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Heteronormatividade, Masculinidade e Preconceito em Aplicativos de Celular: O Caso do Grindr em uma Cidade Brasileira

RESUMO

Neste estudo nosso intuito foi o de examinar a masculinidade associada à heteronormatividade em um aplicativo gay a partir dos discursos dos próprios usuários, o que foi feito por meio de um estudo indutivo baseado em entrevistas semiestruturadas com usuários do aplicativo. Os principais resultados sugerem que o Grindr é usado como uma forma contemporânea de sociabilidade, principalmente por proporcionar conforto e afastamento de espaços segregados. Ao mesmo tempo, possibilita sigilo em encontros sexuais, que só se concretizam entre “iguais”: homens brancos, jovens, atléticos, bonitos, e não afeminados, sendo repelidos todos os que diferem desse perfil. A heteronormatividade impõe um padrão de masculinidade que tem oprimido a todos indiscriminadamente. Aos que não se encaixam nesse perfil só resta se resignar a um papel secundário também na comunidade virtual. Tecnologias como essa, assim, podem agravar a marginalização de quem já se encontra à margem da sociedade se as formas de sociabilidade continuam a reproduzir a opressão da heteronormatividade vigente.

Palavras-chave:
Heteronormatividade; Masculinidade; Preconceito; Gay; Tecnologias

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