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Correlação entre o evento da pandemia de COVID-19 e sintomas de ansiedade, depressão e de disfunção temporomandibular em estudantes universitários: estudo transversal

DESTAQUES

  • • 78,2% dos participantes com sintomas de ansiedade e 54,5% dos participantes com sintomas de depressão reportaram alto nível de parafunção, enquanto 71,5% dos participantes que relataram sintomas dolorosos de DTM apresentaram sintomas de ansiedade e 52% de depressão.

  • • A presença de sintomas de ansiedade foi mais prevalente que de depressão entre os participantes com sintomas dolorosos associados à DTM.

  • • Este estudo trouxe insights acerca do impacto da pandemia de COVID-19 sobre os sintomas dolorosos da DTM em estudantes universitários e da influência de fatores psicológicos, como ansiedade e depressão.

  • • Os resultados observados neste estudo indicam consequências que podem perpetuar após o período da pandemia do COVID-19 e instigam novos estudos.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A pandemia de COVID-19 mostrou-se um provável agravante de respostas psicológicas como ansiedade e depressão. Este estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre sintomas de ansiedade e depressão durante o período da pandemia de COVID-19 e a existência de sintomas associados à disfunção temporomandibular (DTM) em uma população universitária brasileira.

MÉTODOS:

Este estudo clínico epidemiológico e transversal avaliou as suas variáveis de interesse por meio dos questionários Escala de Medo do COVID-19, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS-A e HADS-D), Critérios Diagnósticos para Disfunção Temporomandibular (DC/DTM) e Checklist de Comportamentos Orais (OBC).

RESULTADOS:

Ao todo, 373 participantes (sexo feminino = 273), com média de idade de 23,8±5,45 anos foram incluídos neste estudo. Ademais, 78,2% dos participantes com sintomas de ansiedade e 54,5% dos participantes com sintomas de depressão reportaram alto nível de parafunção relacionada à DTM (p<0,01). A presença de sintomas de ansiedade aumentou em 14,9 vezes as chances de desenvolvimento de um quadro de medo intenso do COVID-19 (p<0,001) e de um quadro de 3,5 vezes nas chances de desenvolvimento de medo moderado do COVID-19 (p<0,001). A presença de um medo intenso do COVID-19 aumentou em 17,15 vezes as chances de desenvolvimento de sintomas de ansiedade (p<0,001), enquanto a presença de um medo moderado aumentou essas chances em 3,12 vezes (p<0,001). Ademais, a presença de medos intensos (p=0,01) ou moderados (p=0,018) do COVID-19 aumentou 2,47 e 1,84 vezes, respectivamente, as chances de desenvolvimento de sintomatologias dolorosas relacionadas à DTM nessa população.

CONCLUSÃO:

A presença dos sintomas dolorosos da DTM foi possivelmente influenciada pelo medo do COVID-19. Isso, por sua vez, esteve relacionado à presença de sintomas de ansiedade e de depressão, reportados pela população-alvo deste estudo.

Descritores:
Ansiedade; COVID-19; Depressão; Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular

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