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Correlação clinicopatológica na doença de Alzheimer em casuística de autópsia no Brasil

Resumo

Os modelos de estadiamento neuropatológico da doença de Alzheimer (DA) têm sido desenvolvidos nos últimos 20 anos. Entretanto, têm sido quase exclusivamente testados em caucasianos de ascendência norte-européia ou em asiáticos. Objetivos: verificar quais dos critérios neuropatológicos discrimina melhor entre a DA e o envelhecimento normal em uma casuística clinicopatológica brasileira bem caracterizada. Métodos: uma amostra aleatória de 89 casos do Banco Brasileiro de Encéfalos do Estudo de Envelhecimento Cerebral foi submetida à avaliação neuropatológica completa com imunohistoquímica. As condições clínicas e funcionais foram avaliadas mediante entrevista com informante confiável. Os escores na Clinical Dementia Rating Scale (CDR) foram comparados com os escores dos estágios de Braak e Braak, do CERAD (Consortium to Establish a Registry for Alzheimer's Disease) e do consórcio NIA-Reagan (National Institute of Aging-Reagan Institute). Casos com diagnósticos neuropatológicos diferentes de DA foram excluídos (n=27). Resultados: Os 62 casos foram classificados em: CDR0=39, CDR0,5=9, CDR³1=14. Não havia diferenças quanto a idade, gênero e escolaridade entre os grupos. Os escores no CERAD correlacionaram-se melhor com os do CDR (r=0,5303; p<0,001). Os escores nos estágios de Braak e Braak foram significativamente mais elevados nos casos com CDR mais altos. A correlação do CDR com os escores dos critérios NIA-Reagan foi parcialmente rompida porque grande proporção de casos não se enquadrava em nenhuma das categorias diagnósticas destes critérios. Conclusões: Nesta casuística, os critérios do CERAD correlacionam-se melhor com os do CDR. Como observado por outros estudos, alguns casos de indivíduos cognitivamente normais, preencheram critérios neuropatológicos para o diagnóstico de DA.

Palavras-chave:
doença de Alzheimer; demência; critérios diagnósticos; critérios neuropatológicos; banco de encéfalos; banco de cérebros

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