Resumo
Antecedentes
Aparelhos celulares fazem parte da vida das pessoas. A literatura aponta riscos quando o uso do celular está associado a uma tarefa motora. Estudos abordando esse tema na doença de Parkinson são escassos.
Objetivo
Investigar o impacto de tarefas-duplas com o celular sobre equilíbrio e mobilidade de pessoas com doença de Parkinson, na comparação com controles saudáveis.
Métodos
Participantes com e sem doença de Parkinson foram submetidos a três tarefas: (1) Ficar em pé e caminhar sem o celular; (2) Ficar em pé e caminhar enquanto conversa ao celular; e (3) Ficar em pé e caminhar enquanto digita mensagens. As avaliações envolveram testes de equilíbrio e mobilidade. Os procedimentos estatísticos envolveram testes de análise múltipla de variâncias, com análise de efeito principal para os fatores grupo (doença de Parkinson x controle), tarefa (com celular × sem celular) e interação (grupo × tarefa). Significância foi estipulada em 5%. Tamanhos de efeito foram reportados.
Resultados
Participantes com doença de Parkinson apresentaram pior equilíbrio (p = 0,001; tamanho do efeito: 0,471) e mobilidade (p = 0,001; tamanho do efeito: 0,472) que controles. O uso do celular afetou ambos os grupos (p = 0,005, tamanho do efeito de 0,673 para equilíbrio e p = 0,001, tamanho do efeito de 0,549 para mobilidade). O impacto da tarefa-dupla, contudo, foi maior no grupo Parkinson (p = 0,009; tamanho do efeito de 0,407 para mobilidade).
Conclusão
Tarefas simultâneas com o celular causam desequilíbrio e problemas de mobilidade na doença de Parkinson. As pessoas devem ter cuidado ao utilizar celulares durante atividades em pé e ao caminhar.
Palavras-chave:
Doença de Parkinson; Telefone Celular; Viés de Atenção; Limitação da Mobilidade; Acidentes por Quedas