RESUMO
Introdução:
Esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e autoimune do sistema nervoso central. Ao longo do tempo, pacientes com EM acumulam incapacidades neurológicas. A EM tipicamente afeta adultos jovens e se associa a um perfil inflamatório de citocinas e linfócitos. Se um paciente tiver uma dieta potencialmente inflamatória, é possível que a evolução da EM seja mais agressiva neste indivíduo.
Objetivo:
Investigar se pacientes com EM residentes na cidade de Santos e região, São Paulo, Brasil, apresentam um perfil de dieta inflamatória.
Métodos:
Pacientes com EM e controles saudáveis foram individualmente entrevistados e um Recordatório da Dieta de 24 horas e a Escala de Bristol de Tipo de Fezes foram aplicadas. A ingesta de sal foi calculada usando o WebDiet 2.0 software.
Resultados:
Não houve diferença marcante nos hábitos alimentares de controles saudáveis (n=34) e pacientes com EM (n=66), exceto pelo maior consumo de carboidratos pelos pacientes. Tanto os pacientes com esclerose múltipla quanto controles tinham maior consumo de proteína e menor consumo de carboidratos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Não houve correlação entre o consumo de alimentos e a incapacidade neurológica dos pacientes com EM.
Conclusão:
O padrão de dieta de pacientes com EM e controles saudáveis é semelhante na cidade de Santos, SP, Brasil e região circunvizinha, exceto pelo maior consumo de carboidratos pelos pacientes. Não foi identificado um perfil de dieta pró-inflamatória entre os pacientes incluídos neste estudo.
Palavras-chave:
Esclerose Múltipla; Dieta; Ciências da Nutrição; Inflamação; Neurologia