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Diabetes e implante de stents coronarianos: experiência de um centro de referência em cardiologia intervencionista

Diabetes and coronary stent implantation: experience from a reference center in interventional cardiology

Nosso objetivo foi avaliar a influência do diabetes mellitus (DM) na evolução clínica de pacientes com doença arterial coronariana tratada com implante de stents. Foram implantados 934 stents em 893 pacientes em nossa instituição de 1996 a 2000; 23% destes apresentavam DM. Características clínicas, angiográficas e desfechos clínicos dos pacientes com e sem DM foram prospectivamente incluídos em banco de dados computadorizado. O grupo DM tinha maior idade (61,5 ± 10 vs. 59,8 ± 11 anos; p= 0,04) e prevalência de hipertensão arterial (69% vs. 62%; p= 0,09). A taxa de sucesso clínico do procedimento (estenose residual < 30%, fluxo TIMI 3, ausência de eventos clínicos adversos na internação) foi menor nos pacientes com DM (88% vs. 92%; p= 0,05). Em 1 ano, os pacientes com DM apresentaram maiores taxas de revascularização do vaso-alvo (12,3% vs. 8%; p= 0,06), óbitos (5,4% vs. 2,5%; p= 0,03) e eventos cardiovasculares maiores (ECVM; nova angioplastia, cirurgia, infarto agudo do miocárdio ou óbito: 16,3% vs. 9,3%; p= 0,003). A presença de DM foi independentemente associada a ECVM na análise multivariada (OR: 2,00; IC: 1,253,24; p= 0,004). Concluímos que o DM associa-se a aumento do risco de complicações intra-hospitalares, re-estenose e eventos cardiovasculares maiores em pacientes submetidos ao implante de stents coronarianos.

Diabetes mellitus; Angioplastia coronariana percutânea; Revascularização miocárdica; Cardiopatia isquêmica


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