RESUMO
O incêndio florestal é considerado um relevante problema ambiental e ecológico em todo o mundo, pois causa impactos populacionais, ecossistêmicos e econômicos, tornando necessário o monitoramento e pesquisas adicionais para entender a recuperação florestal pós-fogo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as mudanças ocorridas no estrato de regeneração natural em um fragmento de Mata Atlântica no município de Viçosa (MG), com e sem a ocorrência de fogo. Os parâmetros fitossociológicos e a diversidade funcional da comunidade vegetal foram avaliados por meio de 20 parcelas, sendo 10 na área queimada e 10 na área não queimada, em 2018 e 2019, para acompanhar a regeneração natural. Foram coletados, na área queimada e não queimada, respectivamente, 113 e 126 indivíduos, 23 e 16 espécies e 13 e 9 famílias botânicas. Piper sp.1 apresentou os maiores valores para os parâmetros: densidade relativa, frequência absoluta e valor de cobertura, ocorrendo em 100% das parcelas. As áreas com ocorrência de fogo apresentam maior riqueza de espécies. Espécies do gênero Piper ocorrem com frequência em áreas de Floresta Estacional Semidecidual com sinais de perturbação. Os maiores índices de diversidade de Shannon e equitabilidade de Pielou foram encontrados na área queimada. O índice de Jaccard e a análise de agrupamento confirmam a formação de grupos com baixa similaridade, mostrando heterogeneidade florística entre as duas áreas, e a perturbação causada pelo fogo é considerada um aspecto importante para que essa diferenciação florística ocorra. Portanto, a ocorrência de incêndios florestais em áreas de Mata Atlântica aumentou os valores de diversidade de espécies, com aumento do índice de equitabilidade, mostrando baixa similaridade florística entre áreas queimadas e não queimadas.
Palavras-Chave:
Degradação; Incêndios Florestais; Recuperação
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