Casos de raiva bovina no Equador: um estudo retrospectivo e observacional transversal (2007 a 2020)

Resumo

Os morcegos hematófagos são geralmente o principal reservatório da raiva silvestre, sendo uma das mais importantes zoonoses virais que afetam humanos e rebanhos na América Latina. Apesar de a maioria dos países já ter estudado a distribuição espaço-temporal da raiva bovina, no Equador pouco foi relatado sobre o estado da raiva no país. Com o objetivo de abordar essa questão, foi realizado um estudo observacional descritivo de 2007 a 2020 com base nos relatórios formais da WAHI-OIE e vigilância da raiva bovina obtidos em seu site oficial. Durante o período do estudo no Equador, foram confirmados cerca de 895 casos de raiva em bovinos. Além disso, no total de casos de raiva bovina observados nas regiões andina e litorânea (185 bovinos afetados), Loja e Esmeraldas tiveram 95 (6,16% casos por 10.000 animais) e 51 (1,7% casos por 10.000 animais), respectivamente. Além disso, a região Amazônica indicou casos de raiva em bovinos mais elevados do que os observados em outras regiões (710 casos de raiva), embora tenha apresentado grande flutuação em relação aos anos (9,74% a 42,82% de casos por 10.000 animais). No entanto, Zamora (292 casos de raiva), Orellana (115 casos de raiva) e Sucumbíos (113 casos de raiva) produziram as taxas de incidência mais elevadas do que outras províncias (9% a 42% de casos por 10.000 animais). Com base nessas evidências, tem sido fundamental avaliar o atual programa nacional de prevenção e controle da raiva silvestre, sendo também necessário incluir o conceito da ecologia do morcego hematófago. Independentemente desses resultados, a vacinação é vital para os programas de controle para prevenir a raiva no gado e precisa de ser amplamente aumentada para limitar a sua propagação geográfica e temporal.

Palavras-chave:
pecuária; Equador; pequenos criadores de gado; raiva silvestre; morcegos