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Ben Jelloun e o sufismo: o zahir e o bateno

O texto de Ben Jelloun reveste-se de aparentes ambigüidades: masculino-feminino, mentira-verdade, visível-invisível... Essa estrutura dicotômica funda-se no par zahir-bateno, conceitos da filosofia sufi que são inseridos nas entrelinhas através de Jorge Luis Borges (ora personagem, ora intertexto), e pela menção direta ao misticismo islâmico. Os múltiplos contadores de história e a busca trágica da identidade dos protagonistas revelam o uso obstinado e simbólico da máscara por Ben Jelloun, reforçando a dicotomia, mas revelando o seu caráter ilusório. Outros temas do sufismo podem ser ressaltados: o riso, o dhikr, o duplo, o espelho mágico, a unidade na multiplicidade, a dissolução da individualidade, a extinção - fanâ, e a ilusão do tempo. Esses temas representam a situação e a condição ambíguas do migrante.

sufismo; zahir; bateno; máscara; tempo; ilusão


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