a variabilidade de freqüência cardíaca em indivíduos normotensos e hipertensos e observar o comportamento do sistema nervoso autônomo após terapia com inibidores da enzima conversora de angiotensina II. MÉTODO: Estudados 286 pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial, pela 1ª vez, e divididos em 4 grupos, conforme a pressão arterial diastólica (PAD): grupo A - PAD<90 mmHg; grupo B - PAD 90-99 mmHg; grupo C - PAD 100-109 mmHg; grupo D - PAD>110 mmHg. Os pacientes do grupo A (normais) e do grupo C (HA moderada), somando 110 e 79 pacientes, respectivamente, submeteram-se ao Holter-ECG 24h com análise de variabilidade de freqüência cardíaca no domínio do tempo (DT) e no domínio da freqüência (DF). O grupo C foi tratado com inibidores da ECA durante 3 meses, e após esse período novamente avaliado com Holter-ECG 24h e variabilidade da freqüência cardíaca, e os valores comparados com os normotensos. RESULTADOS: Os parâmetros SDNN, PNN50 (DT) e o espectro LF (DF) foram significativamente diferentes para os dois grupos, com valores notadamente diminuídos em hipertensos (p<0,05). Pacientes do grupo C, após tratamento com IECA, mostraram-se recuperados em todas as variáveis da variabilidade da freqüência cardíaca, apresentando valores próximos aos dos normotensos. CONCLUSÃO: A variabilidade da freqüência cardíaca mostrou-se reduzida em hipertensos quando comparados aos normotensos, apontando para uma queda no reflexo baroceptor. Observou-se ainda a presença de um ajuste autonômico funcional após terapia anti-hipertensiva com IECA, indicando recuperação do tônus parassimpático.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To compare heart rate variability in normotensive and hypertensive individuals and to observe the behavior of the autonomic nervous system after treatment with angiotensin II-converting enzyme inhibitors. METHOD: The study comprised 286 patients diagnosed with arterial hypertension (AH) for the first time and divided into 4 groups according to diastolic blood pressure (DBP) levels: group A - DBP<90 mmHg; group B - DBP 90-99 mmHg; group C - DBP 100-109 mmHg; group D - DBP>110 mmHg. Group A (110 healthy individuals) and group C (79 patients with moderate AH) underwent 24-hour Holter-ECG with analysis of heart rate variability in time domain (TD) and frequency domain (FD). The group C patients were treated with ACE inhibitors for 3 months, and, after this period, they underwent a new 24-hour Holter-ECG study for assessing heart rate variability, the values being compared with those of normotensive individuals. RESULTS: The SDNN and PNN50 parameters (TD), and the LF spectrum (FD) were significantly different in the 2 groups, with clearly reduced values in hypertensive individuals (P<0.05). Group C patients, after treatment with ACE inhibitors, showed a recovery in all variables of heart rate variability, achieving values close to those of normotensive individuals. CONCLUSION: Heart rate variability was reduced in hypertensive patients when compared with that in normotensive individuals, indicating a decrease in the baroreceptor reflex. A functional autonomic adjustment after the antihypertensive treatment with ACEI was observed, indicating recovery of parasympathetic tonus.
  • Edema generalizado e circulação hiperdinâmica: um possível caso de beribéri Relato De Caso

    Minicucci, Marcos F.; Zornoff, Leonardo A. M.; Matsue, Mirna; Inoue, Roberto M. T.; Matsubara, Luiz S.; Okoshi, Marina P.; Okoshi, Katashi; Campana, Álvaro O.; Paiva, Sergio A. R.
  • Qual a diretriz de hipertensão arterial os médicos brasileiros devem seguir? Análise comparativa das diretrizes brasileiras, européias e norte-americanas (JNC VII) Ponto De Vista

    Silva, Giovanio Vieira da; Mion Júnior, Décio; Gomes, Marco Antônio Mota; Machado, Carlos Alberto; Praxedes, José Nery; Amodeo, Celso; Nobre, Fernando; Kohlmann Júnior, Oswaldo
  • Caso 4/2004 - Morte súbita em mulher de 24 anos portadora de arterite de Takayasu (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - FMUSP, São Paulo) Correlação Anatomoclínica

    Falcão, Sandra; Giorgi, Dante Marcelo Artigas; Favarato, Desidério; Bortolotto, Luiz; Gutierrez, Paulo Sampaio
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
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