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A construção social como meio da intervenção ergonômica

Resumo

A Análise Ergonômica do Trabalho (EWA), embora muito utilizada no Brasil, tem sido alvo de críticas por uma suposta insuficiência em promover a transformação efetiva do trabalho. Embora essa crítica possa ser em parte considerada no caso da ergonomia brasileira, ela não se aplica à ergonomia da atividade desenvolvida na França, seu país de origem. Ao mesmo tempo, a EWA não pode ser confundida com todo o campo da Ergonomia da Atividade. Sob esse cenário, este artigo objetiva analisar os fatores que explicam a prática atual da ergonomia no Brasil para compará-la aos modos de intervenção desenvolvidos na França. Objetivamos, também, aprofundar a reflexão sobre modelos, conceitos e métodos, a fim de expandir a possibilidade da intervenção ergonômica brasileira. Para isso, partimos de uma reflexão teórica do desenvolvimento da EWA no Brasil a partir da sua origem na França e apresentamos uma intervenção realizada em uma empresa francesa de eletricidade. Em seguida, discutimos as perdas sofridas pela EWA em sua transferência tecnológica da França para o Brasil, bem como a necessidade de desenvolvimento da construção social em todas as fases da intervenção. Concluímos mostrando a importância do desenvolvimento deste debate no campo da ergonomia e a necessidade de continuá-lo.

Palavras-chave:
Análise Ergonômica do Trabalho; Intervenção; Construção social; Ergonomia da atividade


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