RESUMO:
Neste ensaio pedagógico propõe-se analisar o contraste entre uma concepção classificatória e mensurativa da avaliação e uma abordagem, contrária à anterior, capaz de ser descrita como um olhar atento e aberto que não busca "resultados para medir", mas efeitos e traços interessantes do ensino na educação infantil. Na concepção mensuracional, avaliar é tomar como referencial "o que se espera" das crianças juntamente com a pergunta "conseguiram?". E se não obtiveram sucesso, dizem que estão "em processo", que é o eufemismo para fracasso. Nos antípodas desse paradigma assim instalado (e que se apresenta como único e indiscutível) existem, porém, outros lugares a partir dos quais a avaliação pode ser pensada, onde o referencial é a intenção, amorosa e honesta, de oferecer ensino, cuidado e confiança em cada um, sem classificação, sem lista de habilidades a serem conquistadas, mas com vontade de compreender e atender, de ouvir e aprender. Vamos insistir na ideia de que, para olhar educacionalmente os processos pedagógicos da educação infantil, é preciso refazer as lógicas vigentes em termos de avaliação mensuracional, condizentes com os sentidos de existência desse nível de ensino.
Palavras-chave:
Educação Inicial; Avaliação; Pedagogias Críticas
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