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Cefaleia após avaliação com estimulação magnética transcraniana em participante saudável. Relato de caso

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Efeitos adversos durante a estimulação não invasiva do cérebro são eventos considerados raros. O objetivo deste estudo foi apresentar um caso de paciente com cefaleia intensa com sinais autonômicos após estimulação magnética transcraniana de pulso único.

RELATO DO CASO:

Paciente do sexo feminino, 28 anos, saudável, voluntariamente se apresentou para participar de pesquisa sobre avaliação de excitabilidade cortical motora após a realização de injeção de lidocaína no músculo primeiro interósseo dorsal. O limiar motor em repouso foi estimado em quatro momentos: antes do procedimento, imediatamente após o procedimento, 30 minutos e uma hora após o procedimento. Foram realizados ao final do experimento 240 pulsos. A participante referiu cefaleia, de leve intensidade, que rapidamente progrediu para cefaleia intensa, hemicraniana à esquerda, na região onde os pulsos da estimulação magnética transcraniana foram aplicados. Em associação à dor, apresentou náuseas, vômitos, fotofobia, hiperemia conjuntival, lacrimejamento e edema palpebral ipsilaterais, com necessidade de atendimento em unidade de emergência.

CONCLUSÃO:

É possível que intensidades supralimiares (>100% do limiar motor em repouso) em estimulação magnética transcraniana de pulso único possam predispor a efeitos adversos. Outros fatores como anatomia do crânio, impedância elétrica, idade, sexo, estado cognitivo e afetivo, uso de fármacos, níveis hormonais, concentração de neurotransmissores e expressão de receptores, fatores genéticos e ciclo circadiano também podem ser implicados. Não há modelos de segurança bem estabelecidos para guiar protocolos de avaliação com estimulação magnética transcraniana de pulso único, considerada uma técnica com baixa incidência de efeitos adversos e com baixa demanda de atenção de estudos sobre segurança.

Descritores:
Cefaleia; Estimulação magnética transcraniana; Relato de caso

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