Compactabilidade de solos coesos dos tabuleiros costeiros do nordeste sob influência de água residuária de mandioca

Gonçalves, Raissa Homem; Nóbrega, Júlio César Azevedo; Santos, Davi Ney; Silva, Reginaldo Barboza da; Ajayi, Ayodele Ebenezer; Lima, José Maria de

RESUMO

Os testes de consolidação fornecem informações importantes sobre a compactabilidade do solo. No entanto, eles requerem equipamentos especiais, disponíveis em poucos laboratórios no Brasil. Esta região é uma proeminente produtora de alimentos e fibras em solos coesos. Esses solos apresentam problemas frequentes de compactação. Como a mandioca é um dos principais produtos, suas águas residuais (manipueira) são frequentemente utilizadas para adubação. Esse uso pode afetar a compactação devido à sua influência na dispersão-floculação de partículas. A compressão uniaxial e modelos matemáticos são as principais formas de medir ou estimar a compactação do solo. Aqui, a compressão foi medida com um teste alternativo de centrifugação usando amostras deformadas, buscando um método alternativo simples e rápido. Foram usadas cargas específicas (cilindros de aço inoxidável: massa) e força G crescente (peso) em centrífuga, para simular a pressão nas amostras usadas na maioria dos aparelhos de consolidação. Os solos, as camadas de amostragem e a presença de água residuária (manipueira) também foram comparados, pois podem afetar os atributos relacionados à compactabilidade. Foram utilizadas amostras de Argissolo Cinzento Coeso e Latossolo Amarelo Distrocoeso (profundidades de 0-0,20 m e 0,20-0,40 m), ambos provenientes dos Tabuleiros costeiros do estado da Bahia, Brasil. A água residual afetou o teor de argila dispersa em água, a estabilidade dos agregados, o pH, o ∆pH, a floculação e o teor de carbono orgânico, influenciando a compactabilidade, mas não a umidade e a densidade máxima medidas pelo teste de Proctor. Embora a centrifugação tenha proporcionado menor densidade do que o teste de Proctor, os resultados foram comparáveis àqueles estimados pelos modelos matemáticos. Este método também forneceu informações sobre a densidade, próxima aos valores que limitam o crescimento da raiz, e o teor de umidade que leva a essa densidade limitante.

Termos para indexação:
Pressão de pré-consolidação; densidade do solo; teor de umidade; força G; centrifugação.

[1] ^*Corresponding author: jml.dcs@gmail.com

Parameter	Mean ± standard deviation
pH	5.98 ± 0.03
Free cyanide (mg L^-1)	61.27 ± 5.94
Reducing sugars (g L^-1)	40.60 ± 1.74
Nonreducing sugars (g L^-1)	17.51 ± 1.74
Total carbohydrates (g L^-1)	58.11 ± 2.13
Total nitrogen (g L^-1)	1.94 ± 0.08
Ca mg (L^-1)	241.62 ± 5.56
Mg mg (L^-1)	370.59 ± 4.35
P mg (L^-1)	220.35 ± 3.28
Na mg (L^-1)	147.55 ± 1.31
K mg (L^-1)	1247.92 ± 7.36
Zn mg (L^-1)	1.83 ± 0.16
Fe mg (L^-1)	15.37 ± 1.75
Cu mg (L^-1)	1.51 ± 0.02

Parameter	Symbol	Unit	Method
Soil texture	-	g kg^-1	Day (1965DAY, P. R. Particle fractionation and particle-size analysis. In: BLACK, C. A. Methods of soil analysis, Part 1: Physical and Mineralogical properties, including statistics of measurement and sampling. p.545-567, 1965. )
Water-dispersible clay	Wdc	g kg^-1	Day (1965DAY, P. R. Particle fractionation and particle-size analysis. In: BLACK, C. A. Methods of soil analysis, Part 1: Physical and Mineralogical properties, including statistics of measurement and sampling. p.545-567, 1965. )
Degree of flocculation	DF	%	Df = 100(Total Clay-Wdc)/Total Clay
Particle density	PD	Mg m^-3	Blake and Hartge (1986BLAKE, G. R.; HARTGE, K. H. Particle density. In: KLUTE, A. Methods of soil analysis: Part 1: Physical and mineralogical properties, including statistics of measurement and sampling. The American Society of Agronomy, Inc. p.377-382, 1986.)
Density	Ds	Mg m^-3	Blake and Hartge (1986BLAKE, G. R.; HARTGE, K. H. Particle density. In: KLUTE, A. Methods of soil analysis: Part 1: Physical and mineralogical properties, including statistics of measurement and sampling. The American Society of Agronomy, Inc. p.377-382, 1986.)
Aggregate size fraction	AS	mm	Yoder (1936YODER, R. E. A direct method of aggregate analysis of soils and a study of the physical nature of erosion losses. Journal of the American Society of Agronomy, 28(5):337-351, 1936.)/Grohmann (1960GROHMANN, F. Análise de agregados de solos. Bragantia, 19:201-213, 1960. )
Total porosity	TP	%	Tp =100 [1- (Bd/Pd)]
Weighted mean diameter	WMD	mm	Kemper and Rosenau (1986KEMPER, W. D.; ROSENAU, R. C. Aggregate stability and size. Methods of soil analysis. In: KLUTE, A. Part 1: Physical and mineralogical methods, 5th ed. p.425-442, 1986. )
1:2.5 water pH	pH_H2O	-	-
1M KCl pH	pH_KCl	-	-
Delta pH	∆pH	-	∆pH = pH_KCl - pH_H2O
Remaining P	P_rem	mg L^-1	Alvarez et al. (2000ALVAREZ, V. H. V. et al. Determinação e uso do fósforo remanescente. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Boletim informativo, 25(1):27-32, 2000.)
Total organic matter	OM	g kg^-1	Walkley and Black (1934WALKLEY, A.; BLACK, I. A. An examination of the degtjareff method for determining soil organic matter, and a proposed modification of the chromic acid titration method. Soil Science, 37(1):29-38, 1934. ) Yeomans and Bremner (1988YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine determination of organic carbon in soil. Communications in Soil Science and Plant Analysis, 19(13):1467-1476, 1988. )

Depth (m)	OMC			Dmax
Depth (m)	GCA	DYL	1	GCA	DYL	1
	--------------------%------------------			-------------------- g cm^-3 ---------------
0 - 0.2	8.88 bA	9.71 aA	1	2.23 aA	2.19 bA	1
0.2 - 0.4	8.26 bA	10.22 aA	1	2.23 aA	2.20 bA	1
Mean*	8.57 B	9.97 A		2.23 A	2.20 B

Layer (m)	Treat.	GCA		DYL
		Pressure* (kPa)	Density (Mg m^-3)	Pressure (kPa)	Density (Mg m^-3)
0 - 0.2	DW	95	1.59	90 1.40	1.43
	WW		1.54
0.2 - 0.4	DW	98	1.54	108 1.45	1.46
	WW		1.48