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The doors remain half open: working students at federal universities 2 6 Como os autores não distinguem estudantes-trabalhadores do ensino superior segundo as redes pública e privada, o peso e o perfil da maioria (do setor privado) pode ter ofuscado as diferenças e as distintas trajetórias da minoria, ou seja, dos estudantes-trabalhadores das instituições públicas de ensino superior, foco deste artigo. Para uma análise das motivações dos estudantes trabalhadores para além das necessidades econômicas, ver Cardoso & Sampaio (1996). 3 7 Alguns autores discutem os limites do processo de democratização (Cruz & Paula, 2018; Dubet, 2015; Prates & Barbosa, 2015), pois, se o processo de massificação tem levado ao ingresso de um maior e mais diversificado número de estudantes, é também evidente que a inclusão continua produzindo assimetrias (Paula & M. G. Silva, 2012) ou o que autores chamam de inclusão excludente (Paula, 2015), inclusão marginal (Cruz & Paula, 2018). Dubet identificou os efeitos paradoxais da massificação, pois, dependendo do critério de justiça adotado pelas políticas públicas, “o que se ganha em um critério de democratização pode se perder num outro” (2015, pp. 263). O sistema de ensino superior é cada vez mais heterogêneo (Sampaio et al., 2000), igualitário e legítimo (Prates & Barbosa, 2015), mas continua contendo diferenciações profissionais (tipo de diplomas, por exemplo) e institucionais (instituições de ensino superior públicas ou privadas). 4 8 Pesquisas recentes destacam a relação entre estudantes do ensino superior privado e o trabalho (Terribili Filho & Raphael, 2005; Terribili Filho, 2007; Urchei, 2018). 5 9 O conjunto de ações voltadas ao ensino superior público federal, a partir do segundo mandato dos governos petistas, tem uma dimensão material, voltada para a inclusão, redistribuição de oportunidades, visando minimizar os efeitos das desigualdades sociais e aumentar a inserção de grupos sociais até então impedidos ou expelidos pelo sistema (Moreira, 2016). Mas nem todos os grupos sociais são igualmente beneficiados por essas políticas públicas. Como adverte Lotta (2017), as desigualdades tanto podem resultar da própria adoção de políticas públicas quanto influenciar as decisões e os comportamentos de burocratas e usuários.

Abstract

The article analyzes the occupational profile of federal university students according to the following divisions: working student, non-working student, and student seeking work. Thus, it was possible to identify distinct socioeconomic profiles and asymmetries that affect how working students and, especially, non-working students access academic opportunities and university life. Considering the microdata of the Andifes Profile Surveys, it is concluded that the doors of the Ifes remain half open for working students and for students who, although non-working, are seeking work, which makes them even more vulnerable and dependent on public policies of assistance and permanence.

Keywords
higher education; workers; academic life; federal universities

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