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Mulheres, relações afetivo-amorosas e uso de drogas: vivências e significados

Resumo

Objetivo

Analisar as vivências e significados dos relacionamentos afetivo-amorosos vivenciados por mulheres em tratamento devido ao consumo de drogas.

Método

Pesquisa qualitativa, descritiva e transversal desenvolvida com a participação de 21 mulheres atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial do interior paulista. As entrevistas foram submetidas à análise temática reflexiva e organizam-se em três eixos.

Resultados

As mulheres relataram vulnerabilidades sociais ao longo da vida e fragilidades nas redes de apoio que culminaram em sofrimentos, desamparo e uso precoce de drogas. Tornar-se esposa foi construído como esperança para um novo modo de vida, porém de forma idealizada e engendrada. As relações afetivas mostraram-se centrais, tanto para experiências de aumento como de diminuição do consumo de drogas. O uso aumentou por necessidade de agradar o parceiro, cumprir o papel de esposa ou diante das violências. A diminuição ocorreu em situações de apoio do companheiro, auxílio para acessar o tratamento ou quando cônjuge restringiu sua liberdade. Esses relacionamentos se somaram às vulnerabilidades vividas produzindo demandas aos equipamentos de saúde e sociais.

Conclusão

O tratamento deve incluir intervenções sobre os relacionamentos amorosos das mulheres, assim como problematizar os papéis de gênero e interpor-se intersetorialmente entre os demais determinantes sociais.

Palavras-chave
Gender; Marriage; Mental health services; Substance-related disorders

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