Resumo
Objetivo:
Investigar anormalidades vasculares e perivasculares nas artérias carótidas por meio de ultrassonografia e avaliar sua associação com mortalidade e variáveis clínicas em pacientes hospitalizados com COVID-19.
Materiais e Métodos:
Neste estudo prospectivo, 53 pacientes hospitalizados com COVID-19 grave foram avaliados e submetidos a ultrassonografia de carótida. Descrevemos os achados ultrassonográficos de carótida nesses pacientes. As correlações de características clínicas, demográficas, laboratoriais e de imagem foram analisadas e comparadas por meio de análise estatística.
Resultados:
A ultrassonografia carotídea demonstrou irregularidade da superfície luminal em 29 pacientes (55%), placas carotídeas em 30 pacientes (57%), infiltração perivascular em quatro pacientes (7,5%) e aumento da espessura médio-intimal (EMI) em 31 pacientes (58%). Dos pacientes com EMI aumentada, 19 (61%) morreram, com associação observada entre EMI aumentada e mortalidade por COVID-19 (p = 0,03). Um modelo de regressão logística mostrou que a probabilidade de óbito foi de 85% em pacientes com EMI aumentada e história de nefropatia crônica ou lesão renal aguda na internação (p < 0,05).
Conclusão:
Aumento da EMI, irregularidade da superfície luminal, placas carotídeas e infiltrados perivasculares foram encontrados na ultrassonografia carotídea em pacientes hospitalizados com COVID-19 grave. O aumento da EMI associado a danos nos rins pode aumentar o risco de morte.
Unitermos:
COVID-19; SARS-CoV-2; Ultrassonografia; Artérias carótidas; Espessura íntima-média carotídea