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Sobre os limites da filosofia e as possibilidades da sociologia em Pierre Bourdieu

Resumo:

Desde os primórdios das ciências sociais durante o século 18 europeu, a filosofia manteve uma relação problemática com elas, particularmente com a sociologia. Apesar do processo histórico de progressiva estruturação e diferenciação das ciências sociais da filosofia, a discussão não está de modo algum definitivamente resolvida, pelo menos do ponto de vista da filosofia. Este artigo revisa a posição do sociólogo Pierre Bourdieu a esse respeito. Contra a ideia segundo a qual, para Bourdieu, tanto a filosofia quanto as ciências sociais são capazes de elaborar problemas e conceitos, diferenciando-se apenas por seus métodos e mantendo um frutífero intercâmbio teórico entre si, uma leitura processual de sua obra, apoiada em estudos historiográficos recentes, revelam uma posição mais radical segundo a qual as ciências sociais desenvolveram a capacidade autônoma de elaborar o conhecimento científico autêntico. Assim, a ambiguidade de Bourdieu em relação à filosofia nada mais seria do que a aparência superficial de um processo de ruptura permanente, que o desenvolvimento de sua sociologia exigia.

Palavras-chave:
Filosofia; Autonomia; Ciências Sociais; História social; Reflexividade

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