Neste artigo, retomo a noção de derivação delocutiva, formulada pela primeira vez por Benveniste, que a exemplificou prototipicamente pela formação do verbo latino salutare ("saudar, cumprimentar") a partir do substantivo salus ("saúde"). Sustento que há interesse em não limitar essa noção à formação de verbos a partir de substantivos, e que uma noção ampliada de delocutividade se aplica a uma série de formações do português antigo e recente. Discuto ainda algumas das complicações que a compreensão do processo delocutivo traz para uma semântica que queira considerar apenas o sentido e a referência das expressões.
Delocutivos; Sentido; Referência