RESUMO.
Introdução:
Estudos com acompanhamento clínico são necessários para um melhor entendimento da evolução do quadro cognitivo e desenvolvimento de melhores estratégias de avaliação e intervenção.
Objetivo:
Investigar se idosos com cognição preservada (CP), comprometimento cognitivo leve (CCL) e doença de Alzheimer (DA) leve apresentam diferenças nos desfechos clínicos e intervenções realizadas ao longo de 32 meses.
Métodos:
A amostra foi constituída de 124 idosos residentes na comunidade foram incluídos e classificados em um dos três grupos (CP, CCL, DA leve). Informações sobre desfechos clínicos (óbitos, novos diagnósticos, quedas, necessidade de assistência ou mudanças de rotina e hospitalizações) e intervenções realizadas (aumento do uso de medicamentos, intervenção fisioterapêutica, prática de exercícios físicos e outras) foram coletadas, no período de 32 meses, por telefone ou durante visita domiciliar em um único dia.
Resultados:
Após 32 meses, 95 idosos (35 CP, 33 CCL e 27 DA) foram reavaliados. A necessidade de assistência/mudanças de rotina foi significativamente maior no Grupo DA, principalmente para as atividades básicas de vida diária. Diferentemente dos outros grupos, o Grupo CP não apresentou “outros diagnósticos” (incontinência urinária, prolapso, alterações visuais e doença autoimune). Nenhuma outra diferença significativa foi encontrada quanto às outras variáveis.
Conclusão:
Os idosos com e sem comprometimento cognitivo apresentaram diferenças em alguns desfechos clínicos após 32 meses, como necessidade de assistência/mudanças de rotina e novos diagnósticos de doenças específicas. Assim, a multidimensionalidade do idoso deve ser considerada ao planejar avaliações e intervenções.
Palavras-chave:
continuidade da assistência ao paciente; disfunção cognitiva; doença de Alzheimer; idoso