Resumo
No trabalho a seguir, nos encarregaremos de analisar as tendências de protesto da burguesia agrícola no período de 2003 a 2014. Para isso, reconstruiremos empiricamente, com fontes jornalísticas e bases de dados, os diferentes protestos realizados. O que se pretende averiguar é em que medida esta fração de classe recorreu ao conflito direto, em que contexto o fez e se esta fração conseguiu constituir uma força social de oposição em algum momento do período. Classificamos as informações em algumas variáveis significativas: número de ações, duração, distribuição espacial, métodos, unidade das entidades agrárias e resultados dos protestos. A reconstrução permite sustentar a hipótese de que se trata de um movimento com pouca capacidade de pressão, por si só (com exceção do conflito nacional de 2008), com notável heterogeneidade nas demandas e cujos resultados beneficiaram as menores frações.
Palavras-chave:
Burguesia agrária; corporações; Ação direta; Estado.