Resumo
Apesar dos conhecidos benefícios dos exercícios físicos resistidos em idosos frágeis, os idosos com doença de Alzheimer (DA) vêm sendo excluídos destes estudos. A atividade física funcional, por direcionar os exercícios para atividades comuns no dia a dia, seria adequada a este público, por enfocar a manutenção e a estimulação das capacidades remanescentes. A abordagem em grupo seria adequada tanto para reduzir os custos, quanto para atuar no isolamento social.
Objetivos:
Verificar os efeitos da atividade física funcional em grupo sobre a manutenção da função motora do paciente ido so com DA como forma de reabilitação preventiva.
Métodos:
10 idosos com DA leve a moderada alocados em dois grupos: com intervenção (atividades motoras com enfoque funcional durante 12 semanas) e sem intervenção. Foram avaliadas: atividades básicas e instrumentais de vida diária (questionário de Katz e de Lawton & Brody), mobilidade (Timed Up and Go Test, Timed Up and Go Test manual e Timed Up and Go Test cognitivo), cognição (Mini-exame do estado mental) e comportamento (Inventário Neuropsiquiátrico: NPI-Brief). O equilíbrio foi avaliado pela escala Berg de equilíbrio (BBS).
Resultados:
Houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos quanto à mudança média no equilíbrio medido pelo número de pontos na escala de Berg (p=0,046). Um aumento significativo de 1,60 pontos (IC95%[0,22;2,98]) foi observado no grupo com intervenção nessa escala, enquanto que no grupo sem intervenção foi de -0,40 (IC95% [-1,78;0,98], nenhuma mudança).
Conclusões:
É possível tratar DA em grupo com estratégias motoras. Essas estratégias se mostraram eficazes na melhora do equilíbrio, sugerindo que a atividade motora pode prevenir o declínio da mobilidade em portadores de DA leve a moderada.
Palavras-chave:
função motora; doença de Alzheimer; equilíbrio; atividade física; fisioterapia.