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Os gigantes da montanha e o semblante do real 1 1 O artigo foi apresentado em formato de comunicação durante o evento “Così è, se ci pare. Relendo Pirandello no Brasil”, ocorrido em novembro de 2017 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Resumo

A questão que acompanhou Pirandello em suas reflexões sobre o teatro, refletida em sua composição dramatúrgica, foi a convicção da impossibilidade de representar o real do personagem (a máscara) por um ator. Todo personagem pirandelliano exige que o tomemos como real. Estamos diante de um modo de pensar o teatro que revoga a representação na própria cena, apontando como impossível o ato de representar um personagem. Em nosso autor a máscara nua é um elemento de combate ao mundo sensível, nos indicando como saída a este mundo forjado, simplesmente o impensável: personagens verdadeiramente vivos, que resistem ao real intimidador do mundo sensível. Tal pensamento, que coloca às avessas o real, se materializa de forma indiscutível em Os gigantes da montanha (1936), texto deixado incompleto e construído na matéria dos sonhos.

Palavras-chave:
Pirandello; Máscaras nuas; Semblante do real; Os gigantes da montanha

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