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Injúria renal aguda em nonagenários: características clínicas e mortalidade

Resumo

Introdução:

Nonagenários constituem um percentual de pacientes internados em ascensão, sendo a injúria renal aguda (IRA) frequente nesses pacientes. Sendo assim, é importante analisar as características clínicas dessa população e seu impacto na mortalidade.

Métodos:

Estudo retrospectivo de pacientes nonagenários com IRA entre 2013 e 2022 em um hospital terciário. Apenas o último internamento foi considerado e pacientes com dados incompletos foram excluídos. Uma análise por regressão logística foi realizada para definir fatores de risco para mortalidade. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados:

Foram incluídos 150 pacientes com mediana de idade 93,0 anos (91,2–95,0) e sexo masculino em 42,7%. Sepse foi a causa mais comum de IRA (53,3%), seguida de desidratação/hipovolemia (17,7%) e insuficiência cardíaca (17,7%). Admissão na UTI ocorreu em 39,3% dos pacientes, ventilação mecânica em 14,7%, uso de vasopressores em 22,7% e realização de terapia renal substitutiva (TRS) em 6,7%. Óbito ocorreu em 56,7% dos pacientes. Desidratação/hipovolemia como etiologia da IRA foi associado a menor risco de mortalidade (OR 0,18; IC 95% 0,04–0,77, p = 0,020). Estágio KDIGO 3 (OR 3,15; IC 95% 1,17–8,47, p = 0,023), admissão na UTI (OR 12,27; IC 95% 3,03–49,74, p < 0,001) e oligúria (OR 5,77; IC 95% 1,98–16,85, p = 0,001) foram associados à mortalidade.

Conclusão:

Nonagenários com IRA apresentaram alta mortalidade e IRA KDIGO 3, oligúria e admissão na UTI foram associadas ao óbito.

Descritores:
Nonagenários; Injúria Renal Aguda; Mortalidade

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