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Associação entre a pontuação inicial do Miniexame do Estado Mental e a incidência de demência em uma coorte de longevos

RESUMO

Antecedentes: A população brasileira envelheceu rapidamente. Os longevos, definidos como pessoas com 80 anos ou mais, são o segmento da população brasileira que mais cresce. Diversos instrumentos têm sido usados para avaliar o desempenho cognitivo de idosos e para predizer demência. Um dos instrumentos mais utilizados é o Miniexame do Estado Mental (MEEM). Objetivo: Nosso objetivo foi investigar a relação entre a pontuação inicial do MEEM e a incidência de demência em uma coorte brasileira de idosos longevos independentes. Métodos: Foram avaliados dados de 248 idosos por meio de um questionário sociodemográfico e de avaliações cognitivas seriadas. Resultados: O tempo médio de acompanhamento dos participantes foi de 4,0 (±1,9) anos. Eram mulheres 71,4% deles e a pontuação média do MEEM na entrada foi de 25 (±3,5) pontos. As pontuações médias do MEEM no início do estudo foram significativamente maiores (p=0,001) no grupo cognitivamente intacto do que naqueles que desenvolveram demência. A regressão logística mostrou que, para cada ponto a mais na pontuação do MEEM no início do estudo, houve redução de 10% na probabilidade de desenvolver demência. Conclusões: No cenário brasileiro de rápido crescimento da população de idosos longevos, o uso da ferramenta cognitiva mais amplamente utilizada cria a necessidade de determinar não apenas sua eficácia no rastreamento da demência, mas também de interpretar seu escore considerando-se a futura conversão para demência.

Palavras-chave:
Demência; Incidência; Idoso de 80 Anos ou mais

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