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Dissecção arterial cervical: características clínicas em um serviço de neurologia de São Paulo, Brasil

RESUMO

As dissecções arterais cervicais correspondem somente a uma pequena proporção dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, mas despertam interesse científico devido à sua alta variabilidade clínica.

Objetivos:

Este estudo destina-se a avaliar os fatores de risco, desfechos clínicos, comparar o tratamento com anticoagulação e antiagregação, e avaliar o prognóstico desses pacientes.

Métodos:

Estudo observacional, retrospectivo utilizando dados de prontuários de pacientes com dissecção arterial cervical entre os períodos de janeiro de 2010 e agosto de 2015.

Resultados:

O número de pacientes foi 41. A idade foi de 19 a 75 anos, com idade média de 44,5 anos. O fator de risco mais comum encontrado foi o tabagismo. Antiagregação foi utilizada na maioria dos pacientes (65,5%); 43% dos pacientes apresentaram recanalização em seis meses, sendo esta mais frequentemente observada nos pacientes que receberam anticoagulação (p = 0,04).

Conclusão:

A presença de doença aterosclerótica é considerada rara em pacientes com dissecção arterial cervical. Entretanto, nosso estudo encontrou alta frequência de hipertensão arterial, tabagismo e dislipidemia. A escolha pela terapia antitrombótica permanece controversa e dependerá do julgamento clínico do médico; os resultados clínicos com anticoagulação ou antiagregação foram similares, mas houve maior taxa de recanalização no grupo tratado com anticoagulação. A recorrência de dissecação arterial cervical e AVC foi considerada rara e o curso, favorável.

Palavras-chave:
Acidente vascular cerebral; fatores de risco; prevenção primária; prevenção secundária; anticoagulantes

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