RESUMO:
O estudo objetivou avaliar possíveis fatores associados à retenção e à intencionalidade de evasão do curso de Farmácia de uma universidade pública do Nordeste. Trata-se de um estudo transversal realizado entre julho e dezembro de 2019 com estudantes dos dois cursos de graduação em Farmácia, da Universidade Federal de Sergipe. Para coleta de dados, utilizou-se um instrumento que contemplava: 1) Dados Sociodemográficos; e 2) Fatores ligados à intencionalidade de evasão, questões sobre trancamento e reprovação em módulos/disciplinas. Participaram da pesquisa 335 estudantes, sendo 132 do Campus Lagarto e 203 estudantes de São Cristóvão. Desses, 69,30% (n=232) eram mulheres; a maioria (81,20%) apresentou idade entre 18 e 24 anos; 60,90% (n=204) se autodeclaram pardos; 96,70% eram solteiros; e 5,10% (n= 17) possuíam filhos. Quanto à reprovação e intencionalidade de evasão, 176 (52,50%) afirmaram já terem reprovado, e 62,10% (n=208) apresentaram a intenção de desistir do curso. Entre os fatores que apresentam impacto na intencionalidade da evasão, destacaram-se: “horário das disciplinas ofertadas”, “matriz curricular”, “metodologia de ensino”, “forma de avaliação”, “relação entre aluno e professor/coordenador”, “relações interpessoais”, “assistência aos alunos”, “baixa remuneração do profissional”, “dificuldades financeiras”, “falta de habilidades de estudo”, “dificuldades de adaptação à universidade”, “desencanto ou desmotivação com o curso”, “dificuldades de aprendizagem, traduzidas em reprovação e baixa frequência”, “inadaptação com o curso” e “problema de saúde mental”. Os resultados reforçam a necessidade de estratégias que subsidiem os estudantes durante a graduação, a fim de reduzir o impacto das variáveis identificadas na retenção e na evasão escolar no Ensino Superior.
Palavras-chave:
evasão escolar; retenção escolar; educação farmacêutica; Ensino Superior