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Epilepsia e doença de chagas cronica

Epilepsy and chronic Chagas' disease

A síndrome epiléptica em chagásicos crônicos, foi referida raramente na literatura especializazda, não tendo sido feito até o momento, um estudo detalhado das suas manifestações. Partindo-se da premissa de que a moléstia de Chagas tem por substrato anatômico uma destruição neuronal, procurou-se comparar dois grupos de epilépticos, um dos quais com moléstia de Chagas crônica. Foram estudados 167 pacientes epilépticos, dos quais 44 eram comprovadamente chagásicos. O estudo permitiu coletar dados referentes à procedência dos pacientes, resultado soro-lógico, sexo, idade, época de incidência das manifestações epilépticas, elementos dos exames neurológicos, do líquido cefalorraqueano, eletrencefalográfico e os resultados da terapêutica anticonvulsivante. Como resultados principais destacamos o início tardio da epilepsia nos chagásicos, e o predomínio acentuado das crises parciais com sintomatologia elementar de tipo autonômico. O exame neurológico e o do líquido cefalorraqueano, apesar de apresentarem percentualmente nos seus resultados, taxas moderadamente mais elevadas na incidência de alterações, não caracterizaram síndromes neurológicas bem definidas. O exame eletrencefalográfico, revelou alterações sugestivas de comprometimento orgânico cerebral difuso. A terapêutica anticonvulsivante, baseada na utilização de hidantoinatos, barbitúricos, primidona e benzodiazepínicos, mostrou que o controle das crises foi mais difícil nos chagásicos, exigindo maiores quantidades de medicação, com resultados menos satisfatórios.


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