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Cansados e esgotados: trabalhadores precarizados no cinema de ficção brasileiro1 1 Uma primeira versão deste artigo foi apresentada no XXXI Encontro Anual da Compós, na Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, MA, de 6 a 10 de junho de 2022, e publicada nos anais do evento. Agradeço aos colegas do Grupo de Trabalho Comunicação e Experiência Estética pelas contribuições para o aprimoramento do texto, em especial a César Guimarães, que o relatou.

Weary and exhausted: precarious workers in Brazilian fiction cinema

Resumo

O artigo identifica figuras do cansaço e de seu estágio paroxístico, o esgotamento, em ficções do cinema brasileiro recente dedicadas a trabalhadores precarizados. Defende-se que tais estados corporais, por intermédio da forma fílmica, anunciam sensivelmente os mecanismos de poder infligidos sobre os trabalhadores. A fim de desvelar o nexo entre corpo e experiência social, elabora-se um quadro conceitual introdutório apto a analisar a fadiga como categoria estético-política cujos predicados compreendem um abatimento em curso, durativo, e a resistência corpórea em suportar o que afeta o sujeito. À luz do referencial teórico e da análise de Arábia (Affonso Uchôa e João Dumans, 2017), Breve miragem de sol (Eryk Rocha, 2019) e Mascarados (Marcela e Henrique Borela, 2020), argumenta-se que o cansaço do trabalhador é figurado por meio de práticas de seriação, de dispositivos de compressão espaço-visual e do instante residual da postura.

Palavras chave
cansaço; corpo; trabalhador; cinema brasileiro de ficção

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