RESUMO
Objetivo:
avaliar o impacto de dois protocolos de tratamento precoce para a mordida cruzada anterior dentária na qualidade de vida de crianças.
Métodos:
trinta crianças de 8 a 10 anos de idade com mordida cruzada anterior dentária participaram desse estudo. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: Grupo 1 - 15 crianças em tratamento com aparelho removível superior com molas digitais; Grupo 2 - 15 crianças em tratamento com batentes de cimento de ionômero de vidro resinoso nos primeiros molares permanentes inferiores. A qualidade de vida foi avaliada por meio da versão brasileira do Child Perceptions Questionnaire (CPQ8-10), o qual contém quatro subescalas: sintomas bucais (SB), limitações funcionais (LF), bem-estar emocional (BE) e bem-estar social (BS). Um escore mais alto indica um impacto mais negativo na qualidade de vida. As crianças responderam ao questionário antes do tratamento (T1) e 12 meses após o início do tratamento ortodôntico (T2). Estatística descritiva, o teste Wilcoxon e análise de covariância (ANCOVA) foram realizados.
Resultados:
a média de idade das crianças foi de 9,07 ± 0,79 anos no Grupo 1 e de 9,00 ± 0,84 no Grupo 2. Para o Grupo 1, os escores das subescalas LF e BE e o escore total do CPQ8-10 foram significativamente maiores em T1 do que em T2 (p= 0,004, p= 0,012 e p= 0,015, respectivamente). Para o Grupo 2, não houve diferença estatisticamente significativa. A ANCOVA não mostrou diferença significativa entre os grupos em relação à qualidade de vida em T2, após o controle para as medidas de qualidade de vida em T1.
Conclusões:
a diferença em relação ao impacto na qualidade de vida entre os grupos não foi relacionada ao protocolo de tratamento utilizado.
Palavras-chave:
Crianças; Má oclusão; Mordida cruzada anterior; Ortodontia interceptativa; Qualidade de vida