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DEVIR UM CORPO VAGANDO: A EDUCAÇÃO E O CORPO NO PENSAMENTO DE TIM INGOLD

RESUMO:

O artigo trata do lugar do corpo e da educação no pensamento do antropólogo escocês Timothy Ingold. Apresentamos os principais pressupostos metateóricos do autor, destacando aqueles que são vetores centrais de nossa argumentação: os pares natureza-cultura, corpo-mente e animalidade-humanidade. O pensamento de Ingold é uma aposta numa formação humana referenciada no devir, entendida como uma inserção singular numa tradição que está sempre situada no plano da historicidade e da imanência, que não tem um sentido pré-definido, mas antes se constitui na errância, a partir de uma relação de atenção e percepção do mundo mediada pelos demais que já nele estão presentes. O corpo é concebido como uma dimensão constitutiva do ser humano, sem a qual não é possível compreender o modo de ser-ser-com-os-outros no mundo. Nele as potencialidades humanas são realizadas, sendo que a atenção e a percepção cruciais. Ao problematizar os desdobramentos desse pensamento para a formação humana e a educação corporal, encontramos poderosas ferramentas conceituais para criticar a tradição moderna da educação, bem como para vislumbrar outra forma de conceber a formação humana e a educação corporal, que não são entendidas como mera transmissão de saberes com os quais se opera logicamente, nem como a formação de um corpo material que deve funcionar da melhor maneira possível, mas concebida como a transmissão de uma forma singular de percepção e (re)criação do mundo e como instância de criação de caminhos vagando, respectivamente.

Palavras-chave:
Educação; Corpo; Antropologia; Percepção; Ingold

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