The Serra da Capivara area and the first settlements in South America: a bibliographical review

Lourdeau, Antoine

doi:10.1590/1981.81222019000200007

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Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

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Sumário

DOSSIÊ CENÁRIOS E PROCESSOS DAS PRIMEIRAS OCUPAÇÕES HUMANAS NO BRASIL: O PAPEL DA PESQUISA ARQUEOLÓGICA • Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum. 14 (2) • May-Aug 2019 • https://doi.org/10.1590/1981.81222019000200007 copy

The Serra da Capivara area and the first settlements in South America: a bibliographical review

Authorship SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Abstract

The Serra da Capivara area (Piauí, Brazil) is famous among archaeologists, mainly because of the controversy over the Pedra Furada shelter and its dates from the upper Pleistocene, making it one of the oldest sites in the Americas. The datafrom this site undoubtedly contributed to discussions about the settlement processes on the continent. On the other hand, the concentration of attention on this site and the resulting debates overshadowed numerous investigations in theSerra da Capivara, wich provided an impressive amount of data on the first human occupations in a variety of knowledge areas. This article reviews the literature to summarize the results of this research on the contexts and behaviors of thehuman groups that occupied the region during the late Pleistocene and early Holocene showing how the prehistory of Serra da Capivara dialogues with the overarching themes related to the settlement of the Americas and makes a relevantcontribution on these issues, at the macro-regional and continental levels.

Keywords
Settlement dynamics; Prehistory; Northeast of Brazil; Lithic technology; Final Pleistocene; Early Holocene

Descrição das camadas	Cronologia	Correspondências na bibliografia
4°- Conjunto de camadas lenticulares arenosas, com carvão e cinza	6.000 a 17.500 cal AP³ 3 Vinte e seis datas entre 7.240 ± 45 e 14.300 ± 400 AP não calibrado (Melo, 2007).	Unidade A - Melo (2007, p. 309) VI - Aimola et al. (2014, figura 4)
3°- Conjunto de camadas lenticulares de cascalho com seixos de quartzo dentro de uma matriz arenosa		Camadas B1 a B4 - Melo (2007, p. 309) V - Aimola et al. (2014, figura 4) Upper unit - Boëda et al. (2016, figura 3)
2°- Espesso nível de desabamento com blocos de arenito caídos do teto do abrigo	-	Camadas B5 e B6 - Melo (2007, p. 309) IV - Aimola et al. (2014, figura 4) Collapsed blocks - Boëda et al. (2016, figura 3)
1°- Camada arenosa com pequenos seixos, fragmentos de quartzo e fragmentos de arenito, apoiada na base rochosa	24.000 a 29.000 cal AP⁴ 4 Cinco datas entre 20.280 ± 450 e 25.170 ± 140 AP não calibrado (Melo, 2007; Boëda et al., 2016).	Unidade C - Melo (2007, p. 309) III - Aimola et al. (2014, figura 4) Lower unit - Boëda et al. (2016, figura 3)

Sítio arqueológico	Restos encontrados	Data	Elemento datado	Fonte bibliográfica
Cerca do Elias	Dentes e fragmentos de crânio (NMI: 2)	[12.050-11.770] cal AP¹⁹ 19 10.270 ± 35 AP por radiocarbono (Guidon et al., 2009).	Carvão a 70 cm, na mesma estrutura de combustão, no principal nível arqueológico	Guidon et al. (2009); Lourdeau e Pagli (2014); Strauss et al. (2018)
Coqueiros	1 esqueleto de adulto²⁰ 20 O sexo do esqueleto dos Coqueiros é objeto de um longo debate entre especialistas. Os restos foram atribuídos, em um primeiro tempo, a um indivíduo feminino (Lessa; Guidon, 2002). Um segundo estudo concluiu, em um indivíduo masculino grácil (Nelson, 2005), o que tendeu a ser confirmado pelas análises seguintes (Hubbe et al., 2007; Cunha, 2014).	[11.390-11.170] cal AP²¹ 21 9.870 ± 50 AP por radiocarbono (Guidon et al., 1998).	Carvão incrustrado no calcâneo, dentro da estrutura funerária	Guidon et al. (1998)
Antonião	1 esqueleto de mulher adulta²² 22 Mais dois esqueletos e alguns ossos de um terceiro foram encontrados na escavação de outro setor do sítio. Esses restos não têm ainda atribuição cronológica (Strauss et al., 2018).	[11.290-10.560] cal AP²³ 23 9.670 ± 100 AP por radiocarbono (Peyre, 1994).	Carvões²⁴ 24 Cinco carvões foram juntados para obter essa data (Santos, M. C., 2012, p. 43). dentro da mesma estrutura de combustão	Peyre (1994)
Boa Vista II	Ossos	[11.270-10.610] cal AP²⁵ 25 9.700 ± 120 AP por radiocarbono (Guidon, 1981).	Carvão associado com os ossos	Guidon (1981); Arnaud et al. (1984)
Sítio do Meio	Dentes de criança	[10.190-9.770] cal AP²⁶ 26 8.920 ± 50 AP por radiocarbono (Melo, 2007).	Carvão dentro da estrutura funerária	Melo (2007)
Paraguaio	1 esqueleto de mulher adulta (‘sepultura 2’)²⁷ 27 Outro esqueleto, pertencendo a um indivíduo adulto masculino, foi encontrado à proximidade, associado a uma data radiocarbônica de 7.000 ± 100 AP (Alvim; Ferreira, 1985; Arnaud et al., 1984). Existe uma discussão quanto a essa idade: enquanto Bernardo e Neves (2009) consideram que ela foi subestimada e que esse sepultamento teria a mesma antiguidade do outro, Strauss et al. (2018) questionam uma idade tão remota, dadas as condições de conservação excepcionais do esqueleto, ainda com presença de cabelos	[10.150-9.430] cal AP²⁸ 28 8.670 ± 120 AP por radiocarbono (Alvim; Ferreira, 1985).	Carvão dentro da estrutura funerária	Alvim e Ferreira (1985)

Sítio	Datas (cal AP)	Vestígios culturais						Fontes bibliográficas
Sítio	Datas (cal AP)	Vestígios líticos	Estruturas de combustão	Sepultamentos	Restos faunísticos	Restos vegetais (além do carvão)	Coprólitos	Fontes bibliográficas
Antonião	[11.290-10.560]⁴² 42 9.670 ± 100 AP por radiocarbono (Peyre, 1994).	X	X	X	X			Peyre (1994); Santos, M. C. (2012)
Baixa das Cabaceiras	[10.130-9.550] [9.770-9.450] [9.000-8.550]⁴³ 43 Três datas radiocarbônicas: 8.800 ± 60, 8.670 ± 60 e 7.940 ± 80 AP (Guidon et al., 2009).	X	X					Guidon (2002); Guidon et al. (2009); Lourdeau e Pagli (2014)
Boa Vista I	[10.730-9.700] [8.980-8.200]⁴⁴ 44 Duas datas radiocarbônicas: 9.160 ± 170 e 7.730 ± 140 AP (Guidon, 1985).	X						Guidon (1985); Arnaud et al. (1984); Santos, M. G. e Rocha (1982)
Boa Vista II	[11.700-10.770] [11.270-10.610]⁴⁵ 45 Duas datas radiocarbônicas: 9.850 ± 120 e 9.700 ± 120 AP (Guidon, 1981).	X		X				Guidon (1981); Arnaud et al. (1984); Santos, M. G. e Rocha (1982)
Bojo I	Entre 11.000 e 8.000⁴⁶ 46 Quatro datas radiocarbônicas: 9.700 ± 200, 8.080 ± 170, 8.050 ± 170 e 7.180 ± 90 AP (Guidon, 1981).	X	X					Arnaud et al. (1984); Santos, M. G. e Rocha (1982)
Caldeirão do Rodrigues I	[11.180-10.280] [8.540-8.200]⁴⁷ 47 Duas datas radiocarbônicas: 9.480 ± 170 e 7.610 ± 80 AP. Uma terceira deu um resultado de 18.600 ± 600 AP, mas não está associada a vestígios antrópicos (Parenti, 1995-1996).	X	X					Parenti (1995-1996)
Cerca do Elias	[12.050-11.770]⁴⁸ 48 10.270 ± 35 AP por radiocarbono (Guidon et al., 2009).	X	X	X (?)				Guidon et al. (2009); Lourdeau e Pagli (2014)
Coqueiros	Entre 12.600 e 8.250⁴⁹ 49 Cinco datas radiocarbônicas: 10.640 ± 80, 9.870 ± 50, 8.870 ± 60, 7.490 ± 60 e 7.410 ± 50 AP (Guidon et al., 1998).	X	X	X	X	X		Guidon et al. (1998)
Deitado	[9.480-9.140]⁵⁰ 50 8.370 ± 60 AP por radiocarbono (Guidon, 2002).	X	X					Guidon (2002)
Ema do Sítio do Brás I	[10.150-9.560] [9.370-8.810] [9.280-8.730]⁵¹ 51 Três datas radiocarbônicas: 8.820 ± 70, 8.190 ± 60 e 8.140 ± 70 AP (Guidon et al., 2002).	X	X			X		Guidon et al. (2002); Pagli et al. (2016)
Fundo do Baixão da Pedra Furada	[9.400-8.730] [8.310-8.040]⁵² 52 Duas datas radiocarbônicas: 8.170 ± 90 e 7.400 ± 40 AP (Guidon et al., 2002).	X	X					Guidon et al. (2002, 2009)
Inharé	[11.930-11.290] [8.190-7.980]⁵³ 53 Duas datas radiocarbônicas: 10.100 ± 60 e 7.330 ± 50 AP (Guidon et al., 2007).	X	X					Guidon et al. (2007); Da Costa (2017)
João Leite	[12.770-12.600] [12.650-12.050]⁵⁴ 54 Duas datas radiocarbônicas: 10.800 ± 70 e 10.520 ± 80 AP. Uma terceira deu um resultado de 10.400 ± 100 AP, mas não está associada a vestígios antrópicos (Guidon et al., 2009).	X	X					Guidon et al. (2009); Lucas (2016)
Justino Aquino VI	[12.900-12.700] [12.040-11.620]⁵⁵ 55 Duas datas radiocarbônicas: 10.940 ± 50 e 10.220 ± 50 AP (Guidon et al., 2015).	X	X					Guidon et al. (2015)
Morcego	[10.480-10.220]⁵⁶ 56 9.180 ± 40 AP por radiocarbono (Guidon et al., 2009).	X						Guidon et al. (2009)
Paraguaio	[10.160-9.540] [10.150-9.430] [9.890-9.310]⁵⁷ 57 Três datas radiocarbônicas: 8.780 ± 120, 8.670 ± 120 e 8.600 ± 100 AP (Guidon, 1981).	X	X	X		X		Guidon (1981, 1985); Alvim e Ferreira (1985)
Pau Doia	[8.590-8.390] [8.340-8.050] [8.310-8.020]⁵⁸ 58 Três datas radiocarbônicas: 7.730 ± 60, 7.430 ± 50 e 7.380 ± 50 AP (Guidon et al., 2009).	X	X					Guidon et al. (2009)
Pedra Furada	Entre 12.160 e 8.000⁵⁹ 59 Oito datas radiocarbônicas entre 10.400 ± 120 e 8.050 ± 170 AP para a fase Serra Talhada 1; três datas entre 7.750 ± 80 e 7.220 ± 80 AP para a fase Serra Talhada 2. Existem também duas datas mais recentes (6.160 ± 130 e 6.150 ± 60 AP) para essa mesma fase (Parenti, 2001).	X	X				X	Parenti (2001)
Perna I	Entre 12.380 e 8.120⁶⁰ 60 Quatro datas radiocarbônicas: 10.530 ± 110, 9.650 ± 100, 9.540 ± 170 e 7.350 ± 80 AP (Guidon, 1989; Melo, 1994).	X	X					Guidon (1989); Melo (1994)
Pica Pau	[9.680-9.470] [8.980-8.560] [8.330-8.030]⁶¹ 61 Três datas radiocarbônicas: 8.610 ± 60, 7.930 ± 60 e 7.400 ± 60 AP (Guidon et al., 2007; Lourdeau, 2010).	X	X					Guidon et al. (2007); Lourdeau (2010)
Pilão (‘Rotonde’)	[12.540-11.830]⁶² 62 10.390 ± 80 AP por radiocarbono (Luz, 1989).	X	X		X			Luz (1989); Parenti et al. (2000)
Sítio do Meio	Entre 11.610 e 8.010⁶³ 63 Dezoito datas radiocarbônicas entre 10.110 ± 55 e 7.240 ± 45 AP (Melo, 2007).	X	X	X	X	X	X	Melo (2007); Aimola et al. (2014)
Vento	[9.540-9.310]⁶⁴ 64 8.500 ± 60 AP por radiocarbono (Guidon et al., 2009).	X						Guidon et al. (2009); Lourdeau e Pagli (2014)
Zé Luis	[11.610-11.180]⁶⁵ 65 9.920 ± 70 por radiocarbono (Guidon et al., 2009).	X	X					Guidon et al. (2009)

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[1] LOURDEAU, Antoine. A Serra da Capivara e os primeiros povoamentos sul-americanos: uma revisão bibliográfica. Boletim do MuseuParaense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 14, n. 2, p. 367-398, maio-ago. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000200007.