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A tradição da sátira menipeia nos romances crepusculares de Machado de Assis

The Menippean satire in the crepuscular novels of Machado de Assis

Certa crítica literária aponta Memórias póstumas de Brás Cubas como modelo de sátira menipeia na obra de Machado de Assis. O presente estudo procura demonstrar que tal procedimento satírico não foi circunstancial, pois perpassa também os dois últimos romances do escritor, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. O conselheiro Aires – protótipo de narrador tal qual concebido no clássico ensaio de Benjamin – permite elucidar, através de sua erudição, que o recurso de citar narrativas antigas tem o propósito de subversão, ao rebaixar as práticas coevas, num Brasil que adotava as ideias liberais, embora persistisse em ser escravocrata. Os sinais, então, são trocados, o "alto" da tradição subjuga o "baixo" contemporâneo, numa demonstração de espírito tomada de segundas intenções.

Machado de Assis; Esaú e Jacó; Memorial de Aires; sátira menipeia


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