Resumo
O abastecimento público da região metropolitana do Rio de Janeiro é bastante dependente da transposição do rio Paraíba do Sul: 70% de suas águas são desviadas para o rio Piraí e através de uma série de reservatórios, descarregadas no rio Guandu. Neste trajeto ocorre a exposição a diversas fontes de poluição, o que coloca a qualidade da “água bruta” da Estação de Tratamento de Águas do Guandu (ETA) sob grande vulnerabilidade. O intuito do trabalho foi analisar o potencial citogenotóxico de águas coletadas em quatro diferentes pontos do rio Piraí, a jusante da transposição, utilizando o sistema teste de Allium cepa. As coletas foram realizadas em duas épocas distintas, uma no período de estiagem e outra no período chuvoso. Todos os pontos estudados apresentaram algum nível de citogenotoxicidade, com a presença de nucléolos grandes, nucléolos múltiplos, brotos nucleares, cromossomos em atraso, aderência cromossômica, células com cariorréxe, retrações citoplasmáticas e alterações no índice mitótico. As amostras coletadas durante a estação seca apresentaram um número maior de alterações indicando que o potencial citogenotóxico varia em função do tempo, dependendo do aumento da emissão de efluentes contaminados. Os resultados obtidos aliados aos dados do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) no mesmo período, ressaltam a importância de serviços de monitoramento, saneamento, tratamento de esgoto e que a presença de poluentes não só inviabiliza a tratabilidade da água, mas traz riscos reais aos organismos de diferentes níveis tróficos, incluindo o homem.
Palavras-chave:
bioindicador; citogenotoxicidade; qualidade da água
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