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Tradução criativa, diagrama e cálculo icônico

O ícone é operacionalmente definido como um signo cuja manipulação permite, por observação direta de suas propriedades intrínsecas, a descoberta de alguma informação sobre seu objeto. Esta definição representa uma destrivialização da noção do ícone como um análogo do objeto representado. Vou explorar aqui a noção de tradução icônica, que Haroldo de Campos relaciona à tradução criativa, em uma nova direção, baseado em um critério operacional que associa os ícones aos diagramas, que são signos icônicos de relação. Tão logo um ícone seja observado como algo consistindo de partes inter-relacionadas, e uma vez que as relações estejam sujeitas a mudanças experimentais baseadas em leis, estamos operando com diagramas. Trata-se de um argumento conhecido que a tradução criativa recria relações de isomorfismos (ou paramorfismos) entre diversos níveis de descrição do signo traduzido. Esta ideia aquié subsidiada pelo conceito operacional do ícone, capaz de revelar a forma definida de uma relação. Exemplifico, ao final, minha argumentação exibindo um caso notável de tradução de John Donne, por Augusto de Campos.

tradução; diagramas; cálculo icônico; Peirce


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