É comum a superestimativa de parâmetros genéticos em palmeiras devido à ocorrência de geitonogamia e a ausência de mecanismos que assegurem a autoincompatibilidade. Dados obtidos em viveiro com palmeiras do gênero Archontophoenix foram utilizados, assumindo um sistema reprodutivo misto, com a ocorrência ao acaso de diferentes taxas de polinização cruzada e autofecundação. O objetivo foi mostrar a importância do conhecimento do sistema reprodutivo predominante e definir estratégias de melhoramento para o gênero. Vinte e quatro famílias de meios-irmãos foram avaliadas em condições de viveiro usando o delineamento de blocos completos casualizados, com nove repetições e onze plantas por parcela. Dez meses após a semeadura, os seguintes caracteres foram individualmente mensurados: diâmetro, altura, número de folhas verdes e comprimento do limbo foliar da segunda folha. Caracteres relacionados à biomassa foram também estimados por meio de regressão. Concluiu-se que a palmeira real australiana não pode ser considerada como alógama e que o modelo que considera um sistema reprodutivo misto deve ser utilizado quando da estimativa de parâmetros genéticos para esse gênero. Estimou-se que pelo menos 50% de autofecundação ocorreu nas plantas matrizes. O índice multi-efeitos, utilizando todos os efeitos ao acaso do modelo linear, proporcionou a maior acuracia de seleção para todos os caracteres avaliados, sendo recomendado seu uso em programas de melhoramento com Archontophoenix. Sob o modelo de alogamia o tamanho efetivo da população foi equivalente a 93 indivíduos não aparentados. Esse tamanho foi reduzido a 32 palmeiras quando o modelo misto foi considerado; mesmo assim há suficiente variabilidade para permitir progresso genético por seleção na população em estudo.
Archontophoenix; seafortia; herdabilidade; seleção; caracteres vegetativos
