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Impacto da blefaroplastia superior na qualidade de vida e sua inserção no contexto da saúde pública brasileira: revisão de escopo

RESUMO

Introdução:

O objetivo foi desenvolver uma revisão de escopo que mapeie pesquisas disponíveis que respondam à questão: “O que se sabe sobre o impacto da blefaroplastia na qualidade de vida? Qual sua abrangência no Sistema Único de Saúde?”. Método: Levantamento bibliográfico nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, Periódicos Capes, SciELO, LILACS, Medline e Cochrane Library, com estudos publicados nos últimos cinco anos. Resultados: Foram selecionados 323 estudos para pré-análise e a amostra final contou com 19 estudos. A qualidade de vida foi analisada em sete dos estudos incluídos (36,8%) e os demais analisaram critérios funcionais (31,5%) ou outras questões subjetivas que podem estar ligadas à qualidade de vida (26,3%). A maioria dos estudos demonstrou que a blefaroplastia traz melhora na qualidade de vida e em critérios indiretos como autoestima, satisfação pessoal e bem-estar, além de melhora da visão. Os dados sobre a cobertura da cirurgia no contexto público são escassos e não foi encontrado nenhum estudo que tratasse desse tema. Conclusão: A blefaroplastia impacta positivamente na qualidade de vida, reforçando a necessidade de se fazer cumprir o direito de realização do procedimento na saúde pública, quando comprovada sua indicação. A ausência de dados sobre a blefaroplastia no Sistema Único de Saúde demonstra alguma negligência deste tópico no âmbito da saúde pública. Portanto, a presente pesquisa tem importância em evidenciar tal lacuna, incentivando a realização de estudos que aprofundem a análise do impacto da blefaroplastia na qualidade de vida, bem como, busquem entender melhor sua cobertura e formas de ampliá-la.

Descritores:
Blefaroplastia; Qualidade de vida; Sistema Único de Saúde; Satisfação pessoal; Envelhecimento

ABSTRACT

Introduction:

The aim was to conduct a comprehensive scoping review of available researches on the impact of blepharoplasty on quality of life and its scope within the Unified Health System. Methods: A literature search was performed in the Virtual Health Library, Capes Journals, SciELO, LILACS, Medline, and Cochrane Library databases for studies published within the past five years. Results: Out of the 323 studies initially selected, nineteen studies were included in the final sample. Seven studies (36.8%) examined the impact of blepharoplasty on quality of life, while others assessed functional criteria (31.5%) or subjective factors related to quality of life (26.3%). The majority of the studies demonstrated positive effects of blepharoplasty on quality of life, self-esteem, personal satisfaction, well-being, and visual improvement. However, limited data were found regarding the coverage of blepharoplasty in the public healthcare system, with no specific studies on this topic. Conclusion: Blepharoplasty has been shown to positively impact quality of life, highlighting the need to ensure the access to this procedure within the public healthcare when appropriate. The lack of data on blepharoplasty within the Unified Health System indicates a research gap and emphasizes the importance of further studies to explore its impact on quality of life, as well as its coverage and expansion.

Keywords:
Blepharoplasty; Quality of life; Unified Health System; Personal satisfaction; Aging

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo biológico que resulta em diversas modificações anatomofuncionais no organismo humano. Neste contexto, a região dos olhos é essencial para garantir uma harmonia facial, além de ser um importante meio de comunicação social, constituindo-se como o componente estético-funcional mais importante da face, sendo que quaisquer alterações nessa região podem acarretar o comprometimento de tais funções11 Bhattacharjee K, Misra DK, Deori N. Updates on upper eyelid blepharoplasty. Indian J Ophthalmol. 2017;65(7):551-8..

Neste sentido, uma das manifestações clínicas mais frequentes derivadas do processo natural do envelhecimento é a ptose palpebral22 Hernández Sánchez Y, Noa Hernández Y, Estrada Amador B, Rojas Rondón I, Ruiz Contrera E. Resultados funcionales de la blefaroplastia superior. Rev Cuba Oftalmol. 2021;34(1):e950., que acomete majoritariamente a pálpebra superior e que pode ter outras etiologias além do envelhecimento, como fatores neurogênicos, miogênicos, traumáticos ou até mesmo congênitos33 Kobe GL, Labrea VN, Carvalho LRDAT. Indicações estéticas e funcionais na blefaroplastia. Congresso Internacional em Saúde. 2021 [Internet]. Disponível em: https://www.publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/conintsau/article/view/18983/17716
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. Como consequência, a ptose palpebral traz ao paciente uma redução da campimetria e qualidade visual, aumento da incidência de entrópio (condição que facilita o contato dos cílios com a conjuntiva ocular, predispondo infecções) e declínio da autoestima, contribuindo significativamente para a redução da qualidade de vida11 Bhattacharjee K, Misra DK, Deori N. Updates on upper eyelid blepharoplasty. Indian J Ophthalmol. 2017;65(7):551-8..

Neste contexto, surge a blefaroplastia, procedimento cirúrgico que tem como finalidade a correção de qualquer anormalidade funcional ou estética existente nas pálpebras, realizada em sua maioria por médicos cirurgiões plásticos e oftalmologistas11 Bhattacharjee K, Misra DK, Deori N. Updates on upper eyelid blepharoplasty. Indian J Ophthalmol. 2017;65(7):551-8.. Devido à sua notória importância, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante aos cidadãos o direito de realizar cirurgias plásticas reparadoras, especialmente quando há prejuízo funcional parcial ou total e não há outras alternativas de tratamento a não ser a cirúrgica. Deste modo, é garantido aos pacientes a cirurgia de blefaroplastia pelo SUS quando comprovados os declínios funcionais descritos acima44 Brasil. Ministério da Saúde. Regula SUS. Protocolos de encaminhamento para Cirurgia Plástica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/ptrs_CirurgiaPlastica.pdf
https://www.ufrgs.br/telessauders/docume...
.

Nesta perspectiva, foi realizada a presente revisão de escopo, com o intuito de elucidar e fundamentar qual é realmente a cobertura do atendimento dos pacientes com necessidade de blefaroplastia no SUS, assim como a abrangência de seu impacto na qualidade de vida dos pacientes.

OBJETIVO

Portanto, o objetivo principal desta revisão de escopo foi mapear sistematicamente as pesquisas disponíveis sobre o tema proposto, além de delimitar as lacunas remanescentes no estudo da área. Para tal fim, foram formuladas as seguintes questões de pesquisa: O que se sabe sobre o impacto da blefaroplastia superior na qualidade de vida? Qual é sua abrangência no sistema único de saúde?

MÉTODO

Este estudo trata-se de uma revisão de escopo norteada pelas referências e princípios propostos pelo Joanna Briggs Institute (JBI) e Preferred Reporting Items for Systematic Review and MetaAnalyses extension for Scoping Review (PRISMA- ScR)55 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Baldini Soares C, Khalil H, Parker D. Chapter 11: Scoping Reviews. In: Aromataris E, Munn Z, eds. Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual. Adelaide: Joanna Briggs Institute; 2017.,66 Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73., visando a busca de informações disponíveis, assim como a identificação de lacunas remanescentes do assunto abordado por meio do seguimento das etapas: formulação dos objetivos e da questões de pesquisa (“O que se sabe na literatura sobre o impacto da blefaroplastia na qualidade de vida e sua abrangência no SUS?”; estruturação da questão de pesquisa por meio do acrônimo PCC - População: indivíduos submetidos a blefaroplastia / Conceito: qualidade de vida / Contexto: cirurgia de blefaroplastia, SUS); elaboração dos critérios de exclusão e inclusão; desenvolvimento da estratégia de busca; busca e seleção de estudos; mapeamento de dados e síntese dos resultados.

Critérios de Elegibilidade

Para seleção dos estudos, foram utilizados os seguintes critérios: estudos publicados de 2017 a 2022, que abordassem a qualidade de vida, funcionalidade, satisfação do paciente após a blefaroplastia superior, realizada como primeira intervenção, estando eles nos idiomas inglês, português e espanhol, com a aplicação do filtro “nos últimos 5 anos”. Foram incluídos estudos quantitativos, qualitativos e mistos, visando a ampla compreensão do tema.

Fontes de Informação

O levantamento bibliográfico ocorreu no período de março a junho de 2022, a partir de buscas nas bases de dados eletrônicas Medline, BVS, Periódicos Capes, SciELO e LILACS. Além da busca em periódicos, foram coletados dados de sites oficiais do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Os resultados obtidos foram exportados para o EndNote para exclusão de artigos repetidos. A estratégia de busca utilizada ocorreu por meio dos descritores presentes no MeSH (Medical Subject Headings) e DeCS (Descritores em Ciências da Saúde): “Blepharoplasty”, “Quality of Life”, “Visual Field Tests”, “Patient Satisfaction” e “Sistema Único de Saúde”.

Esses descritores foram combinados por meio do uso dos operadores booleanos OR e AND, que foram empregados nas bases de dados de maneira expressa no Quadro 1.

Quadro 1
Estratégia de busca utilizada.

Com o objetivo de aumentar a consistência da pesquisa, todos os artigos encontrados nas bases de dados descritas foram selecionados em conjunto pelos pesquisadores, seguindo a ordem título, resumos e, finalmente, texto completo, para que, ao final, mediante discussão entre os avaliadores, fossem classificados em consenso somente os estudos que contribuíssem para a resposta das questões da pesquisa.

A primeira busca, selecionando artigos a partir do título, totalizou 323 artigos escolhidos. Depois que as duplicatas foram removidas (130), 193 citações ficaram remanescentes. Após essa etapa, foi lido o resumo dos artigos em questão, restando então 113 estudos. Por fim, após a leitura do texto completo, levando em consideração os critérios de elegibilidade, tivemos 19 artigos elegíveis para esta revisão de escopo. Dos 94 estudos excluídos, 81 não discorriam ou discorriam muito superficialmente sobre o impacto da blefaroplastia na qualidade de vida dos pacientes e 13 tratavam apenas da blefaroplastia inferior. Dados expressos na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos estudos.

RESULTADOS

O título, autor, ano, periódico, objetivos, desenho do estudo, métodos e resultados dos estudos em relação às questões da pesquisa estão apresentados no Quadro 2.

Quadro 2
Descrição dos estudos incluídos.

Dos estudos selecionados, apenas sete deles77 Papadopulos NA, Hodbod M, Henrich G, Kovacs L, Papadopoulos O, Herschbach P, et al. The Effect of Blepharoplasty on Our Patient’s Quality of Life, Emotional Stability, and Self-Esteem. J Craniofac Surg. 2019;30(2):377-83.

8 Bahceci Simsek I. Association of Upper Eyelid Ptosis Repair and Blepharoplasty With Headache-Related Quality of Life. JAMA Facial Plast Surg. 2017;19(4):293-7.

9 Ferreira FC, Sathler CSCO, Hida IY, Leite SC, Kusabara AA, de Castro ACV, et al. Upper eyelid blepharoplasty using plasma exeresis: Evaluation of outcomes, satisfaction, and symptoms after procedure. J Cosmet Dermatol. 2021;20(9):2758-64.
-1010 Jacobsen AG, Brost B, Vorum H, Hargitai J. Functional benefits and patient satisfaction with upper blepharoplasty - evaluated by objective and subjective outcome measures. Acta Ophthalmol. 2017;95(8):820-5.,1212 Hollander MHJ, Contini M, Pott JW, Vissink A, Schepers RH, Jansma J. Functional outcomes of upper eyelid blepharoplasty: A systematic review. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2019;72(2):294-309.,2121 Spadoni-Pacheco LM, Carvalho GA. Qualidade de vida e autoestima em idosas submetidas e não submetidas à cirurgia estética. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(4):528-35.,2222 Gracitelli CPB, Osaki TH, Hirai FE, Yabumoto C, Viana GAP, Osaki MH. Assessment of self-esteem and psychological aspects in patients undergoing Upper blepharoplasty. Rev Bras Ofatlmol. 2017;76(6):280-4. citaram ou avaliaram diretamente o critério melhora na qualidade de vida; destes, cinco77 Papadopulos NA, Hodbod M, Henrich G, Kovacs L, Papadopoulos O, Herschbach P, et al. The Effect of Blepharoplasty on Our Patient’s Quality of Life, Emotional Stability, and Self-Esteem. J Craniofac Surg. 2019;30(2):377-83.,88 Bahceci Simsek I. Association of Upper Eyelid Ptosis Repair and Blepharoplasty With Headache-Related Quality of Life. JAMA Facial Plast Surg. 2017;19(4):293-7.,1111 Chen B, Song H, Gao Q, Xu M, Wang J, Wang F, et al. Measuring satisfaction with appearance: Validation of the FACE-Q scales for double-eyelid blepharoplasty with minor incision in young Asiansretrospective study of 200 cases. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017;70(8):1129-35.,1212 Hollander MHJ, Contini M, Pott JW, Vissink A, Schepers RH, Jansma J. Functional outcomes of upper eyelid blepharoplasty: A systematic review. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2019;72(2):294-309.,2222 Gracitelli CPB, Osaki TH, Hirai FE, Yabumoto C, Viana GAP, Osaki MH. Assessment of self-esteem and psychological aspects in patients undergoing Upper blepharoplasty. Rev Bras Ofatlmol. 2017;76(6):280-4. encontraram aumento estatisticamente significativo da qualidade de vida após a blefaroplastia, um não encontrou diferenças significativas2121 Spadoni-Pacheco LM, Carvalho GA. Qualidade de vida e autoestima em idosas submetidas e não submetidas à cirurgia estética. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(4):528-35. e outro encontrou baixo impacto na qualidade de vida no sétimo dia após a cirurgia99 Ferreira FC, Sathler CSCO, Hida IY, Leite SC, Kusabara AA, de Castro ACV, et al. Upper eyelid blepharoplasty using plasma exeresis: Evaluation of outcomes, satisfaction, and symptoms after procedure. J Cosmet Dermatol. 2021;20(9):2758-64.. A idade dos indivíduos participantes desses estudos variou, tendo um artigo sem especificação1212 Hollander MHJ, Contini M, Pott JW, Vissink A, Schepers RH, Jansma J. Functional outcomes of upper eyelid blepharoplasty: A systematic review. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2019;72(2):294-309., quatro (57%) com pacientes de no mínimo 50 anos99 Ferreira FC, Sathler CSCO, Hida IY, Leite SC, Kusabara AA, de Castro ACV, et al. Upper eyelid blepharoplasty using plasma exeresis: Evaluation of outcomes, satisfaction, and symptoms after procedure. J Cosmet Dermatol. 2021;20(9):2758-64.,1010 Jacobsen AG, Brost B, Vorum H, Hargitai J. Functional benefits and patient satisfaction with upper blepharoplasty - evaluated by objective and subjective outcome measures. Acta Ophthalmol. 2017;95(8):820-5.,2121 Spadoni-Pacheco LM, Carvalho GA. Qualidade de vida e autoestima em idosas submetidas e não submetidas à cirurgia estética. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(4):528-35.,2222 Gracitelli CPB, Osaki TH, Hirai FE, Yabumoto C, Viana GAP, Osaki MH. Assessment of self-esteem and psychological aspects in patients undergoing Upper blepharoplasty. Rev Bras Ofatlmol. 2017;76(6):280-4., um entre 45 e 49 anos88 Bahceci Simsek I. Association of Upper Eyelid Ptosis Repair and Blepharoplasty With Headache-Related Quality of Life. JAMA Facial Plast Surg. 2017;19(4):293-7. e outro abrangeu pacientes desde os 38 até os 75 anos de idade.

Seis estudos analisaram o resultado funcional da blefaroplastia superior22 Hernández Sánchez Y, Noa Hernández Y, Estrada Amador B, Rojas Rondón I, Ruiz Contrera E. Resultados funcionales de la blefaroplastia superior. Rev Cuba Oftalmol. 2021;34(1):e950.,1010 Jacobsen AG, Brost B, Vorum H, Hargitai J. Functional benefits and patient satisfaction with upper blepharoplasty - evaluated by objective and subjective outcome measures. Acta Ophthalmol. 2017;95(8):820-5.,1313 Pemberton JD, Salter M, Fay A, Thuro B, Spencer H, Dajani O. Investigation of Goldmann perimetry in evaluation of patients for upper eyelid blepharoplasty. Orbit. 2018;37(1):48-52.,1414 Kim H, Lee S, Son D, Yeo H. Objective quantification of the impact of blepharoplasty on the superior visual field. Arch Plast Surg. 2022;49(1):19-24.,1717 Nalcı H, Hoşal MB, Gündüz ÖU. Effects of Upper Eyelid Blepharoplasty on Contrast Sensitivity in Dermatochalasis Patients. Turk J Ophthalmol. 2020;50(3):151-5.,2424 Vola ME, Lisboa R, Diniz ER, Pereira NC, Kanecadan RT, Forseto AS. Influence of upper blepharoplasty on intraocular lens calculation. Arq Bras Oftalmol. 2021;84(1):11-6., critério este que foi considerado pela presente revisão como possível fator contribuinte para a melhora na qualidade de vida. Destes estudos, três encontraram aumento significativo no campo de visão superior1010 Jacobsen AG, Brost B, Vorum H, Hargitai J. Functional benefits and patient satisfaction with upper blepharoplasty - evaluated by objective and subjective outcome measures. Acta Ophthalmol. 2017;95(8):820-5.,1313 Pemberton JD, Salter M, Fay A, Thuro B, Spencer H, Dajani O. Investigation of Goldmann perimetry in evaluation of patients for upper eyelid blepharoplasty. Orbit. 2018;37(1):48-52.,1414 Kim H, Lee S, Son D, Yeo H. Objective quantification of the impact of blepharoplasty on the superior visual field. Arch Plast Surg. 2022;49(1):19-24., um apontou aumento significativo da sensibilidade ao contraste1717 Nalcı H, Hoşal MB, Gündüz ÖU. Effects of Upper Eyelid Blepharoplasty on Contrast Sensitivity in Dermatochalasis Patients. Turk J Ophthalmol. 2020;50(3):151-5. após a cirurgia e, juntamente com outro estudo2424 Vola ME, Lisboa R, Diniz ER, Pereira NC, Kanecadan RT, Forseto AS. Influence of upper blepharoplasty on intraocular lens calculation. Arq Bras Oftalmol. 2021;84(1):11-6., demonstrou ótimos níveis de correção da dermatocálase. Além disso, também foi encontrada indução de astigmatismo corneano e diminuição do poder da lente intraocular após a blefaroplastia2525 Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. 2023 [Internet]. Disponível em: http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp
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. A maioria das pesquisas foram feitas em pacientes com mais de 55 anos1010 Jacobsen AG, Brost B, Vorum H, Hargitai J. Functional benefits and patient satisfaction with upper blepharoplasty - evaluated by objective and subjective outcome measures. Acta Ophthalmol. 2017;95(8):820-5.,1313 Pemberton JD, Salter M, Fay A, Thuro B, Spencer H, Dajani O. Investigation of Goldmann perimetry in evaluation of patients for upper eyelid blepharoplasty. Orbit. 2018;37(1):48-52.,1414 Kim H, Lee S, Son D, Yeo H. Objective quantification of the impact of blepharoplasty on the superior visual field. Arch Plast Surg. 2022;49(1):19-24.,1717 Nalcı H, Hoşal MB, Gündüz ÖU. Effects of Upper Eyelid Blepharoplasty on Contrast Sensitivity in Dermatochalasis Patients. Turk J Ophthalmol. 2020;50(3):151-5.,2525 Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. 2023 [Internet]. Disponível em: http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp
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e apenas um teve a idade variando entre 47,7 e 74,4 anos2424 Vola ME, Lisboa R, Diniz ER, Pereira NC, Kanecadan RT, Forseto AS. Influence of upper blepharoplasty on intraocular lens calculation. Arq Bras Oftalmol. 2021;84(1):11-6.. Em todos os estudos, a maioria dos pacientes eram do sexo feminino.

Por fim, seis estudos1111 Chen B, Song H, Gao Q, Xu M, Wang J, Wang F, et al. Measuring satisfaction with appearance: Validation of the FACE-Q scales for double-eyelid blepharoplasty with minor incision in young Asiansretrospective study of 200 cases. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017;70(8):1129-35.,1515 Domela Nieuwenhuis I, Luong KP, Vissers LCM, Hummelink S, Slijper HP, Ulrich DJO. Assessment of Patient Satisfaction With Appearance, Psychological Well-being, and Aging Appraisal After Upper Blepharoplasty: A Multicenter Prospective Cohort Study. Aesthet Surg J. 2022;42(4):340-8.,1616 Herruer JM, Prins JB, van Heerbeek N, Verhage-Damen G, Ingels K. Patient-reported outcome measurement in upper blepharoplasty: How to measure what the patient sees. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2018;71(9):1346-51.,1818 Sun W, Yin N, Song T, Wu D, Li H, Wang Y. A practical technique combining orbicularis oculi muscle resection-based epicanthoplasty and orbicularis-tarsus fixation double-eyelid plasty for cosmetic blepharoplasty. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2019;72(12):2009-16.,2020 Kim YS, Kim BS, Kim HS, In SK, Yi HS, Kim HI, et al. Factors Influencing Patient Satisfaction with Upper Blepharoplasty in Elderly Patients. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2021;9(8):e3727.,2323 Mokhtarzadeh A, McClelland C, Lee MS, Smith S, Harrison AR. The Bleph and the Brain: The Effect of Upper Eyelid Surgery on Chronic Headaches. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2017;33(3):178-1. avaliaram questões subjetivas que podem estar ligadas à melhora da qualidade de vida, como a satisfação do paciente1515 Domela Nieuwenhuis I, Luong KP, Vissers LCM, Hummelink S, Slijper HP, Ulrich DJO. Assessment of Patient Satisfaction With Appearance, Psychological Well-being, and Aging Appraisal After Upper Blepharoplasty: A Multicenter Prospective Cohort Study. Aesthet Surg J. 2022;42(4):340-8.,1616 Herruer JM, Prins JB, van Heerbeek N, Verhage-Damen G, Ingels K. Patient-reported outcome measurement in upper blepharoplasty: How to measure what the patient sees. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2018;71(9):1346-51.,1818 Sun W, Yin N, Song T, Wu D, Li H, Wang Y. A practical technique combining orbicularis oculi muscle resection-based epicanthoplasty and orbicularis-tarsus fixation double-eyelid plasty for cosmetic blepharoplasty. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2019;72(12):2009-16.,2020 Kim YS, Kim BS, Kim HS, In SK, Yi HS, Kim HI, et al. Factors Influencing Patient Satisfaction with Upper Blepharoplasty in Elderly Patients. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2021;9(8):e3727., a melhora da cefaleia2323 Mokhtarzadeh A, McClelland C, Lee MS, Smith S, Harrison AR. The Bleph and the Brain: The Effect of Upper Eyelid Surgery on Chronic Headaches. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2017;33(3):178-1., o bem-estar psicológico1515 Domela Nieuwenhuis I, Luong KP, Vissers LCM, Hummelink S, Slijper HP, Ulrich DJO. Assessment of Patient Satisfaction With Appearance, Psychological Well-being, and Aging Appraisal After Upper Blepharoplasty: A Multicenter Prospective Cohort Study. Aesthet Surg J. 2022;42(4):340-8. e autoestima1616 Herruer JM, Prins JB, van Heerbeek N, Verhage-Damen G, Ingels K. Patient-reported outcome measurement in upper blepharoplasty: How to measure what the patient sees. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2018;71(9):1346-51.. Todos eles encontraram melhoras significativas nos respectivos critérios analisados, através da aplicação de questionários aos pacientes participantes.

A partir dos resultados aqui demonstrados, ficou claro que, salvo algumas exceções99 Ferreira FC, Sathler CSCO, Hida IY, Leite SC, Kusabara AA, de Castro ACV, et al. Upper eyelid blepharoplasty using plasma exeresis: Evaluation of outcomes, satisfaction, and symptoms after procedure. J Cosmet Dermatol. 2021;20(9):2758-64.,2121 Spadoni-Pacheco LM, Carvalho GA. Qualidade de vida e autoestima em idosas submetidas e não submetidas à cirurgia estética. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(4):528-35.,2424 Vola ME, Lisboa R, Diniz ER, Pereira NC, Kanecadan RT, Forseto AS. Influence of upper blepharoplasty on intraocular lens calculation. Arq Bras Oftalmol. 2021;84(1):11-6., a blefaroplastia apresenta impacto positivo e significativo na vida dos pacientes submetidos à cirurgia, seja por critérios funcionais ou de bem-estar. Os benefícios incluem alta satisfação, melhora da autoestima, aumento do campo de visão, segurança e bem-estar.

Considerando todos os benefícios, a cirurgia de blefaroplastia é assegurada pelo SUS e consta na tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde (SIGTAP)2525 Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. 2023 [Internet]. Disponível em: http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp
http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unif...
. O valor despendido pelo SUS para a realização deste procedimento foi alterado pela portaria nº 3.0372626 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 3.037. Altera valores de procedimentos oftalmológicos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece o remanejamento de recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação-FAEC para Componente Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do Bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar a serem incorporados aos Estados e Distrito Federal. Brasília: Ministério da Saúde; 2017., de 14 de novembro de 2017, para 449,44 reais. A blefaroplastia pode ser indicada pelo clínico geral ou oftalmologista, nas seguintes condições: (1) dermatocálase (excesso de pele e flacidez na prega palpebral superior) com obstrução do eixo visual, (2) lagoftalmo (má oclusão palpebral), (3) alteração da posição das pálpebras, (4) deformidades palpebrais pós-trauma ou sequela de queimadura44 Brasil. Ministério da Saúde. Regula SUS. Protocolos de encaminhamento para Cirurgia Plástica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/ptrs_CirurgiaPlastica.pdf
https://www.ufrgs.br/telessauders/docume...
.

Entretanto, o procedimento só é coberto pelo SUS em hospitais onde há residência médica de Cirurgia Plástica2727 Brasil. Ministério da Saúde. Cartão SUS. Cirurgia de pálpebras: Como conseguir una Blefaroplastia pelo SUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. Disponível em: https://cartaodosus.info/blefaroplastia-pelo-sus/
https://cartaodosus.info/blefaroplastia-...
. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), no Brasil existem 88 serviços de residência médica credenciados, sendo que vários deles estão localizados na mesma cidade e 13 (50%) dos 26 estados brasileiros não são abrangidos por nenhum serviço credenciado, demonstrando a escassez e a dificuldade de acesso da população a esse recurso.

Não foram encontrados dados sobre a lista de espera do SUS, bem como o número de blefaroplastias realizadas por ano, não sendo possível concluir sobre a realidade da cobertura prevista. O único dado encontrado sobre a cobertura de cirurgias plásticas pelo SUS foi fornecido pelo Censo da SBCP de 20162828 Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Censo 2016. Situação da Cirurgia Plástica no Brasil: análise comparativa entre 2014 e 2016 [Internet]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; 2017. Disponível em: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2017/12/CENSO-2017.pdf
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, que demonstrou que, do total de cirurgias plásticas realizadas naquele ano, 16,30% foram realizadas pelo SUS, entretanto, não há especificação do quanto essa porcentagem representa a blefaroplastia em si.

Por outro lado, algumas ações, principalmente por parte da SBCP, buscaram suprir o déficit no atendimento desses pacientes na fila de espera, na forma de mutirões de blefaroplastia realizados em algumas cidades brasileiras2929 Prefeitura de Poços de Caldas. Mutirão de cirurgias plásticas será realizado simultaneamente em 5 unidade de saúde de Poços [Internet]. Prefeitura de Poços de Caldas; 2019. Disponível em: https://pocosdecaldas.mg.gov.br/noticias/mutirao-de-cirurgias-plasticas-sera-realizado-simultaneamente-em-5-unidades-de-saude-de-pocos/
https://pocosdecaldas.mg.gov.br/noticias...
. Essas ações, em sua maioria, ocorrem em parceria com hospitais do SUS e reúnem equipes médicas que se mobilizam em um curto período de tempo para atender o máximo de pacientes possível. Apesar da falta de dados sobre o número de cirurgias realizadas pelo SUS, a necessidade da organização de ações como estas já denota a existência de uma lacuna de atendimentos necessários na área.

Ademais, nas bases de dados pesquisadas, também não foi encontrado nenhum estudo sobre a inserção da blefaroplastia no SUS, apenas sobre outras cirurgias plásticas reparadoras, como tumor de pele e de mama.

Esta revisão de escopo apresenta algumas limitações. A principal delas foi a carência de publicações tratando sobre o tema, além de dados extremamente escassos e limitados no que diz respeito à cobertura da blefaroplastia pelo SUS, principalmente na literatura científica, não tendo sido encontrado nenhum estudo científico sobre tal. Portanto, não foi possível ter clareza do cenário brasileiro no que tange à demanda real da população, fila de espera e da efetivação propriamente dita da cirurgia. Uma outra limitação desta revisão é que não foi encontrado nenhum ensaio clínico randomizado a respeito dos efeitos da blefaroplastia, em nenhum dos desfechos citados. Todos os estudos primários incluídos nesta revisão foram observacionais, sendo coortes, caso-controle e série de casos. Assim, há grande necessidade de se desenvolver ensaios clínicos randomizados bem conduzidos que avaliem a efetividade da blefaroplastia superior em desfechos relevantes para os pacientes.

CONCLUSÃO

Nos estudos selecionados que buscaram entender qual a influência da blefaroplastia na qualidade de vida dos pacientes, foram encontradas diferentes formas de se esclarecer essa relação. A primeira foi de forma direta, com foco específico em analisar a melhora da qualidade de vida, por meio de critérios pré definidos. Já a segunda foi de forma indireta, pesquisando critérios que, por inferência, aumentam a qualidade de vida, como satisfação pessoal, autoestima, melhora na cefaleia e outros critérios funcionais.

Em ambos os focos de pesquisa, em sua grande maioria, foram demonstrados o aumento efetivo do fator qualidade de vida em pacientes submetidos a cirurgia. Além da melhora na qualidade de vida, houve relatos de melhoras funcionais e de critérios subjetivos ligados à qualidade de vida, como autoestima e satisfação. Dessa forma, 73% dos estudos encontraram algum tipo de influência positiva da blefaroplastia. Entretanto, a quantidade de estudos que analisou esta relação em profundidade ainda é escassa.

Sobre a inserção da blefaroplastia no SUS, os dados encontrados foram insuficientes para se ter um bom panorama, não tendo sido encontrado nenhum estudo sobre o assunto, demonstrando uma lacuna de conhecimento científico voltado a este fim.

Nesse sentido, parece haver um negligenciamento deste tópico na saúde pública, tendo como consequência prática um efeito negativo na qualidade de vida de muitos pacientes que possuem critérios e direito para realização da blefaroplastia, mas que, infelizmente, não são atendidos. Além disso, a escassez de pesquisas dificulta a compreensão real da importância e impacto desta cirurgia.

Encoraja-se, portanto, a realização de estudos, focados no aprofundamento da relação blefaroplastia e qualidade de vida, mas principalmente que avaliem o impacto da cobertura deste procedimento dentro do Sistema Único de Saúde.

  • Fonte de financiamento: Os pesquisadores do presente estudo receberam bolsa PIBIC/FAPEMIG, vinculados à Pontifícia Universidade de Minas Gerais, campus Poços de Caldas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    13 Ago 2023
  • Aceito
    04 Fev 2024
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