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Polineuropatia urêmica: estudo clínico-eletroneurográfico de 33 casos

Uraemic neuropathy: a clinical-etectroneurographic study in 33 patients

Neste estudo foram avaliados 33 pacientes com polineuropatia e insuficiência renal crônica. A idade dos pacientes variou entre 18 e 58 anos, sendo 26 do sexo masculino e 9 do feminino. Todos os pacientes apresentavam níveis de uréia acima de 100 mg/dl e creatinina acima de 5,0 mg/dl. 10 pacientes foram mantidos com hemodiálise crônica, 13 com diálise peritoneal semanal e 10 com tratamento clinico conservador (controles). Foram realizadas medidas da condução nervosa motora nos nervos mediano, ulnar e peroneiro em todos os pacientes, concomitante com a avaliação clínica. Os pacientes foram divididos em grupos, conforme a intensidade da neuropatia presente. Os sintomas mais freqüentes foram diminuição do senso de vibração, câimbras e hipoestesia distai para tacto. O nervo mais afetado foi o peroneiro (97,82%), seguido do mediano e ulnar. O procedimento dialítico alterou pouco a condução nervosa, quando as aferições eram realizadas antes e depois da mesma diálise. Não houve nenhuma diferença estatisticamente significante entre os grupos de hemodiálise e diálise peritoneal na avaliação clinica ou eletroneurográfica. Em 7 pacientes seguidos por vários anos, a condução nervosa manteve-se estável em dois, aumentou em dois e baixou em três, acompanhando a evolução dos sintomas. Nos três que pioraram, houve desenvolvimento paralelo de hiper-paratireoidismo secundário. Os autores concluem que o nervo peroneiro é o que melhores condições fornece para o seguimento e avaliação clinica dos pacientes com uremia, apresentando tendência para diminuir a condução nervosa, quando existe piora da sintomatologia, sem relação com o tipo de diálise empregado.


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