RESUMO
Inventários com ninho armadilha são comuns no Brasil, mas muitas fitofisionomias ainda são pouco estudadas. O principal objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de abelhas e vespas que nidificam em armadilhas em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual. Além disso, testamos as diferenças de nidificação entre transectos, interior e borda. Um total de 1.500 ninhos-armadilha feitos de bambu foi monitorado em dois anos consecutivos. No primeiro ano 46 ninhos foram ocupados por Pachodynerus grandis (19 ninhos), Pachodynerus guadulpensis (19), Centris analis (dois), e Centris tarsata, Megachile fiebrigi, Megachile guaranitica, Megachile susurrans, Trypoxylon sp e Zethus smithii com um ninho cada. Este é o primeiro registro de Z. smithii em ninhos-armadilha, as demais espécies são comumente amostradas em ninhos-armadilha. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os transectos de interior e de borda para riqueza e para taxa de ocupação, mas para composição de espécies houve diferença. No segundo ano 39 ninhos foram ocupados por quatro espécies, três registradas anteriormente, C. analis (sete ninhos), P. guadulpensis e P. grandis (seis ninhos cada), além de Monobia angulosa com 15 ninhos. Parasitóides de quatro famílias e um cleptoparasita foram registrados e a taxa de mortalidade foi maior nas abelhas do que em vespas. Estes registros reforçam a noção de que assembleias de ninhos-armadilha de diferentes estudos não são diretamente comparáveis quanto à riqueza e composição.
PALAVRAS-CHAVE:
Apidae; Crabronidae; Diversidade; Eumeninae; Nidificação
