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Farmacovigilância em pacientes com epilepsia em uso de drogas antiepilépticas

OBJETIVO: Investigar a ocorrência de efeitos adversos das drogas antiepilépticas (DAE) em pacientes com epilepsia crônica tanto em mono quanto em politerapia. MÉTODO: Avaliamos consecutivamente os pacientes que preencheram os seguintes critérios de inclusão: idade igual ou superior a 18 anos, diagnóstico de epilepsia por no mínimo um ano, doses estáveis de DAE por no mínimo três meses. Os pacientes foram instados a responder espontaneamente sobre a presença de efeitos colaterais das DAE. Após isto, um questionário formal sobre eventos adversos foi aplicado. Também avaliamos especificamente a presença de queixas nas últimas quatro semanas. Os dados foram analisados levando-se em conta o uso de mono ou politerapia e a presença ou não de provável depressão (índice >15) segundo o CES-D. RESULTADOS: Sessenta e cinco pacientes foram avaliados, 35 mulheres, idade média 38,3 anos; 35 pacientes estavam em uso de monoterapia e 35 em politerapia. Somente 45 (69,2%) pacientes espontaneamente registraram a presença de efeitos adversos. Após o questionário formal, 63 (97%) pacientes tiveram queixas (p<0,001). Dezessete homens e 28 mulheres reportaram eventos adversos (p=0,042). Quando as últimas quatro semanas foram analisadas, os pacientes com provável depressão relataram mais freqüentemente a presença de efeitos adversos (p<0,0001). CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que efeitos adversos são altamente prevalentes quando um questionário detalhado é aplicado e que depressão pode agravar o número e a intensidade de eventos adversos em pacientes com epilepsia utilizando DAE.

drogas antiepilépticas; farmacovigilância; epilepsia; depressão; eventos adversos


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