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Jornal Brasileiro de Pneumologia, Volume: 48, Número: 3, Publicado: 2022
  • Celebrando o Dia Mundial da Asma no Brasil: lições aprendidas com a pandemia. Podemos fazer melhor? Editorial

    Pizzichini, Marcia Margaret Menezes; Carvalho-Pinto, Regina Maria de; Pizzichini, Emilio
  • O que permanece no tecido pulmonar após a COVID-19 aguda? Editorial

    Duarte-Neto, Amaro Nunes; Dolhnikoff, Marisa
  • O impacto da COVID-19 no sono e no ritmo circadiano Editorial

    Lins-Filho, Ozeas; Pedrosa, Rodrigo P
  • Desafios assistenciais aos pacientes com tromboembolismo pulmonar no Brasil Editorial

    Amado, Veronica Moreira; Santana, Alfredo Nicodemos Cruz
  • Fenotipagem da asma grave: a definição de diferentes fenótipos importa? Editorial

    Pizzichini, Marcia Margaret Menezes; Cançado, José Eduardo Delfini
  • Alargamento mediastinal Educação Continuada

    Marchiori, Edson; Hochhegger, Bruno; Zanetti, Gláucia
  • Construindo equipes de pesquisa clínica e translacional Educação Continuada

    Patino, Cecilia María; Ferreira, Juliana Carvalho
  • Cálculo dos limites estatísticos de normalidade e dos escores Z para testes de função pulmonar Educação Continuada

    Neder, José Alberto; Berton, Danilo Cortozi; O’Donnell, Denis E
  • Hospitalizações por embolia pulmonar no Brasil (2008-2019): um estudo ecológico e de séries temporais Artigo Original

    Gomes, Jéssica Alves; Barros, José Elias Bezerra; Nascimento, André Luis Oliveira do; Rocha, Carlos Alberto de Oliveira; Almeida, João Paulo Oliveira de; Santana, Gibson Barros de Almeida; Correia, Divanise Suruagy; Santos, Márcio Bezerra; Carmo, Rodrigo Feliciano do; Souza, Carlos Dornels Freire de

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Avaliar as tendências temporais das hospitalizações por Embolia Pulmonar (EP) no Brasil, assim como suas regiões e estados no período entre 2008 e 2019. Métodos Foi realizado um estudo ecológico e de série temporal. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Ministério da Saúde (MS) do Brasil. O modelo de regressão de pontos de inflexão foi aplicado para análises de tendências temporais. As tendências foram classificadas como crescentes, decrescentes ou estacionárias de acordo com a inclinação da linha de regressão. O percentual de variação anual (APC) e Percentual de Variação Médio do Período (AAPC) foram calculados considerando Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%) e significância de 5%. Além disso, foram elaborados mapas de distribuição espacial dos indicadores epidemiológicos relacionados à EP no Brasil. Resultados Houve uma tendência crescente na taxa de hospitalização de EP no Brasil, variando de 2,57 em 2008 a 4,44/100.000 em 2019 (AAPC=5,6%; p<0,001). Os custos totais e médios de hospitalização também mostraram uma tendência crescente no país (AAPC=9,2% e 3,0%, respectivamente). Ainda assim, houve uma diminuição na taxa de mortalidade hospitalar (de 21,21% para 17,11%; AAPC=-1,9%; p<0,001). Tendências similares foram observadas na maioria das regiões. O tempo médio de hospitalização no Brasil mostrou uma tendência estacionária. A taxa de hospitalização também aumentou em 18 estados (66,67%). Sete estados mostraram uma diminuição na taxa de mortalidade (25,93%), exceto Roraima, que mostrou uma tendência crescente. Conclusão As hospitalizações de EP representam um grave problema de saúde pública no Brasil, e os padrões temporais aqui observados demonstraram uma tendência crescente em todas as regiões e estados do país.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To assess the temporal trends of hospitalizations for pulmonary embolism (PE) in Brazil, its regions, and states between 2008 and 2019. Methods An ecological and time series study was conducted. Data were obtained from the Hospital Information System (SIH) of the Brazilian Ministry of Health. The inflection point regression model was applied for temporal trend analyses. Trends were classified as increasing, decreasing, or stationary according to the slope of the regression line. The Annual Percent Charge (APC) and the Average Annual Percent Change (AAPC) were calculated considering a confidence interval of 95% and p-value <0.05. Furthermore, spatial distribution maps of epidemiological indicators related to PE in Brazil were elaborated. Results There was an increasing trend in the hospitalization rate for PE in Brazil, ranging from 2.57 in 2008 to 4.44/100,000 in 2019 (AAPC=5.6%; p<0.001). Total and average hospitalizations costs also showed increasing trend in the country (AAPC=9.2% and 3.0%, respectively). Still, there was a decrease in the in-hospital mortality rate (from 21.21% to 17.11%; AAPC=-1.9%; p<0.001). Similar trends were observed in most regions. The average hospitalization time in Brazil showed a stationary trend. The hospitalization rate has also increased in 18 states (66.67%). Seven states showed a decrease in the mortality rate (25.93%), except for Roraima, which showed an increasing trend. Conclusion Hospitalizations for PE represent a serious public health problem in Brazil and the temporal patterns observed herein demonstrate an increasing trend in all regions and states of the country.
  • Qualidade do sono em pacientes com DPOC: correlação com gravidade da doença e estado de saúde Artigo Original

    Clímaco, Danielle Cristina Silva; Lustosa, Thais C; Silva, Marcus Vinícius de França Pereira; Lins-Filho, Ozeas L; Rodrigues, Valesca Kehrle; Oliveira-Neto, Luiz de Albuquerque P de; Feitosa, Audes Diógenes Magalhães; Queiroga Jr, Fernando José Pinho; Cabral, Marília Montenegro; Pedrosa, Rodrigo P

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar os preditores clínicos de má qualidade do sono em pacientes com DPOC, com e sem apneia obstrutiva do sono (AOS). Métodos: Pacientes estáveis consecutivos com DPOC foram avaliados quanto à AOS por meio de polissonografia noturna; quanto à qualidade do sono por meio do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP) e quanto ao impacto da doença por meio do Teste de Avaliação da DPOC. A gravidade da DPOC foi classificada conforme as diretrizes de 2020 da GOLD. Os preditores de má qualidade do sono foram avaliados por meio de análise de regressão logística multivariada. Resultados: Foram estudados 51 pacientes com DPOC apenas e 51 pacientes com DPOC e AOS. Ambos os grupos eram semelhantes quanto à idade (66,2 ± 9,2 anos vs. 69,6 ± 10,7, p = 0,09) e limitação do fluxo aéreo (p = 0,37). Sono de má qualidade esteve presente em 74,8% dos participantes, sem diferença significativa entre os pacientes com DPOC, com e sem AOS, quanto à pontuação no IQSP (p = 0,73). A polissonografia mostrou aumento do estágio 1 do sono non-rapid eye movement e do índice de despertares, bem como redução da eficiência do sono e do estágio 3 do sono non-rapid eye movement nos pacientes com DPOC e AOS (p < 0,05). Os preditores independentes de má qualidade do sono foram DPOC grau C/D da GOLD (OR = 6,4; IC95%: 1,79-23,3; p < 0,01), pontuação ≥ 10 no Teste de Avaliação da DPOC (OR = 12,3; IC95%: 4,1-36,5; p < 0,01) e menor SaO2 < 80% (p < 0,0001). Conclusões: O sono de má qualidade é bastante comum em pacientes com DPOC e apresenta relação com DPOC grave e estado de saúde ruim, além de ter impacto negativo na qualidade de vida global. Não obstante as alterações na polissonografia, a AOS aparentemente não tem impacto na qualidade do sono referida por pacientes com DPOC.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To evaluate clinical predictors of poor sleep quality in COPD patients with and without obstructive sleep apnea (OSA). Methods: Consecutive stable patients with COPD were evaluated for OSA by means of overnight polysomnography; for sleep quality by means of the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI); and for disease impact by means of the COPD Assessment Test. COPD severity was graded in accordance with the 2020 GOLD guidelines. Predictors of poor sleep quality were evaluated by multivariate logistic regression analysis. Results: We studied 51 patients with COPD alone and 51 patients with COPD and OSA. Both groups had similar age (66.2 ± 9.2 years vs. 69.6 ± 10.7, p = 0.09) and airflow limitation (p = 0.37). Poor sleep quality was present in 74.8% of the study participants, with no significant difference between COPD patients with and without OSA regarding PSQI scores (p = 0.73). Polysomnography showed increased stage 1 non-rapid eye movement sleep and arousal index, as well as reduced sleep efficiency and stage 3 non-rapid eye movement sleep, in the group of patients with COPD and OSA (p < 0.05). Independent predictors of poor sleep quality were GOLD grade C/D COPD (OR = 6.4; 95% CI, 1.79-23.3; p < 0.01), a COPD Assessment Test score ≥ 10 (OR = 12.3; 95% CI, 4.1-36.5; p < 0.01), and lowest SaO2 < 80% (p < 0.0001). Conclusions: Poor sleep quality is quite common in patients with COPD and is associated with severe COPD and poor health status, having a negative impact on overall quality of life. Despite changes in polysomnography, OSA appears to have no impact on subjective sleep quality in COPD patients.
  • Saúde do sono e o padrão circadiano de atividade e repouso quatro meses depois da COVID-19 Artigo Original

    Henríquez-Beltrán, Mario; Labarca, Gonzalo; Cigarroa, Igor; Enos, Daniel; Lastra, Jaime; Nova-Lamperti, Estefania; Targa, Adriano; Barbe, Ferran

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Descrever a prevalência e gravidade de transtornos do sono e alterações circadianas em pacientes com COVID-19 quatro meses depois da fase aguda da doença. Métodos: Estudo prospectivo observacional transversal com pacientes com COVID-19 leve, moderada (com necessidade de hospitalização, mas não de ventilação mecânica) ou grave (com SDRA) quatro meses depois da fase aguda da doença. Todos os pacientes foram submetidos a teste domiciliar de apneia do sono e actigrafia de sete dias, além de terem preenchido questionários para avaliar a qualidade do sono e a saúde mental. As diferenças entre os três grupos foram avaliadas por meio de ANOVA e teste do qui-quadrado. Resultados: Foram incluídos no estudo 60 pacientes. Destes, 17 eram do grupo COVID-19 leve, 18 do grupo COVID-19 moderada e 25 do grupo COVID-19 grave. A qualidade do sono, avaliada pela pontuação na escala satisfaction, alertness, timing, efficiency, and duration, foi prejudicada nos três grupos, que também apresentaram alta prevalência de sono não saudável, pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. A prevalência de insônia, avaliada pelo Insomnia Severity Index, foi elevada nos três grupos. O teste domiciliar de apneia do sono mostrou que a prevalência geral de apneia obstrutiva do sono foi de 60%, e a actigrafia de sete dias mostrou que o tempo total de sono foi < 7 h nos três grupos. Alterações da qualidade de vida e do padrão circadiano de atividade e repouso foram observadas nos três grupos. Conclusões: Sintomas relacionados ao sono, alterações do padrão circadiano de atividade e repouso e comprometimento da saúde mental parecem ser comuns em pacientes com COVID-19 quatro meses depois da fase aguda da doença, sendo a COVID-19 grave associada a uma maior prevalência de apneia obstrutiva do sono.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To describe the prevalence and severity of sleep disorders and circadian alterations in COVID-19 patients four months after the acute phase of the disease. Methods: This was a cross-sectional observational prospective study of patients with mild COVID-19, moderate COVID-19 (requiring hospitalization but no mechanical ventilation), or severe COVID-19 (with ARDS) four months after the acute phase of the disease. All patients underwent a home sleep apnea test and seven-day wrist actigraphy, as well as completing questionnaires to assess sleep quality and mental health. Differences among the three groups of patients were evaluated by ANOVA and the chi-square test. Results: A total of 60 patients were included in the study. Of those, 17 were in the mild COVID-19 group, 18 were in the moderate COVID-19 group, and 25 were in the severe COVID-19 group. Sleep quality, as assessed by satisfaction, alertness, timing, efficiency, and duration scale scores, was found to be impaired in all three groups, which also had a high prevalence of unhealthy sleep, as assessed by the Pittsburgh Sleep Quality Index. The prevalence of insomnia was increased in all three groups, as assessed by the Insomnia Severity Index. The home sleep apnea test showed that the overall prevalence of obstructive sleep apnea was 60%, and seven-day wrist actigraphy showed that total sleep time was < 7 h in all three groups. Changes in quality of life and in the circadian rest-activity pattern were observed in all three groups. Conclusions: Sleep-related symptoms, changes in the circadian rest-activity pattern, and impaired mental health appear to be common in COVID-19 patients four months after the acute phase of the disease, severe COVID-19 being associated with a higher prevalence of obstructive sleep apnea.
  • Espirometria de rotina em pacientes com fibrose cística: impacto no diagnóstico de exacerbação pulmonar e no declínio do VEF1 Artigo Original

    Aquino, Carolina Silva Barboza de; Rodrigues, Joaquim Carlos; Silva-Filho, Luiz Vicente Ribeiro Ferreira da

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: A doença pulmonar na fibrose cística (FC) é caracterizada por episódios recorrentes de exacerbações pulmonares (EP), com declínio agudo e em longo prazo da função pulmonar (VEF1). O objetivo deste estudo foi determinar se a espirometria de rotina aumenta a frequência de diagnóstico de EP, beneficiando a função pulmonar em longo prazo. Métodos: Pacientes com FC na faixa etária de 5 a 18 anos foram acompanhados durante 1 ano, ao longo do qual foram submetidos a espirometria antes de cada consulta médica. As principais variáveis foram a frequência de diagnóstico de EP e uso de antibióticos; o uso da espirometria como critério de diagnóstico de EP (declínio do VEF1 basal ≥ 10%); e a mediana do VEF1 em porcentagem do previsto ao longo do tempo. Os dados foram comparados àqueles referentes aos 24 meses anteriores, período durante o qual a espirometria era realizada eletivamente a cada 6 meses. Resultados: O estudo incluiu 80 pacientes com FC. EP foram diagnosticadas em 27,5% das consultas, com média de frequência de 1,44 EP por paciente/ano em 2014 vs. 0,88 EP por paciente/ano em 2012 (p = 0,0001) e 1,15 EP por paciente/ano em 2013 (p = 0,05). O VEF1 foi usado como recurso diagnóstico em 83,5% das EP. Em 21,9% das EP, a decisão de iniciar a antibioticoterapia baseou-se exclusivamente no declínio agudo do VEF1. A mediana do VEF1 em porcentagem do previsto foi de 85,7% durante o ano de acompanhamento, de 78,5% em 2013 e de 76,8% em 2012 (p > 0,05). A mediana do VEF1 em porcentagem do previsto permaneceu acima de 80% durante os dois anos após o estudo. Conclusões: A espirometria de rotina está associada a taxas mais elevadas de diagnóstico e tratamento de EP e possivelmente tem impacto na função pulmonar em longo prazo.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: Pulmonary disease in cystic fibrosis (CF) is characterised by recurrent episodes of pulmonary exacerbations (PExs), with acute and long-term declines in lung function (FEV1). The study sought to determine whether routine spirometry increases the frequency of PEx diagnosis, resulting in benefits to long-term pulmonary function. Methods: CF patients in the 5- to 18-year age bracket were followed for 1 year, during which they underwent spirometry before every medical visit. The main variables were the frequency of PEx diagnosis and use of antibiotics; the use of spirometry as a criterion for PEx diagnosis (a decline ≥ 10% in baseline FEV1); and median percent predicted FEV1 over time. The data were compared with those for the previous 24-month period, when spirometry was performed electively every 6 months. Results: The study included 80 CF patients. PExs were diagnosed in 27.5% of the visits, with a mean frequency of 1.44 PExs per patient/year in 2014 vs. 0.88 PExs per patient/year in 2012 (p = 0.0001) and 1.15 PExs per patient/year in 2013 (p = 0.05). FEV1 was used as a diagnostic feature in 83.5% of PExs. In 21.9% of PExs, the decision to initiate antibiotics was solely based on an acute decline in FEV1. The median percent predicted FEV1 during the follow-up year was 85.7%, being 78.5% in 2013 and 76.8% in 2012 (p > 0.05). The median percent predicted FEV1 remained above 80% during the two years after the study. Conclusions: Routine spirometry is associated with higher rates of diagnosis and treatment of PExs, possibly impacting long-term pulmonary function.
  • Prevalência do fenótipo eosinofílico em pacientes com asma grave no Brasil: o estudo BRAEOS Artigo Original

    Athanazio, Rodrigo; Stelmach, Rafael; Antila, Martti; Souza-Machado, Adelmir; Arruda, L. Karla; Cerci Neto, Alcindo; Serpa, Faradiba Sarquis; Blanco, Daniela Cavalet; Lima, Marina; Bianchi Júnior, Pedro; Penha, Márcio; Rabahi, Marcelo Fouad

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a prevalência dos fenótipos eosinofílico e alérgico da asma grave no Brasil e investigar as características clínicas dos pacientes com asma grave no país. Métodos: Estudo transversal com pacientes adultos com diagnóstico de asma grave atendidos em centros especializados no Brasil. O estudo foi realizado em 2019. Resultados: Foram incluídos no estudo 385 pacientes. Destes, 154 apresentavam contagem de eosinófilos no sangue > 300 células/mm3 e 231 apresentavam contagem de eosinófilos no sangue ≤ 300 células/mm3. A mediana da idade foi de 54,0 anos, e a maioria dos pacientes era do sexo feminino, com IMC de 29,0 kg/m2 e história de alergia (81,6%). A prevalência de pacientes com contagem de eosinófilos no sangue > 300 células/mm3 foi de 40,0% (IC95%: 35,1-44,9), e a daqueles com contagem de eosinófilos no sangue > 300 células/mm3 e história de alergia foi de 31,9% (IC95%: 27,3-36,6). A idade e o IMC apresentaram associações positivas com contagem de eosinófilos no sangue > 300 células/mm3 (OR = 0,97, p < 0,0001 e OR = 0,96, p = 0,0233, respectivamente), ao passo que o tempo decorrido desde o início dos sintomas de asma apresentou associação aumentada com contagem de eosinófilos no sangue > 300 células/mm3 (OR = 1,02, p = 0,0011). Conclusões: Este estudo possibilitou a caracterização da população de pacientes com asma grave no Brasil, mostrando a prevalência do fenótipo eosinofílico (em 40% da amostra). Nossos resultados revelam a relevância do fenótipo eosinofílico da asma grave em nível nacional, contribuindo para aumentar a eficácia no manejo da doença e na implantação de estratégias de saúde pública.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To assess the prevalence of the eosinophilic and allergic phenotypes of severe asthma in Brazil, as well as to investigate the clinical characteristics of severe asthma patients in the country. Methods: This was a cross-sectional study of adult patients diagnosed with severe asthma and managed at specialized centers in Brazil. The study was conducted in 2019. Results: A total of 385 patients were included in the study. Of those, 154 had a blood eosinophil count > 300 cells/mm3 and 231 had a blood eosinophil count of ≤ 300 cells/mm3. The median age was 54.0 years, and most of the patients were female, with a BMI of 29.0 kg/m2 and a history of allergy (81.6%). The prevalence of patients with a blood eosinophil count > 300 cells/mm3 was 40.0% (95% CI: 35.1-44.9), and that of those with a blood eosinophil count > 300 cells/mm3 and a history of allergy was 31.9% (95% CI: 27.3-36.6). Age and BMI showed positive associations with a blood eosinophil count > 300 cells/mm3 (OR = 0.97, p < 0.0001; and OR = 0.96, p = 0.0233, respectively), whereas the time elapsed since the onset of asthma symptoms showed an increased association with a blood eosinophil count > 300 cells/mm3 (OR = 1.02, p = 0.0011). Conclusions: This study allowed us to characterize the population of severe asthma patients in Brazil, showing the prevalence of the eosinophilic phenotype (in 40% of the sample). Our results reveal the relevance of the eosinophilic phenotype of severe asthma at a national level, contributing to increased effectiveness in managing the disease and implementing public health strategies.
  • Impacto da invasão microvascular na sobrevida global em 5 anos do câncer de pulmão não pequenas células ressecado Artigo Original

    Monteiro, Andreia Salarini; Araújo, Sérgio Ricardo de Carvalho; Araujo, Luiz Henrique; Souza, Mirian Carvalho de

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivos: O câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) é um tipo incidental e agressivo de câncer. Embora o tratamento curativo possa ser oferecido, a taxa de recidiva é relativamente alta. A identificação de fatores que têm impacto prognóstico pode orientar mudanças no TNM e recomendações para terapia adjuvante. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da invasão microvascular na sobrevida global (SG) em 5 anos de pacientes com CPNPC ressecado tratados em um centro de referência em câncer. Métodos: Este estudo de coorte retrospectivo e observacional incluiu pacientes diagnosticados com CPNPC em estágio inicial (estágios clínicos I-IIIA), tratados com cirurgia com intenção curativa no Instituto Nacional de Câncer entre 2010 e 2016. Resultados: Foram incluídos 91 pacientes tratados com cirurgia, a maioria mulheres e brancos, com média de idade de 62 anos (variação entre 29-83). Os casos foram distribuídos em estágios I, II e IIIA em 55%, 29% e 16%. Adenocarcinoma foi o subtipo histológico predominante (67%), e a invasão microvascular esteve presente em 25% dos pacientes. A probabilidade de SG em 5 anos foi de 60% (IC 95%, 48,3-68,9). Dentre todas as características analisadas, estágios mais avançados (p = 0,001) e a presença de invasão microvascular (p < 0,001) foram relacionados a uma pior SG em 5 anos. Após ajustar para faixa etária e estágio patológico, a presença de invasão microvascular foi associada a um aumento de 4 vezes no risco de morte (RR 3,9, IC 95%, 1,9-8,2). Conclusão: A presença de invasão microvascular foi um fator independente relacionado a uma pior sobrevida e, portanto, deve ser avaliada rotineiramente em espécimes ressecados.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objectives: Non-small cell lung cancer (NSCLC) is an incidental and aggressive type of cancer. Although curative treatment can be offered, the recurrence rate is relatively high. Identifying factors that have a prognostic impact may guide changes in the staging system and recommendations for adjuvant therapy. The aim of this study was to evaluate the impact of microvascular invasion on the 5-year overall survival (OS) of patients with resected NSCLC treated at a reference cancer center. Methods: This retrospective, observational cohort study included patients diagnosed with early-stage NSCLC (clinical stages I-IIIA), treated with curative-intent surgery at the Brazilian National Cancer Institute between 2010 and 2016. Results: The dataset comprised 91 surgical patients, mostly females and white, with a mean age of 62 years (range between 29-83). Cases were distributed as stages I, II, and III in 55%, 29%, and 16%. Adenocarcinoma was the predominant histological subtype (67%), and microvascular invasion was present in 25% of the patients. The 5-year OS probability was 60% (95% CI, 48.3-68.9). Among all characteristics, advanced stages (p = 0.001) and the presence of microvascular invasion (p< 0.001) were related to a worse 5-year OS. After adjusting for age group and pathological stage, the presence of microvascular invasion was associated with a 4-fold increased risk of death (HR 3.9, 95% CI, 1.9-8.2). Conclusion: The presence of microvascular invasion was an independent factor related to worse survival and, therefore, should be routinely assessed in resected specimens.
  • Achados clínicos, radiológicos e de biópsia transbrônquica em pacientes com COVID-19 prolongada: série de casos Comunicação Breve

    Baldi, Bruno Guedes; Fabro, Alexandre Todorovic; Franco, Andreia Craveiro; Machado, Marília Helena C; Prudente, Robson Aparecido; Franco, Estefânia Thomé; Marrone, Sergio Ribeiro; Vale, Simone Alves do; Cezare, Talita Jacon; Moraes, Marcelo Padovani de Toledo; Ferreira, Eloara Vieira Machado; Albuquerque, André Luis Pereira; Sawamura, Marcio Valente Yamada; Tanni, Suzana Erico

    Resumo em Português:

    RESUMO Esta comunicação breve demonstra a correlação de sintomas respiratórios persistentes com achados funcionais, tomográficos e de biópsia pulmonar transbrônquica em pacientes com COVID-19 que tiveram um longo período de acompanhamento. Relatamos uma série de seis pacientes com COVID-19 com acometimento pulmonar que apresentavam dispneia persistente após 4-15 meses da alta. Realizamos biópsias transbrônquicas, e o padrão histopatológico consistentemente demonstrou remodelação peribrônquica com fibrose pulmonar intersticial. Portanto, a biópsia pulmonar pode ser útil na abordagem de pacientes com COVID-19 prolongada, embora o tipo de procedimento, suas indicações precisas e o momento de sua realização ainda não estejam esclarecidos. (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos - ReBEC; número de identificação: RBR-8j9kqy [http://www.ensaiosclinicos.gov.br])

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT This brief communication demonstrates the correlation of persistent respiratory symptoms with functional, tomographic, and transbronchial pulmonary biopsy findings in patients with COVID-19 who had a long follow-up period. We report a series of six COVID-19 patients with pulmonary involvement who presented with persistent dyspnea within 4-15 months of discharge. We performed transbronchial biopsies, and the histopathological pattern consistently demonstrated peribronchial remodeling with interstitial pulmonary fibrosis. Therefore, lung biopsy may be useful in the approach of patients with long COVID-19, although the type of procedure, its precise indication, and the moment to perform it are yet to be clarified. (Brazilian Registry of Clinical Trials-ReBEC; identifier: RBR-8j9kqy [http://www.ensaiosclinicos.gov.br])
  • Treinamento com simuladores de broncoscopia no mundo pós-pandemia Artigo De Revisão E Atualização

    Vieira, Lais Meirelles Nicoliello; Camargos, Paulo Augusto Moreira; Ibiapina, Cássio da Cunha

    Resumo em Português:

    RESUMO A broncoscopia é um procedimento importante para examinar as vias aéreas. O treinamento tradicional consiste em realizar o procedimento em humanos. Isso traz riscos, embora apenas raramente, e causa estresse nos broncoscopistas em formação. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura a respeito de simuladores de broncoscopia e seu uso e impacto na educação médica, apresentando perspectivas acerca do uso de simuladores no mundo pós-pandemia. A revisão baseou-se em artigos publicados em inglês em 2000-2021 e recuperados a partir de buscas realizadas nos seguintes bancos de dados: MEDLINE (PubMed), Embase, SciELO e Google Acadêmico. Os simuladores de broncoscopia melhoraram muito ao longo dos anos, permitindo que o processo de ensino e aprendizagem ocorra em um ambiente livre de riscos. O treinamento com simuladores de broncoscopia é uma opção interessante para a avaliação das vias aéreas, principalmente nos próximos anos, já que a pandemia de COVID-19 ressaltou a necessidade de educação médica continuada.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Bronchoscopy is an important procedure to examine the airways. It is traditionally taught by having trainees perform it in humans. This carries risks, albeit rarely, and causes stress to trainees. The objective of this study was to review bronchoscopy simulators, as well as their use in and impact on medical education, presenting perspectives on the use of simulators in the post-pandemic world. This review was based on articles published in English in 2000-2021 and retrieved from any of the following databases: MEDLINE (PubMed), Embase, SciELO, and Google Scholar. Bronchoscopy simulators have improved markedly over time, allowing the teaching/learning process to take place in a risk-free environment. Bronchoscopy simulation training is an interesting option for the evaluation of the airways, especially in the coming years, with the COVID-19 pandemic highlighting the need for continuing medical education.
  • Radioterapia estereotáxica corporal vs. cirurgia para câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial: meta-análise atualizada envolvendo 29.511 pacientes incluídos em estudos comparativos Meta-Análise

    Viani, Gustavo Arruda; Gouveia, André Guimarães; Yan, Michael; Matsuura, Fernando Konjo; Moraes, Fabio Ynoe

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a eficácia da stereotactic body radiotherapy (SBRT, radioterapia estereotáxica corporal) vs. cirurgia para câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial por meio de uma meta-análise de estudos comparativos. Métodos: Seguindo as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses e Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology, foram realizadas buscas no PubMed, MEDLINE, Embase e Cochrane Library por estudos elegíveis. A meta-análise comparou as razões de risco (RR) para sobrevida global (SG), sobrevida específica para câncer (SEC) e controle local (CL). As análises de subgrupo e metarregressão avaliaram a associação de extensão da ressecção cirúrgica, ano de publicação do estudo, estadiamento do tumor, correspondência de escore de propensão, porcentagem de quimioterapia e porcentagem de acometimento linfonodal com SEC e SG. Resultados: Trinta estudos envolvendo 29.511 pacientes foram incluídos (grupo cirurgia: 17.146 pacientes e grupo SBRT: 12.365 pacientes). Houve diferença significativa a favor da cirurgia vs. SBRT na SG em 3 anos (RR = 1,35; IC95%: 1,22-1,44; I2 = 66%) e na SEC em 3 anos (RR = 1,23; IC95%: 1,09-1,37; I2 = 17%), mas não no CL em 3 anos (RR = 0,97; IC95%: 0,93-1,08; I2 = 19%). Na análise de subgrupo para SG, nenhuma diferença significativa entre os grupos cirurgia e SBRT foi observada no subgrupo T1N0M0 (RR = 1,26; IC95%: 0,95-1,68; I2 = 0%). Na análise de subgrupo para SEC, nenhuma diferença significativa foi detectada entre o subgrupo ressecção sublobar e o grupo SBRT (RR = 1,21; IC95%: 0,96-1,53; I2 = 16%). Conclusões: A cirurgia geralmente resultou em melhor SG e SEC em 3 anos do que a SBRT; no entanto, viés de publicação e heterogeneidade podem ter influenciado esses achados. Já a SBRT produziu resultados de CL semelhantes aos da cirurgia, independentemente da extensão da ressecção cirúrgica. Esses achados podem ter implicações clínicas importantes para pacientes com comorbidades, idade avançada, baixa reserva pulmonar e outros fatores que possam contraindicar a cirurgia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To evaluate the efficacy of stereotactic body radiotherapy (SBRT) versus surgery for early-stage non-small cell lung cancer (NSCLC) by means of a meta-analysis of comparative studies. Methods: Following the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses and Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology guidelines, searches were performed on PubMed, MEDLINE, Embase, and Cochrane Library for eligible studies. The meta-analysis compared the hazard ratios (HR) for overall survival (OS), cancer-specific survival (CSS), and local control (LC). Subgroup and meta-regression analyses evaluated the association of extent of surgical resection, study publication year, tumor staging, propensity score matching, proportion of chemotherapy use, and proportion of pathological lymph node involvement with CSS and OS. Results: Thirty studies involving 29,511 patients were included (surgery group: 17,146 patients and SBRT group: 12,365 patients). There was a significant difference in favor of surgery vs. SBRT in the 3-year OS (HR = 1.35; 95% CI: 1.22-1.44; I2 = 66%) and 3-year CSS (HR = 1.23; 95% CI: 1.09-1.37; I2 = 17%), but not in the 3-year LC (HR = 0.97; 95% CI: 0.93-1.08; I2 = 19%). In the subgroup analysis for OS, no significant difference between surgery and SBRT groups was observed in the T1N0M0 subgroup (HR = 1.26; 95% CI: 0.95-1.68; I2 = 0%). In subgroup analysis for CSS, no significant difference was detected between the sublobar resection subgroup and the SBRT group (HR = 1.21; 95% CI: 0.96-1.53; I2 = 16%). Conclusions: Surgery generally resulted in better 3-year OS and CSS than did SBRT; however, publication bias and heterogeneity may have influenced these findings. In contrast, SBRT produced LC results similar to those of surgery regardless of the extent of surgical resection. These findings may have important clinical implications for patients with comorbidities, advanced age, poor pulmonary reserve, and other factors that may contraindicate surgery.
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