Acessibilidade / Reportar erro
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Volume: 81, Número: 2, Publicado: 2023
  • Ampliando a identificação da cognição superior na velhice Editorial

    Rogalski, Emily
  • IScore, uma ferramenta prognóstica útil para pacientes com AVC isquêmico submetidos a trombólise: estudo de validação Original Article

    Scavasine, Valéria Cristina; Costa, Rebeca Teixeira; Zétola, Viviane de Hiroki Flumignan; Lange, Marcos Christiano

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. Até 30% dos indivíduos evoluem a óbito nos primeiros 30 dias. Dos sobreviventes, mais da metade ficam com alguma sequela. Certas variáveis identificadas já na admissão podem sinalizar maior risco de desfecho desfavorável. Uma dessas ferramentas prognósticas é a Escala de Previsão de Riscos de AVC Isquêmico (Ischemic Stroke Predictive Risk Score, IScore, em inglês). Objetivo Analisar e validar a aplicação do IScore em pacientes com AVC isquêmico submetidos a trombólise endovenosa e comparar os resultados obtidos com a aplicação da escala aos verdadeiros desfechos de morte e incapacidade funcional. Métodos Trata-se de um estudo retrospectivo, cujos dados foram obtidos do banco de dados da Unidade de AVC do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A IScore foi aplicada conforme os dados de admissão de 239 pacientes. Os pacientes foram acompanhados ambulatorialmente, e os resultados da escala foram comparados aos desfechos reais de mortalidade e incapacidade. Os resultados foram demonstrados por meio da curva característica de operação do receptor (receiver operating characteristic, ROC, em inglês) para determinar sensibilidade e especificidade da escala. Resultados Em pacientes com AVC submetidos a trombólise, a IScore demonstrou moderada sensibilidade e alta especificidade para predizer desfechos tanto de óbito quanto de incapacidade, nos intervalos de 30 dias e 1 ano após o evento. Conclusões A IScore pode ser aplicada em pacientes com AVC isquêmico, na população específica submetida a trombólise; portanto, pode ser usada como uma ferramenta prognóstica útil, que pode guiar decisões terapêuticas. Entender o prognóstico de paciente na fase aguda pode auxiliar os clínicos a fazer as melhores decisões terapêuticas e possibilitar melhores cuidados ao fim da vida.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Stroke is one of the major causes of disability and mortality worldwide. Up to 30% of individuals who experience stroke die within 30 days, and more than 50% of those who survive will have some degree of disability. There are some predetermining factors based on admission data that could be used to objectively assess the odds of poor outcomes, including the Ischemic Stroke Predictive Risk Score (IScore). Objective To analyze and validate the IScore in patients undergoing intravenous thrombolysis for stroke and compare the results of this predictor with actual death and disability outcomes. Methods In a retrospective study, data were collected from a database housed at the Stroke Unit of the Teaching Hospital of Universidade Federal do Paraná, Southern Brazil. The IScore was applied to admission data from 239 patients, and the results were compared with actual outcomes (death and disability) within 30 days and 1 year after the stroke event. Data analysis was performed using an analysis of the receiver operating characteristic (ROC) curve to determine the sensitivity and specificity of the IScore in the study population. Results The IScore demonstrated moderate sensitivity and high specificity in patients with stroke who underwent thrombolysis when evaluated after 30 days and 1 year of the event. Conclusions The IScore can be applied to in stroke patients undergoing thrombolysis; therefore, it may be used as an objective prognostic tool to guide clinical decision-making. Understanding the prognosis of patients in the acute phase can assist clinicians in making the best therapeutic decisions and enable better end-of-life care.
  • Idosos de alta performance cognitiva em uma amostra de base populacional com baixa escolaridade: estudo Pietà Original Article

    Carmona, Karoline Carvalho; Resende, Elisa de Paula França; Guimarães, Henrique Cerqueira; Machado, Thais Helena; Amaral-Carvalho, Viviane; Santos, Etelvina Lucas dos; Barbosa, Maira Tonidandel; Caramelli, Paulo

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes Envelhecimento cerebral saudável pode ser definido como envelhecimento sem transtornos neurológicos ou psiquiátricos e com independência funcional. Além da ausência de doença e funcionalidade preservada, existem indivíduos que se destacam pelo desempenho superior ao normal em testes cognitivos. Estes indivíduos são chamados de “high performance older adults” (HPOA, na sigla em inglês). Objetivos Investigar a presença de HPOA em uma população de idosos com baixa escolaridade e, se presente, investigar associações com variáveis sociodemográficas, clínicas e de estilo de vida. Métodos Avaliamos 132 indivíduos cognitivamente saudáveis do Estudo Pietà (n = 639). Foi utilizado o Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey para verificar a existência de HPOA e classificar os participantes em dois grupos com base em seu desempenho. Variáveis sociodemográficas, clínicas e de estilo de vida associadas a HPOA foram investigadas. Resultados Identificamos 18 indivíduos que preencheram critérios para HPOA (idade: 77,4 ± 2,6 anos; 14 mulheres; escolaridade: 4,6 ± 3,4 anos). Os demais, 114 no total (idade: 79,8 ± 4,5 anos; 69 mulheres; escolaridade: 3,0 ± 2,7 anos), foram classificados como “standard performance older adults” (SPOA, na sigla em inglês). Na análise multivariada, menor idade (odds ratio [OR] =0,672; intervalo de confiança [IC] 95%: 0,462-0,979; p = 0,037) e menor pontuação na Escala de Depressão Geriátrica (OR = 0,831; IC95%: 0,688-0,989; p = 0,038) foram associados ao grupo HPOA. Conclusões O presente estudo identifica pela primeira vez HPOA entre indivíduos de baixa escolaridade, reforçando a existência de substratos biológicos relacionados a esta condição. Além disso, os dados sugerem uma associação entre idade mais jovem e menos sintomas depressivos com HPOA.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Healthy brain aging can be defined as aging without neurological or psychiatric disorders, sustaining functional independence. In addition to the absence of disease and preserved functionality, there are individuals who stand out for their superior performance to that considered normal for their age in cognitive tests. These individuals are called “high-performance older adults” (HPOA). Objectives To investigate the presence of HPOA in an oldest-old population with low education, and if present, to investigate associations with sociodemographic, clinical, and lifestyle variables. Methods We evaluated 132 cognitively healthy individuals from the Pietà Study, a population-based investigation with 639 participants. We used the delayed recall from the Rey Auditory-Verbal Learning Test to verify the existence of HPOA and to classify participants based on their performance. Sociodemographic, clinical, and lifestyle variables associated with HPOA were investigated. Results We identified 18 individuals fulfilling HPOA criteria (age: 77.4 ± 2.6 years old; 14 women; education: 4.6 ± 3.4 years). The other participants, 114 total (age: 79.8 ± 4.5 years old; 69 women; education: 3.0 ± 2.7 years) were classified as “standard performance older adults” (SPOA). In multivariate analysis, younger age (odds ratio [OR] =0.672; 95% confidence interval [CI]: 0.462-0.979; p = 0.037) and lower scores on the Geriatric Depression Scale (OR = 0.831; 95%CI: 0.688-0.989; p = 0.038) were associated with HPOA. Conclusions The present study identifies for the first time HPOA with low educational level, thereby reinforcing the existence of biological substrates related to this condition. Furthermore, the data suggest an association between younger age and less depressive symptoms with HPOA.
  • Avaliação cognitiva na doença de Parkinson: aplicando as recomendações da Movement Disorder Society em uma população de baixa escolaridade Original Article

    Rocha, Natalia Pessoa; Carreira, Eduarda Xavier; Almeida Prado, Ana Carolina de; Tavares, Fabíola; Tavares, Mayra; Cardoso, Francisco; Jaeger, Antônio; Souza, Leonardo Cruz de; Teixeira, Antônio Lucio

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes O diagnóstico de distúrbios cognitivos na doença de Parkinson (DP) pode ser muito desafiador. Com o objetivo de estabelecer procedimentos diagnósticos uniformes e confiáveis, a Sociedade Internacional da Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento (MDS, na sigla em inglês) encomendou forças-tarefa para delinear critérios diagnósticos para comprometimento cognitivo leve (CCL) e demência na DP. Objetivos Investigar a aplicabilidade das recomendações da MDS para avaliação cognitiva em uma amostra brasileira de pacientes com DP de baixa escolaridade. Métodos Um total de 41 pacientes com DP foram submetidos a uma avaliação neuropsicológica abrangente com base nos testes propostos pela MDS, que incluiu o Miniexame do Estado Mental, a Escala de Avaliação de Demência de Mattis (MDRS, na sigla em inglês), o teste de trilhas (TMT, na sigla em inglês) partes A e B, além da avaliação das habilidades de linguagem e memória. Características neuropsiquiátricas e de funcionamento diário também foram avaliadas. Análises de correlação de Spearman foram utilizadas para avaliar a associação entre os escores obtidos nas escalas cognitivas e variáveis demográficas/clínicas. Resultados Apesar de nenhum dos participantes ter diagnóstico formal de demência, 50% apresentaram algum grau de comprometimento cognitivo ao levar em consideração os resultados da MDRS. Vale ressaltar que um número notável de pacientes não conseguiu completar a avaliação neuropsicológica completa. A parte B do TMT foi a tarefa mais difícil, sendo realizada por apenas 22 participantes (54%). Como esperado, quanto maior o nível educacional, melhor o desempenho nos testes cognitivos. Melhor função motora também foi associada a melhores escores em cognição. Conclusões Adotando critérios rígidos de inclusão/exclusão e uma avaliação clínica abrangente, encontramos limitações marcantes para as recomendações da MDS quando considerados indivíduos com baixa escolaridade. É necessária uma revisão das diretrizes atuais considerando as diferenças entre as populações, principalmente relacionadas ao nível educacional.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background The diagnosis of cognitive disorders in Parkinson disease (PD) can be very challenging. Aiming at establishing uniform and reliable diagnostic procedures, the International Parkinson’s Disease and Movement Disorder Society (MDS) commissioned task forces to delineate diagnostic criteria for mild cognitive impairment (MCI) and dementia in PD. Objectives To investigate the applicability of the MDS recommendations for cognitive evaluation in a Brazilian sample of patients with PD with low levels of formal education. Methods A total of 41 patients with PD were subjected to a comprehensive neuropsychological evaluation based on tests proposed by the MDS, which included the Mini-Mental State Examination, the Mattis Dementia Rating Scale (MDRS), the Trail Making Test (TMT) parts A and B, in addition to language and memory skills assessment. Neuropsychiatric and daily functioning features were also evaluated. Spearman correlation analyses were used to evaluate the association between the scores obtained in the cognitive scales and demographic/clinical variables. Results Although none of the participants had a formal diagnosis of dementia, 50% presented some degree of cognitive impairment when considering the results of the MDRS. Of note, a noticeable number of patients was not able to complete the full neuropsychological assessment. The TMT part B was the most difficult task, being completed by only 22 participants (54%). As expected, the greater the educational level, the better the performance on the cognitive tests. Better motor function was also associated with better scores in cognition. Conclusions Adopting strict inclusion/exclusion criteria and a comprehensive clinical evaluation, we found remarkable limitations for the MDS recommendations when individuals with low educational levels are considered. A revision of the current guidelines is necessary considering differences among populations, especially related to formal education.
  • Hipotensão intracraniana espontânea: de trombose venosa cerebral ao tratamento cirúrgico: uma série de casos de um centro terciário de saúde brasileiro Original Article

    Moreira, Daniel Gabay; Félix, Evandro Penteado Villar; Onishi, Franz Jooji; Ferraz, Henrique Ballalai; Coradine, Tácio Luis Cavalcante; Braga, Vinícius Lopes; Oliveira, Enedina Maria Lobato de

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes Hipotensão intracraniana espontânea (HIE) é uma causa secundária de cefaleia e uma doença subdiagnosticada. A apresentação clínica pode ser muito variável. Tipicamente, se apresenta com queixas isoladas de cefaleia ortostática clássica, porém pode evoluir com complicações significativas como trombose venosa cerebral (TVC). Objetivo Relatar 3 casos de diagnóstico de hipotensão intracraniana espontânea manejados em uma enfermaria de neurologia de nível terciário. Métodos Revisão dos prontuários de três pacientes e descrição dos resultados clínicos e cirúrgicos. Resultados Três pacientes do sexo feminino com média de idade de 25.6 ± 10.0 anos. As pacientes apresentavam cefaleia ortostática e uma delas apresentou sonolência e diplopia devido a TVC. A ressonância magnética (RM) do encéfalo varia de achados normais até achados clássicos de HIE como realce paquimeníngeo e deslocamento inferior das tonsilas cerebelares. A RM da coluna mostrou coleções anormais de líquido epidural em todos os casos e a mielografia por tomografia computadorizada (TC) foi capaz de determinar fístula liquórica identificável em apenas uma paciente. Uma paciente recebeu abordagem conservadora e as outras duas foram submetidas a cirurgia aberta com laminoplastia. Ambas tiveram recuperação e remissão sem intercorrências no seguimento cirúrgico. Conclusão O diagnóstico e manejo da hipotensão intracraniana ainda são desafios na prática neurológica. Destacamos no presente estudo casos graves, complicação com TVC e bons resultados com tratamento neurocirúrgico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Spontaneous intracranial hypotension (SIH) is a secondary cause of headache and an underdiagnosed disease. The clinical presentation can be highly variable. It typically presents with isolated classic orthostatic headache complaints, but patients can develop significant complications such as cerebral venous thrombosis (CVT). Objective To report 3 cases of SIH diagnosis admitted and treated in a tertiary-level neurology ward. Methods Review of the medical files of three patients and description of clinical and surgical outcomes. Results Three female patients with SIH with a mean age of 25.6 ± 10.0 years old. The patients had orthostatic headache, and one of them presented with somnolence and diplopia because of a CVT. Brain magnetic resonance imaging (MRI) ranges from normal findings to classic findings of SIH as pachymeningeal enhancement and downward displacement of the cerebellar tonsils. Spine MRI showed abnormal epidural fluid collections in all cases, and computed tomography (CT) myelography could determine an identifiable cerebrospinal fluid (CSF) leak in only one patient. One patient received a conservative approach, and the other two were submitted to open surgery with lamino-plasty. Both of them had uneventful recovery and remission in surgery follow-up. Conclusion The diagnosis and management of SIH are still a challenge in neurology practice. We highlight in the present study severe cases of incapacitating SIH, complication with CVT, and good outcomes with neurosurgical treatment.
  • Não há escassez, mas sim desigualdade: evolução demográfica de neurologistas no Brasil (2010–2020) Original Article

    Santos-Lobato, Bruno Lopes; Tomaselli, Pedro José; Santos-Lobato, Edienny Augusta Viana; Cassenote, Alex Jones Flores; Cabeça, Hideraldo Luis Souza

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes A Neurologia é uma especialidade médica que lida com doenças prevalentes, como acidente vascular cerebral, cefaleia, epilepsia e doenças neurodegenerativas. Muitos países, como o Brasil, se esforçam para oferecer assistência neurológica à população, mas a distribuição insuficiente e desigual da força de trabalho de neurologistas são desafios. Objetivo Analisar a evolução demográfica dos médicos neurologistas e das vagas de Programas de Residência Médica em Neurologia no Brasil durante a última década (2010-2020) e o desequilíbrio de distribuição entre as regiões. Métodos A distribuição demográfica e geográfica de neurologistas foi calculada com base nos dados extraídos de relatórios do Conselho Federal do Medicina do Brasil, e o número de vagas em Programas de Residência Médica em Neurologia foi extraído de dados da Comissão Nacional de Residência Médica. Os indicadores de riqueza foram associados aos dados demográficos. Resultados O número de neurologistas por 100.000 habitantes aumentou desde 2011, com um aumento similar na distribuição geográfica de neurologistas. Entretanto, houve uma nítida desigualdade na distribuição de neurologistas entre as regiões, com um hiato entre as regiões Norte e a Sudeste. Além disso, a desigualdade da distribuição de neurologistas se correlacionou fortemente com a desigualdade social. O número de vagas em Programas de Residência Médica aumentou, porém com desigualdade entre as regiões Norte e Sudeste. Conclusões O Brasil tem avançado na geração de neurologistas. Porém, ao invés de uma escassez, a desigualdade entre regiões é o maior desafio em relação à força de trabalho neurológica. O treino de novos neurologistas é desigual entre regiões e ocorre em um ritmo mais lento do que o necessário. Neurologistas, autoridades em saúde pública e pacientes devem discutir soluções para estes problemas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Neurology is a medical specialty that deals with prevalent diseases such as stroke, headache, epilepsy, and neurodegenerative diseases. Many countries, such as Brazil, struggle to provide neurological care for their populations, but the inadequacy and unequal distribution of the neurologist workforce are real challenges. Objective To analyze the demographic evolution of neurologists and the first-year Neurology residency positions in Brazil during the last decade (2010–2020) and the distribution imbalance between regions. Methods The demographic and geographic distribution of neurologists was calculated based on data extracted from the Brazilian Federal Medical Council reports, and the number of Neurology residency positions was based on the Brazilian National Commission of Medical Residency reports. Indicators of wealth were associated with demographic data. Results The number of neurologists per 100,000 population has increased since 2011, with a similar increase in the geographic distribution of neurologists. However, there was a marked inequality of distribution of neurologists through regions, with a gap between the Northern (lowest) and Southeastern (highest) regions. Furthermore, the imbalance of distribution of neurologists strongly correlated with social inequality. The number of Neurology residency positions increased, but with an imbalance between North and Southeast regions. Conclusions Brazil has advanced in providing neurologists. However, instead of a shortage, inequality between regions is the greatest challenge regarding the neurological workforce. The training of new neurologists is unequal between regions and occurs at a slower rate than needed. Neurologists, public health authorities, and patients should discuss solutions for these issues.
  • Sintomas neurológicos e perfil de comorbidades de pacientes hospitalizados com COVID-19 Original Article

    Cremaschi, Renata Carvalho; Bahi, Carla Alessandra Scorza; Paola, Angelo Amato Vincenzo de; Arakaki, Jaquelina Sonoe Ota; Ferreira, Paulo Roberto Abrão; Bellei, Nancy Cristina Junqueira; Borges, Vanderci; Coelho, Fernando Morgadinho Santos

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes As manifestações neurológicas na COVID-19 impactam adversamente na enfermidade aguda e na qualidade de vida após a doença. Dados limitados existem em relação a associação de sintomas neurológicos e indivíduos com comorbidades. Objetivo Avaliar os sintomas neurológicos em pacientes de hospitalizados com COVID-19 aguda e múltiplas comorbidades. Métodos Entre junho e julho de 2020, pacientes de hospitais com idade 18 anos ou acima e COVID-19 laboratorialmente confirmada, admitidos no Hospital São Paulo (Universidade Federal de São Paulo), um centro de referência terciário para casos de alta complexidade, foram perguntados sobre sintomas neurológicos. O questionário Pontuação composta de sintoma autonômico (COMPASS-31) foi usado. Os dados foram analisados no geral e se a disfunção olfatória subjetiva estava presente ou não. Resultados A média de idade da amostra foi 55 ± 15.12 anos. 58 pacientes eram homens. Os sintomas neurológicos foram principalmente xerostomia (71%), ageusia/hipogeusia (50%), intolerância ortostática (49%), anosmia/hiposmia (44%), mialgia (31%), tontura (24%), xeroftalmia (20%), comprometimento na consciência (18%) e cefaleia (16%). Além disso, 91 % dos pacientes tinham uma pré-morbidade. Os 44 pacientes com disfunção olfatória tinham maior chance de ter hipertensão, diabetes, fraqueza, falta de ar, ageusia/hipogeusia, tontura, intolerância ortostática e xeroftalmia. A pontuação do COMPASS-31 foi maior do que a de controles previamente publicados (14,85 ± 12,06 vs. 8,9 ± 8,7). A frequência de intolerância ortostática foi 49% na amostra e 63,6% naqueles com disfunção olfatória subjetiva (risco 2.9 vezes maior comparado com os sem). Conclusão Um total de 80% dos pacientes hospitalizados com múltiplas morbidades e COVID-19 aguda tinham sintomas neurológicos. Os sintomas do sentido químico e autonômicos se destacaram. A intolerância ortostática ocorreu em cerca de dois terços dos pacientes com anosmia/hiposmia. A hipertensão e o diabetes foram comuns, principalmente naqueles com anosmia/hiposmia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background The neurological manifestations in COVID-19 adversely impact acute illness and post-disease quality of life. Limited data exist regarding the association of neurological symptoms and comorbid individuals. Objective To assess neurological symptoms in hospitalized patients with acute COVID-19 and multicomorbidities. Methods Between June 2020 and July 2020, inpatients aged 18 or older, with laboratory-confirmed COVID-19, admitted to the Hospital São Paulo (Federal University of São Paulo), a tertiary referral center for high complexity cases, were questioned about neurological symptoms. The Composite Autonomic Symptom Score 31 (COMPASS-31) questionnaire was used. The data were analyzed as a whole and whether subjective olfactory dysfunction was present or not. Results The mean age of the sample was 55 ± 15.12 years, and 58 patients were male. The neurological symptoms were mostly xerostomia (71%), ageusia/hypogeusia (50%), orthostatic intolerance (49%), anosmia/hyposmia (44%), myalgia (31%), dizziness (24%), xerophthalmia (20%), impaired consciousness (18%), and headache (16%). Furthermore, 91% of the patients had a premorbidity. The 44 patients with subjective olfactory dysfunction were more likely to have hypertension, diabetes, weakness, shortness of breath, ageusia/hypogeusia, dizziness, orthostatic intolerance, and xerophthalmia. The COMPASS-31 score was higher than that of previously published controls (14.85 ± 12.06 vs. 8.9 ± 8.7). The frequency of orthostatic intolerance was 49% in sample and 63.6% in those with subjective olfactory dysfunction (2.9-fold higher risk compared to those without). Conclusion A total of 80% of inpatients with multimorbidity and acute COVID-19 had neurological symptoms. Chemical sense and autonomic symptoms stood out. Orthostatic intolerance occurred in around two-thirds of the patients with anosmia/hyposmia. Hypertension and diabetes were common, mainly in those with anosmia/hyposmia.
  • Exame cognitivo de Addenbrooke III: utilidade diagnóstica para detectar comprometimento cognitivo leve e demência na doença de Parkinson Original Article

    Sousa, Nariana Mattos Figueiredo; Brucki, Sonia Maria Dozzi

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes O déficit cognitivo na doença de Parkinson (DP) é uma importante causa de incapacidade funcional nestes pacientes e a detecção precoce, com instrumentos sensíveis, pode contribuir para o acompanhamento longitudinal. Objetivo Investigar a acurácia diagnóstica, sensibilidade e especificidade do Exame Cognitivo de Addenbrooke-II em pacientes com DP, usando uma bateria neuropsicológica ampla como método de referência. Métodos Estudo transversal, observacional, caso-controle. Local: serviço de reabilitação. Um total de 150 pacientes e 60 controles saudáveis pareados por idade, sexo e escolaridade. Para avaliação do nível I, foi utilizada a Addenbrooke Cognitive Examination (ACE-III). A avaliação do nível II utilizou o exame neuropsicológico, com testes padronizados para esta população. Todos os pacientes estavam na fase “on” da medicação. A acurácia diagnóstica da bateria foi investigada por meio da análise do receiver operating characteristic (ROC, na sigla em inglês). Resultados O grupo clínico foi dividido em 3 subgrupos: cognição normal na DP (CN-DP-16%), comprometimento cognitivo leve devido à DP (CCL-DP-69,33%) e demência devido à DP (D-DP-14,66%). As notas de corte ideais da ACE-III para detectar CCL-DP e D-DP foram 85/100 (sensibilidade 58,65%, especificidade 60%) e 81/100 pontos (sensibilidade 77,27%, especificidade 78,33%), respectivamente. A idade associou-se inversamente com o desempenho dos escores (totais e domínios da ACE-III), enquanto a faixa de escolaridade apresentou correlação significativamente positiva no desempenho destes escores. Conclusões A ACE-III é uma bateria útil para avaliação de domínios cognitivos e diferenciar indivíduos com CCL-DP e D-DP de controles saudáveis. Pesquisas futuras, em ambiente comunitário, são necessárias para fornecer capacidade discriminatória da ACE-III nos diferentes estágios da demência.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Cognitive deficit in Parkinson disease (PD) is an important cause of functional disability in these patients and early detection, with sensitive instruments, can contribute to longitudinal monitoring. Objective To investigate the diagnostic accuracy, sensitivity, and specificity of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-III in patients with PD, using the comprehensive neuropsychological battery as reference method. Methods Cross-sectional, observational, case-control study. Setting: rehabilitation service. A total of 150 patients and 60 healthy controls matched for age, sex, and education. For level I assessment, Addenbrooke Cognitive Examination (ACE-III) was used. Level II assessment used a comprehensive neuropsychological battery of standardized tests for this population. All patients remained in on-state during the study. The diagnostic accuracy of the battery was investigated through the receiver operating characteristic (ROC) analysis. Results The clinical group was divided into 3 subgroups: normal cognition in Parkinson’s disease (NC-PD-16%), mild cognitive impairment due to Parkinson’s disease (MCI-PD-69.33%), and dementia due to Parkinson’s disease (D-PD-14.66%). ACE-III optimal cutoff scores for detecting MCI-PD and D-PD were 85/100 (sensitivity 58.65%, specificity 60%) and 81/100 points (sensitivity 77.27%, specificity 78.33%), respectively. Age was inversely associated with the performance of the scores (totals and domains of the ACE-III), while the level of education had a significantly positive correlation in the performance of these scores. Conclusions ACE-III is a useful battery for assessing the cognitive domains and to differentiate individuals with MCI-PD and D-PD from healthy controls. Future research, in a community setting, is necessary to provide discriminatory capacity of ACE-III in the different severities of dementia.
  • Correlação das alterações do volume segmentar cerebral com parâmetros clínicos: um estudo longitudinal em pacientes com esclerose múltipla Original Article

    Eskut, Neslihan; Koc, Ali Murat; Koskderelioglu, Asli; Dilek, Ismail; Tekindal, Mustafa Agah

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Medir as diferenças de dominância craniana de 15 regiões diferentes no seguimento de pacientes com esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR) e correlacioná-las com parâmetros clínicos. Métodos Quarenta e sete pacientes com EMRR foram incluídos no estudo. Os pacientes foram agrupados em duas categorias; EDSS baixo (< 3; grupo 1) e EDSS médio-alto (≥ 3; grupo 2). Os pacientes foram avaliados com o Inventário de Depressão de Beck (BDI, na sigla em inglês), Montreal Cognitive Assessment (MOCA, na sigla em inglês), Symbol Digit Modality Tests (SDMT, na sigla em inglês), Fatigue Severity Scale (FSS, na sigla em inglês) e taxa de ataque anual (ARR, na sigla em inglês). Duas ressonâncias magnéticas (RMs) foram feitas em um ano com um aparelho de imagem de 1,5 T MR (Magnetom AERA, Siemens, Erlangen, Alemanha). A análise de volume foi realizada com um software de medição mestre cerebral de RM gratuito e automatizado. As diferenças volumétricas entre os dois exames de RM foram calculadas e correlacionadas com os parâmetros demográficos e clínicos dos pacientes. Resultados Número de crises, duração da doença, escores BDI e FSS foram mais elevados no grupo 2; as pontuações do SDMT foram maiores no grupo 1. Como esperado, as análises volumétricas mostraram perda total de volume de substância branca no seguimento (p < 0,001). Além disso, a perda da dominância putaminal foi associada ao maior número de ataques. Além disso, uma relação negativa entre FSS e volume total da amígdala, e uma correlação entre ARR e BDI e atrofia do globo pálido foi determinada com a ajuda da análise de rede. Conclusões Além da demonstração visual da perda de volume, a RM com análise volumétrica tem grande potencial para revelar alterações segmentares dominantes e conexões ocultas entre parâmetros clínicos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To measure the cranial volume differences from 15 different parts in the follow-up of relapsing-remitting multiple sclerosis (RRMS) patients and correlate them with clinical parameters. Methods Forty-seven patients with RRMS were included in the study. Patients were grouped into two categories; low Expanded Disability Status Scale (EDSS) (< 3; group 1), and moderate-high EDSS (≥ 3; group 2). Patients were evaluated with Beck Depression Inventory (BDI), Montreal Cognitive Assessment (MOCA), Symbol Digit Modalities Test(SDMT), Fatigue Severity Scale (FSS), and calculated Annualized Relapse Rate (ARR) scores. Magnetic resonance imaging (MRI) was performed with a 1.5T MRI device (Magnetom AERA, Siemens, Erlangen, Germany) twice in a 1-year period. Volumetric analysis was performed by a free, automated, online MRI brain volumetry software. The differences in volumetric values between the two MRI scans were calculated and correlated with the demographic and clinical parameters of the patients. Results The number of attacks, disease duration, BDI, and FSS scores were higher in group 2; SDMT was higher in group 1. As expected, volumetric analyses have shown volume loss in total cerebral white matter in follow-up patients (p < 0.001). In addition, putaminal volume loss was related to a higher number of attacks. Besides, a negative relation between FSS with total amygdala volumes, a link between atrophy of globus pallidus and ARR, and BDI scores was found with the aid of network analysis. Conclusions Apart from a visual demonstration of volume loss, cranial MRI with volumetric analysis has a great potential for revealing covert links between segmental volume changes and clinical parameters.
  • Efeito da implementação de protocolos nos desfechos do AVC isquêmico agudo: revisão sistemática View And Review

    Souza Leite, Karina Fonseca de; Faria, Mariana Gaspar Botelho Funari de; Andrade, Rubia Laine de Paula; Sousa, Keila Diane Lima de; Santos, Samuel Ribeiro dos; Ferreira, Kamila Santos; Rezende, Carlos Eduardo Menezes de; Pontes Neto, Octavio Marques; Monroe, Aline Aparecida

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes A implementação de protocolos de acidente vascular cerebral (AVC) visa proporcionar uma melhor qualidade da assistência, favorecer a recuperação funcional precoce e alcançar resultados para a reabilitação do paciente. Objetivo Analisar o efeito da implantação de protocolos nos desfechos do AVC isquêmico agudo. Métodos Foram incluídos estudos primários publicados entre 2011 e 2020 e que atendiam aos seguintes critérios: população deveria ser constituída de pessoas com AVC isquêmico agudo; apresentar resultados sobre os desfechos do uso de protocolos na abordagem terapêutica ao AVC isquêmico agudo. A busca bibliográfica foi realizada em junho de 2020 em 7 bases de dados. A seleção dos artigos foi feita por dois revisores independentes e a síntese dos resultados foi feita de forma narrativa. Resultados Foram recuperadas 11.226 publicações, das quais 30 foram incluídas no estudo. Após a implementação do protocolo, 70,8% das publicações constataram aumento na taxa de realização de terapia de reperfusão, como a trombólise e a trombectomia; 45,5% identificaram melhora no prognóstico clínico do paciente; e 25,0% dos estudos identificaram diminuição no tempo de internação hospitalar. De 19 estudos que abordaram a taxa de hemorragia intracraniana sintomática, 2 (10,5%) identificaram diminuição nesta taxa. A diminuição da mortalidade foi citada em 3 (25,0%) artigos de 12 que avaliaram tal desfecho. Conclusões Identificou-se a importância da implantação de protocolos no aumento da realização das terapias de reperfusão, e ao bom desfecho funcional com melhora do prognóstico após a alta. No entanto, ainda há que se investir na diminuição das complicações pós trombólise e da mortalidade.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Implementing stroke care protocols has intended to provide better care quality, favor early functional recovery, and achieving long-term results for the rehabilitation of the patient. Objective To analyze the effect of implementing care protocols on the outcomes of acute ischemic stroke. Methods Primary studies published from 2011 to 2020 and which met the following criteria were included: population should be people with acute ischemic stroke; studies should present results on the outcomes of using protocols in the therapeutic approach to acute ischemic stroke. The bibliographic search was carried out in June 2020 in 7 databases. The article selection was conducted by two independent reviewers and the results were narratively synthesized. Results A total of 11,226 publications were retrieved in the databases, of which 30 were included in the study. After implementing the protocol, 70.8% of the publications found an increase in the rate of performing reperfusion therapy, such as thrombolysis and thrombectomy; 45.5% identified an improvement in the clinical prognosis of the patient; and 25.0% of the studies identified a decrease in the length of hospital stay. Out of 19 studies that addressed the rate of symptomatic intracranial hemorrhage, 2 (10.5%) identified a decrease. A decrease in mortality was mentioned in 3 (25.0%) articles out of 12 that evaluated this outcome. Conclusions We have identified the importance of implementing protocols in increasing the performance of reperfusion therapies, and a good functional outcome with improved prognosis after discharge. However, there is still a need to invest in reducing post-thrombolysis complications and mortality.
  • Desfechos motores e cognitivos de recém-nascidos com baixo peso ao nascer no Brasil: uma revisão sistemática e metanálise View And Review

    Radaelli, Graciane; Leal-Conceição, Eduardo; Kalil Neto, Felipe; Taurisano, Melissa Rogick Guzzi; Majolo, Fernanda; Bruzzo, Fernanda Thays Konat; Booij, Linda; Nunes, Magda Lahorgue

    Resumo em Português:

    Resumo Antecedentes Dados sobre desfechos de recém-nascidos prematuros em países da América do Sul são escassos. Dado o grande efeito do baixo peso ao nascer (BPN) e/ou da prematuridade no neurodesenvolvimento das crianças, é extremamente necessária a realização de estudos que investiguem esses fenômenos com maior profundidade em populações mais heterogêneas. Métodos Realizou-se uma busca da literatura em bases de dados, incluindo PubMed, Cochrane Library e Web of Science, por artigos publicados em português e inglês até março de 2021 envolvendo crianças nascidas e avaliadas no Brasil. A análise de risco de viés foi adaptada da declaração de Fortalecimento do Relato de Estudos Observacionais em Epidemiologia (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology, STROBE), que foi utilizada para avaliar a metodologia dos estudos. Resultados Dos estudos elegíveis, 25 artigos foram selecionados para síntese qualitativa, e 5 desses 25, para síntese quantitativa (metanálise). As metanálises mostraram que crianças nascidas com BPN apresentaram pontuação menor em desenvolvimento motor quando comparadas aos controles (diferença média padronizada, –1,15; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: –1,56-–0,73]; I2: 80%) e pontuação também menor em termos de desenvolvimento cognitivo (diferença média padronizada, –0,71; IC95%: –0,992–0,44; I2: 67%). Conclusão Os resultados deste estudo reforçam que o comprometimento das funções motoras e cognitivas pode ser um desfecho significativo de longo prazo do BPN. Quanto menor a idade gestacional no momento do parto, maior o risco de prejuízo nesses domínios. O protocolo do estudo foi registrado no banco de dados International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42019112403.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Data on the outcomes of preterm newborns in South American countries are scarce. Given the great effect of low birth weight (LBW) and/or prematurity on children’s neurodevelopment, it is extremely necessary to conduct studies on these phenomena in greater depth in more heterogeneous populations such as those ones from countries with limited resources. Methods We conducted a comprehensive literature search on databases including PubMed, the Cochrane Library, and Web of Science for articles published in Portuguese and English up to March 2021 involving children born and evaluated in Brazil. The analysis of the risk of bias was adapted from the Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement and used to evaluate the methodology of the included studies. Results From the eligible trials, 25 articles were selected for qualitative synthesis, and 5 of those, for quantitative synthesis (meta-analysis). The meta-analyses showed that children born with LBW presented lower scores on motor development when compared with controls (standardized mean difference: –1.15; 95% confidence interval [95%CI]: –1.56-–0.73]; I2: 80%) and also scored lower in terms of cognitive development (standardized mean difference: –0.71; 95% CI: –0.99––0.44; I2: 67%). Conclusion The results of the present study reinforce that impaired motor and cognitive functions can be a significant long-term outcome of LBW. The lower the gestational age at delivery, the higher the risk of impairment in those domains. The study protocol was registered in the International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) database under number CRD42019112403.
  • Espectro da neuromielite óptica: uma revisão com ênfase em crianças e adolescentes View And Review

    Paolilo, Renata Barbosa; Paz, José Albino da; Apóstolos-Pereira, Samira Luisa; Rimkus, Carolina de Medeiros; Callegaro, Dagoberto; Sato, Douglas Kazutoshi

    Resumo em Português:

    Resumo O espectro da neuromielite óptica (ENMO) é uma rara e grave doença inflamatória do sistema nervoso central (SNC), fortemente associada ao anticorpo anti-aquaporina 4 (AQP4-IgG) e que afeta preferencialmente mulheres jovens de etnias não-caucasianas. No entanto, aproximadamente de 5 a 10% de todos os casos se iniciam na infância. Crianças e adolescentes compartilham as mesmas características clínicas, radiológicas e laboratoriais dos adultos. Além disso, o mesmo critério diagnóstico de ENMO é aplicado para pacientes com início na infância. No entanto, dados da população pediátrica são escassos. Em pacientes pediátricos soronegativos, existe uma alta frequência de positividade ao anticorpo contra a glicoproteína na mielina do oligodendrócito (MOG-IgG), indicando outra patologia; porém, a distinção clínica entre as duas doenças é desafiadora. Três medicações (eculizumabe, inebilizumabe e satralizumabe) foram recentemente aprovadas para pacientes adultos com AQP4-IgG. Apenas um dos ensaios pivotais do satralizumabe recrutou adolescentes. Novos ensaios clínicos em pacientes pediátricos com ENMO são necessários para avaliar a segurança e eficácia destas drogas nesta população.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Neuromyelitis optica spectrum disorder (NMOSD) is a rare and severe inflammatory disorder of the central nervous system (CNS). It is strongly associated with anti-aquaporin 4 antibodies (AQP4-IgG), and it mainly affects young women from non-white ethnicities. However, ~ 5 to 10% of all cases have onset during childhood. Children and adolescents share the same clinical, radiologic, and laboratory presentation as adults. Thus, the same NMOSD diagnostic criteria are also applied to pediatric-onset patients, but data on NMOSD in this population is still scarce. In seronegative pediatric patients, there is a high frequency of the antibody against myelin oligodendrocyte glycoprotein (MOG-IgG) indicating another disease group, but the clinical distinction between these two diseases may be challenging. Three drugs (eculizumab, satralizumab, and inebilizumab) have been recently approved for the treatment of adult patients with AQP4-IgG-positive NMOSD. Only satralizumab has recruited adolescents in one of the two pivotal clinical trials. Additional clinical trials in pediatric NMOSD are urgently required to evaluate the safety and efficacy of these drugs in this population.
  • Ilustração de um paciente com acidente vascular cerebral desenvolvendo fenômeno de preensão tipo tremor ipsilateral Images In Neurology

    Onder, Halil; Kilic, Asim; Comoglu, Selcuk
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org